Capítulo 18: Rumores e Acusações

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Não acredito que viemos até aqui para isso. Nós somos adultos e bem crescidinhos para organizar o casamento sozinhos. A princípio, eles nem garantiram presença, agora querem interferir. Inacreditável.

Os Yuuki sempre definiram o futuro da filha sem nem sequer pedir sua opinião. Shouzou ainda parece levar a felicidade de Asuna em consideração, acho que, no fim das contas, é um bom pai. Kyouko, por outro lado, não demonstra se importar com o que a filha pensa sobre os planos que ela mesma fez no seu lugar.

Estou tentando engolir essa ova de peixe horrível enquanto a mãe dela fica me examinando, analisando, julgando. Eles não necessariamente me aprovam, é óbvio. Mas sua filha decidiu se casar comigo independente da minha classe social ou condição financeira. E, por alguma razão, acho que finalmente estão começando a aceitar isso.

- O caviar está do seu agrado, Kirigaya-san? - Kyouko sabe que não entendo nada de cozinha fina, está tentando me desmoralizar na frente da Asuna. Patético.

- Não faz meu gênero. - respondi, seco.

Não quero agir de modo infantil, mas ela está me irritando com essa história de decidir as coisas do casamento. Nós já tínhamos nos decidido a fazer um casamento na praia, já que a igreja não estava mais disponível para aquela data.

E agora Kyouko começou com isso de querer fazer da cerimônia um evento social, até quer que a imprensa cubra o casamento! Além de chamar um monte de gente que não conhecemos só por serem influentes... Isso é ridículo.

- Bom, Asuna, espero que estejamos de acordo em relação à cerimônia. - continuou ela.

- Não haverá imprensa no casório. É o meu casamento, mãe, não mais um degrau para sua ascensão social. - esclareceu.

- Não seja rude, Asuna, sua mãe só está tentando lhe mostrar as opções e ajudá-la a escolher o melhor - Shouzou tenta apoiar a esposa, mas não parecia convencido.

- Pai, nós já decidimos tudo, falta pouco mais de 2 meses até a cerimônia e não vou mudar tudo só para atender aos caprichos dela.

- Certo, mas ainda espera que a gente pague por tudo? - diz Kyouko, ríspida.

- Nunca pedi dinheiro nenhum a vocês, você ofereceu e continua insistindo em pagar, mesmo eu tendo recusado tudo. - lembrou a filha, enfática.

- E como você pretende cobrir todas essas despesas então, se posso saber? - indagou a mãe.

- Eu já disse milhões de vezes que vamos pagar por tudo. - Asuna reafirma - Sou formada e empregada em uma grande corporação, não dependo do dinheiro de vocês.

- Vai pagar tudo com aquela esmola que você chama de salário? Nem com o dele e o seu juntos teriam o suficiente. Afinal, você quis trabalhar programando tecnologia ao invés de escolher uma profissão mais sustentável. Bem faça como quiser, grande casamento você vai ter - agora a mulher parecia estar quase fazendo birra.

- Kyouko, não menospreze a menina, você sabe que ela é uma profissional muito bem sucedida. - Shouzou defende a filha desta vez.

- Já chega. Estou tentando dialogar e você continua choramingando por não ter mais a minha vida nas mãos. Não vou mais aturar isso. - Asuna disse, triste e sinceramente - Kazuto e eu temos que trabalhar amanhã. Tenham uma boa noite. - despediu-se, chateada, retirando-se da sala.

Segui ela até a porta e entramos no carro. Pediu ao porteiro que abrisse o portão da casa e saímos. Viemos no carro da Asuna, ela sabia que seus pais achariam a moto pouco sofisticada. Ela dirigiu até chegarmos em casa. Não disse nada no caminho. Estava mesmo aborrecida. Aborrecida não, decepcionada.

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