Capítulo 30: Fogo Cruzado

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Até que o universo parece silencioso e tranquilo daqui. Navegamos pelo espaço em nossa espaçonave e Urania aceita de bom grado o posto de capitã: praticamente não quer que ninguém mais pilote a máquina. A viagem até Dankwin é longa, vai levar algumas horas para chegarmos lá.

Asuna está sentada ao meu lado agora, contemplando o exterior da astronave. As estrelas, vistas tão de perto, são bem diferentes do que se imagina. Mesmo assim, um espetáculo. Todos estão acomodados e aproveitando o descanso antes do próximo boss. Silica até dormiu, apoiada no ombro de Lizbeth. Firest continua mexendo em sua interface.

- Pessoal... - Suguha começou, anunciando.

- Sim, capitã? - pergunta Klein, brincando.

- Nós temos um problema. - continuou.

- Algum pedaço de asteróide nas turbinas? - disse Oliver, zombando.

- Caras, é sério. Tem uma frota espacial se aproximando pela direita, e bem rápido, é só uma questão de tempo até...

Houve um terremoto na nave. O possante ônibus espacial abalou-se. Os projéteis que lançaram contra nós devem ser tão potentes quanto pequenos mísseis. O tremor fez nossa tripulação inteira cair dos assentos.

- Tudo bem, já entendemos. - digo - Essa coisa tem algum armamento, é só um lança projéteis e um míssil de pequeno porte, mas deve ser o suficiente para nos defender. - fui em direção aos fundos da nave, onde se encontrava uma escada vertical que dava para a artilharia da embarcação.

- Vou com você, tenho boa mira. - minha irmã saiu do painel e começou a me acompanhar - Asuna, pode manter o controle da nave e garantir que não bata em nada? - disse voltando-se para Asuna - Preciso ajudar meu irmão com esses dronezinhos incômodos.

- Na verdade, acho que são tripulados. Aqueles jogadores vermelhos, com certeza. - digo.

- Então, vou me divertir mais ainda atirando neles. 

Suguha e eu subimos pela escada metálica, segurando e pisando as hastes uma a uma para subir. Lá em cima, recolhemos a escada para evitar acidentes lá embaixo. Já que a nave estava em movimento acentuado, no meio de um conflito, alguém na câmara principal do veículo ser empurrado contra a escada e se chocar com ela era uma grande possibilidade.

Aquela pequena sala, única parte da nave completamente esférica, continha paredes curvas que eram interrompidas por uma janela embutida, que servia de visor para fixar alvos e atirar com precisão. Um canhão de projéteis fóticos poderia ser girado, manejado e disparado através de duas pequenas barras cilíndricas com gatilhos, incorporadas às laterais da arma.

Segurei uma e minha irmã outra, quando julgávamos que tínhamos uma das naves sob a nossa mira, apertávamos os gatilhos continuamente. Os inimigos também tinham suas estratégias, começaram a disparar nas turbinas da máquina. Felizmente, ela tinha muitas, então poderia se manter firme no ar, ou no espaço, com as que lhe restavam.

Não houve cessar fogo por longos 20 minutos, os mais longos que já vivi. Mantivemos nossas posições e nossa ofensiva até o inesperado trunfo inimigo se revelar. Eles têm uma arma secreta, uma imponente, possante, e monstruosa superarma. Não se pode chamar aquilo de nave, já que é munida o suficiente para a terceira guerra mundial. Talvez seja o momento de bater em retirada.

- Vocês estão vendo AQUILO aí de baixo?! - perguntei, totalmente intimidado e impressionado.
 
- Não consigo ver outra coisa, está cobrindo todo o meu campo de visão. - Firest disse em resposta.

- Vamos descer, preciso levar essa banheira para bem longe, enfrentar aquela coisa é suicídio. - Sugu começa a soltar as escadas e a descer por elas, acompanho-a.

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