Capítulo 11: A Piloto Estelar

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- Muito obrigado, aventureiros! Estaremos sempre em dívida com vocês, mas por ora, aceite isso como prova de nossa gratidão. - disse Sedith, o NPC.

"Recompensas da missão: poção de vida média x10; 4000 solyns"

"Experiência: 10000 pontos"

"Parabéns, todos os membros da party alcançaram o nível 30"

- 30? Só pode estar brincando, que jogo mais penoso. O que temos que fazer para conseguir uma nave nessa droga?! - Kirito começava a se irritar.

- Nós conseguimos muito com essa missão. Aquela sucata que vimos na loja pode ser usada no espaço e custa só 2350 solyns. Temos 6000 agora, podemos comprar mais poções de vida e usar a estação intergalática para chegar em outros planetas. Missões por lá são mais avançadas e concedem maiores recompensas. Mesmo que estejam acima do nosso nível, podemos apostar nas poções e ganhar bastante experiência. Uma missão deve ser o suficiente para chegar ao nível 35. Quem sabe até conseguimos dinheiro suficiente para comprar uma nave por lá, das melhores. - expus minha ideia.

- Tem razão, não vamos evoluir tão cedo ficando aqui e pegando migalhas de exp. - ele concorda.

- Temos que voltar para Terrground então... - presumi.

- Não mamãe. Não precisamos voltar, há outra estação mais próxima. Pelo que vejo, há pelo menos 4 em cada planeta. A que fica mais perto daqui se chama Hangard, localização a menos de 3 quilômetros. - Yui informou.

Continuamos nossa trajetória na direção que Yui nos indicou. Chegamos lá, em aproximadamente, 40 minutos. Aquela estação era tão imponente e grandiosa quanto Terrground. Mesmo tamanho chocante, se tivesse que adivinhar, diria que tem 2 quilômetros quadrados em cada andar, o que soma 6 km2 no total.

- Certo, aqui estamos. Mas qual a embarcação certa? Só estou vendo astronaves que seguem percursos envolvendo os planetas natais, de onde os jogadores surgem. Não vejo nada que faça referência aos planetas longínquos. - diz Kirito.

- Eu não sei, talvez seja melhor perguntar para alguém - digo, propondo uma solução. 

Kirito se aproxima de uma jogadora para pedir orientação:

- Você pode nos ajudar? Estamos procurando por um transporte até os planetas distantes, mas essas naves só seguem rotas até os planetas iniciantes...

A jogadora mexia na própria interface e transferia itens para uma sacola grande. Estava abaixada e manuseava a sacola com os itens. Também era alienígena, uma das 7 raças de escolha, a pele era completamente branca com manchas e listras vermelhas espalhadas pelo corpo. Tinha duas orelhas grandes e pontudas, além de uma longa cauda fina e pontuda saindo das costas.

- Vocês não podem ir até os planetas distantes de uma estação. Os transportes gratuitos são limitados aos 7 planetas principais. - ela respondeu, focada em sua tarefa e sem nos dar muita atenção.

- Alguma sugestão de como podemos chegar lá? - Kazuto insistiu.

- Vocês precisariam de uma nave própria, ou então teriam que pagar um piloto para levar vocês. Eu mesma posso levá-los por alguns solyns, minha nave está numa plataforma no segundo andar. 

- Quanto você cobraria?

- Bom, eu não sei, depende de onde querem ir. - disse a garota se levantando e se virando em nossa direção - Onii-chan?!

- Hein?! - Kirito exclamou alto.

- Kazuto, Asuna, são vocês, não são? 

- Sugu? - disse ele olhando com atenção para o rosto dela.

- Suguha-kun? - eu disse, surpresa.

- Sou! Sou a Suguha! Já vi que vocês escolheram ficar iguais à realidade...

- O oposto de você, está mesmo irreconhecível! - Kirito queria tocar nas orelhas de alien.

- E o que seria isto? - Suguha pegou Yui pelas anteninhas.

- Ei, isso dói! - Yui gritou, incomodada.

- Me desculpe. - Suguha colocou Yui nas mãos e a levou até o chão, apenas para que usasse as botas foguete para subir na cabeça de Kirito.

- Essa é a Yui. Versão 2.0 - apresentou.

- O que fez com ela? - Suguha parecia curiosa com um pouco de preocupação. 

- Transferi o programa dela para essa realidade. Apenas peguei os dados fundamentais e formatei para esse jogo.

- Uma vez beater, sempre beater. Não é, mano? - Sugu cutuca ele com o cotovelo - Me admira que você esteja com problemas para subir de nível.

- Você já está em um nível bem alto, não está? - pergunto - Não esperou muito depois do lançamento para jogar... 

- Não é como se fosse beater, mas sou bem experiente.

- Você disse que tem uma nave? Até nos ofereceu uma carona em troca de dinheiro. É uma desses pilotos de quem falou? - Kirito pergunta.

- É... Percebi que preferia passar mais tempo fora dos planetas do que dentro deles. Eu gostava de pilotar as naves. Comecei a participar das corridas mas, não era tão bom quanto imaginava. Mas lá fora, no vácuo, viajando pelo nada decorado por astros na velocidade da luz... Pareceu bem mais divertido. E, se puder ganhar com a diversão, melhor ainda.

- Estamos tentando arrumar uma nave desde que chegamos aqui. Vamos para outro planeta buscar a experiência que não conseguimos aqui, nem a duras penas. - comentou ele, frustrado.

- Vou levá-los lá. E, não vou cobrar. Pelo menos não dessa vez, tenho certeza que quando saírem de lá vai ser com a nave de vocês.

- Obrigada, isso vai nos ajudar muito. - digo, aliviada pelo problema se resolver tão facilmente.

- Me sigam, é só pegar o elevador até o segundo andar e ela vai estar nos esperando.

Suguha nos guiou pela estação cheia de cabines e balcões de ajuda até um elevador em que cabem umas 20 pessoas. Apertou o 2 e subimos tão rápido que fiquei enjoada. Tudo nesse mundo parece acontecer com a velocidade da luz.

- Sugu, me esqueci de perguntar, qual o seu nome aqui? Não é Leafa, é? - perguntei.

- Ah, não, achei esse nome inadequado nesse contexto. Coloquei Urania. É até redundante, meu planeta de origem no jogo é Urano então...

- Eu é que não vou te criticar, coloquei Kirito como nome de avatar nos últimos 4 jogos que entrei, e olha que em um deles era uma menina. - disse Kirito.

- É mesmo - Suguha riu - Acho que criatividade não é um dos pontos fortes da nossa família.

- Bem, chegamos. Não é uma beleza? - Urania nos mostrou uma nave comprida e achatada, muito aerodinâmica, feita de grafeno, com um brilho metálico tentador.

- Uaaau. - Yui não conteve a admiração.

- Então é assim que as naves superiores que almejamos devem ser... - Kirito mede cada centímetro da máquina invejável.

- Todos a bordo! - avisa Sugu.

E lá fomos nós em outro tour pelo vasto e confuso nada espacial. Só espero que dessa vez, quando chegarmos lá, a gente consiga a experiência que fomos tão longe para conseguir e enfim, uma astronave. Deveríamos estar investigando e não conseguimos nada no primeiro dia. Se as vidas desses jogadores correm perigo, essa é nossa chance de impedir que se percam.

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