Capítulo 15: Salvando o Dia

90 11 4
                                    

Nossos sabres de luz dançavam no ar e logo o de Kirito acertou o braço do monstro, aquele que prendia o garoto pelos pés. A raposa gigante grita de dor pelo braço decepado e o menino cai de cabeça no chão.

- Não podiam ser mais delicados? - reclama ele.

- Não vai nos agradecer? - digo, agora começando a me irritar com ele também.

- Aargh! - ele grita assustado quando percebe que o membro morto do chefe ainda o envolve, logo em seguida, o braço desaparece - Obrigado?

- Se quer nos agradecer, vá embora e não se meta em confusão, da próxima vez não estaremos lá para te salvar. - Kirito disse.

Nós dois continuamos lutando e usando habilidades especiais, nenhuma usa magia, uma lástima. As nossas espadas de energia perfuravam e cauterizavam os órgãos internos do monstro o tempo todo. Se é que ele tinha um coração ou um cérebro, foram dilacerados pelos lasers. Sua vida logo diminui para uma única barra. Ele tinha 3 quando começamos.

Nós perdemos um pouco de HP ao longo da luta, mas compensamos a perda com as poções que nos restaram. Esse boss não é muito rápido, diferente das expectativas para essa batalha. Seus ataques nos tiram um bocado de vida, mas ele não acerta com muita frequência. Estamos tão concentrados na briga que nos desligamos do resto.

Seu padrão de ataque muda. Injusto, mas esse chefe tem MATK, não podemos usar magia, mas ele usa em seu ataque final. Ele leva uns 10 segundos para recarregar, e alcança até um raio de 7 metros. Tentamos ser bem rápidos ao nos distanciarmos, mas em um dos golpes ele nos atinge com o ataque mágico. Nós dois somos arremessados e caímos no chão. 

Essa ofensiva nos custou 730 pontos de HP, quase metade da nossa barra de vida. Bom saber que não podemos deixar ele acertar. Levantamos rapidamente e corremos para mais longe para evitar seu ataque. Durante cada 10 segundos de recarga, atacamos com tudo o que temos, usando habilidades especiais e combos.

Quando a última barra de vida do chefe chega em 20%, ele subitamente separa a sua cauda em 9, e como se fossem revólveres, disparos de energia saíram delas e nos atingiram. Esse ataque, ainda mais forte que o último, me deixou com apenas 10% de vida, e Kirito estava com 13%.

Inesperadamente, tiros de canhão começaram a voar na direção do colosso. Era o menino que acabáramos de salvar. Era um demolidor, igual à Suguha. Afinal, usava canhões de energia como arma. O monstro se distraiu com esse ataque e pudemos nos curar.

- Você ainda está aqui? - diz Kirito, confuso e um tanto insatisfeito.

O tempo de distração do chefe foi suficiente para que pudéssemos dar um golpe mortal usando as habilidades e consumir o que restava da sua barra de vida. A grande raposa gemeu, tombou e desapareceu. Logo a interface de vitória apareceu informando nosso sucesso no ganho de exp e os itens que ganhamos do boss.

"Parabéns! Todos os membros da party alcançaram o nível 35."

- 35! Isso! FINALMENTE podemos ir atrás do que viemos procurar. - Kirito não segura a emoção, enquanto retira o corpo paralisado do altar.

- Bom... Obrigada por aquilo, você realmente nos deu algum tempo - tento agradecer ao garoto.

- É, bom trabalho lá atrás. - Kirito completa.

- Qual é o seu nome?

- Tyran.

- Sou Asuna, e ele é o Kirito. Prazer em conhecê-lo Tyran.

- Você não é humano é? - Kirito pergunta.

- Não. Sou de Kaiton, quarto planeta mais próximo de Elester, a grande estrela da galáxia luminosa. Mas a única coisa importante sobre esse planeta é que ele é feito de gelo, e nada mais. Não tem muitas criaturas vivendo lá, mas os kaitonianos são a raça dominante daquele mundo. 

- Todos eles se parecem com você? - pergunto.

- Todos temos os olhos e cabelos dessa cor e podemos nos transformar em lobos de gelo. Um poder a mais, além das habilidades da classe que você escolhe, seja qual for. Escolhi isso porque era o mais próximo de um mago que existia nesse jogo. A despeito disso, somos meros humanos.

- Como nós? - indagou Kirito, tentando ilustrar para ele o tom ofensivo da sua declaração.

- É. Exatamente. - respondeu, continuando a ignorar como aquilo soava.

- Olha, aquele chefe vai reaparecer em pouco tempo, e você não parece pronto para ele ainda. Vamos voltar para a vila e pegar a recompensa, tem outras missões de nível menor lá. Pode voltar com a gente se quiser - Kirito sugere.

- Não preciso de babás. Vou voltar para o centro sozinho. - responde rudemente.

- Como queira. - Kirito concorda, já cansado desse comportamento.

- Até mais, Tyran. - digo.

- Adeus. - ele responde e vai embora sozinho.

- Vou ficar tão triste sem ouvir ele se queixar no caminho de volta... - Kirito desabafa, sarcástico .

- Eu sei que ele é irritante, mas é só uma criança. Precisava de ajuda com aquele bicho, admitindo ou não. - digo tirando a criança raposa do casulo.

Rasgamos o saco transparente envolvendo o filhote e limpamos um pouco da gosma que estava emplastrada no pelo dele. 

- Parece desacordado - eu disse.

- Deve ter sufocado com esse casulo, mas tenho certeza que está vivo, senão não seríamos recompensados. - Kirito respondeu, sádico.

- Vamos só levar ele de volta, tá?

Ele pegou a raposa no colo e saímos do templo pelo mesmo caminho de onde viemos. Quando chegou na abertura aonde caímos, tive que subir primeiro para pegar o garoto quando Kirito o lançou para cima. Yui me acompanhava em meu ombro dessa vez, e tentou me ajudar quando o puxei para cima. Deixei ela pensar que foi de grande ajuda.

O resto do caminho foi bem tranquilo. Kirito e eu nos revesamos para carregar a criança, enquanto o outro afastava o mato e demais obstáculos que encontrássemos fora da estrada. Não demorou muito para acharmos a trilha. Logo estaríamos no vilarejo, levaríamos a recompensa e enfim estaríamos prontos para explorar os limites do mapa. 

InfinityOnde histórias criam vida. Descubra agora