- A plataforma fica no térreo, vão ter que usar o elevador. Levo vocês até lá, se quiserem. - disse o jogador desconhecido.
- Mostre o caminho. - eu disse.
Kazuto pareceu não gostar da ideia. Talvez não seja a melhor, aceitar um desconhecido como guia, ainda mais quando ele surge do nada, oferecendo ajuda. Mas estamos realmente perdidos aqui, e o anúncio não nos dava maiores instruções... Só vamos segui-lo até o embarque, não é como se fôssemos dar a senha do cartão de crédito para ele.
Começamos a seguir o tal de Firest pela estação. Ele continua falando durante o caminho.
- Esse lugar é gigantesco, não é? Não se sintam mal, qualquer um pode se perder aqui. É o seu primeiro VRMMO?
- Na verdade, não. - disse Kirito, com franqueza.
- Tudo bem, mas tenho certeza de que ainda vão se surpreender com esse jogo. - diz Firest, com certa animação.
- Você parece experiente, joga isso há algum tempo? - questiona Kirito.
- Acho que pode-se dizer que sei o suficiente para ensinar. - Firest responde, evasivo.
Chegamos no terminal Terrak bem a tempo. A frase "Todos a bordo!" já era anunciada por uma voz de robô que saía da espaçonave.
- Aqui estamos! A nave para humanos é esta aí. Vou acompanhá-los, já que é meu planeta e preciso fazer umas coisas por lá.
Kirito não parecia nada satisfeito. Por que esse cara está nos seguindo e por que insiste em nos mostrar o caminho? Concentro-me no embarque. O interior da nave é amplo e confortável. Bem futurista, e com painéis e assentos por toda parte. O chão é lustroso, e as janelas, de vidro grosso, ainda deixam visível o espetáculo do lado de fora.
Gostaria de encontrar Sugu e Ayono no jogo. Elas começaram a jogar pouco tempo depois do lançamento. Devem estar bem avançadas, talvez não seja tão fácil nos encontramos. Comonkind é magnífica, mas deve ser algum tipo de "Cidade dos Começos" nesse universo, afinal, é aqui o ponto de partida, e não o planeta da espécie.
Kirito e eu nos sentamos em cadeiras que posicionavam-se uma em frente à outra, e ambas adjacentes à janela. Assim podemos apreciar a vista durante o trajeto, que pelo que vejo ao redor, não parece curto.
O jogador suspeitamente preocupado com nosso desempenho ocupa o assento vazio mais próximo. Mas agora parece distraído com seus próprios assuntos. Logo o próximo anúncio vindo do veículo soou: "Atenção a todos os passageiros - acomodem-se em seus lugares e apertem os cintos. A nave 0-13 da linha Terrak partirá agora. Aproveitem a viagem."
Kirito observa a imensidão salpicada de estrelas e com carimbos em forma de planetas. Isto é tão real quanto SAO, mas ainda mais espantoso. Yui parece se interessar pela vista também. Ela sai do ombro esquerdo de Kazuto, onde estava sentada, dá um salto até a superfície perto da janela e cola a cara no vidro, admirando o cenário.
- O que é isso? Você tem um mascote?! Mas pensei que fossem novos em Universe! - diz Firest, espantado, após perceber a presença da Yui.
- Ah, não é nada, realmente... - Kirito pegou Yui com a mão e a enfiou no bolso. Gemidos e protestos se seguiram - É um acessório que comprei quando estava personalizando meu avatar. - terminou, nervoso.
- Ah, é? Eu não achei quando estava montando o meu. - Firest diz, cético.
- Eu quero sair daqui! - Yui solta um grito abafado de dentro do bolso e escapa - É muito apertado ali dentro, deixe aberto ou não consigo respirar pap... - Kazuto tapa sua pequena boca com os dedos antes que terminasse a palavra.
- E fala! - Firest estava admirado.
- Não é um acessório, está vinculada à nossas identidades virtuais, a trazemos conosco em qualquer mundo. - eu disse - o nome dela é Yui. - estendi a mão para que ela subisse e a coloquei em meu ombro.
- Certo... Incomum. Estamos na parte do percurso em que acionam a velocidade da luz, segurem-se, a aceleração sempre empurra os passageiros contra as poltronas. - Firest avisa.
A velocidade da nave aumenta rapidamente em absurdas proporções. Se isso fosse real, estaria me sentindo enjoada e provavelmente vomitando. Ainda me sinto mal por não conseguir contar a ele naquele dia. Assim que sairmos do jogo, direi a Kazuto o que está acontecendo.
O resto da viagem foi muito rápido. Este ônibus espacial simula com veracidade a velocidade da luz. Em 3 minutos, posso ver a Terra através do vidro. Então é assim que a Terra é vista de fora? Uma grande esfera azul, envolvida por borrões brancos, continentes pintados em sua superfície. Todos sabem como deve ser, mas a visão em si é de algum modo... Diferente.
Não demorou para pousarmos(se é que pode se chamar assim, ela parece flutuar a pelo menos meio metro do solo), a nave foi estacionada na estação Terrground. Outro aviso da nave nos instruiu a descer para receber as orientações que nos prometeram em Comonkind.
Desembarcamos e nos deparamos com uma visão inesperada. A Terra não é como eu me lembrava. Evoluiu uns 1000 anos, no mínimo. Apesar de que, num jogo onde o contexto é a universalização das sociedades e espécies de cada planeta, é bem compreensível.
Quando pisamos em solo terrestre. Firest se preparou para ir e, finalmente, seguir seu caminho.
- Chegamos, enfim. A partir daqui, um NPC vai dizer a vocês exatamente o que fazer agora e como evoluir. Depois de completarem as primeiras missões e uparem os 20 primeiros níveis, serão liberados para explorar o universo e visitar outros planetas. E é aqui que nos separamos. Por enquanto, vocês têm muito o que aprender aqui, e itens e armas para adquirir. Até lá, fiquem com essas - ele jogou dois bastonetes de metal, um para mim, um para Kirito - considerem um presente. Tenho certeza de que ainda nos veremos por aí, Kirito e Asuna. Boa sorte, e bem vindos a Universe Online.
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Infinity
Fanfiction10 anos após serem presos no jogo de morte SAO, Kirito e Asuna se deparam com outro desafio: um novo console de VR, Infinity, sucessor dos fracassos em Nervegear, Amusphere e Augma, lança um novo jogo - Universe Online - que demonstra atrair multidõ...