Infinity

Capítulo 6: A Estação Comonkind

- Aqui estou. Raça - coloco as mãos diante dos olhos - humano. Sexo do avatar - começo a me apalpar completamente - masculino. Que alívio! Esse jogo já ganhou pontos por isso. Classe: espadachim. Mas... Não tenho nenhuma arma comigo. Deve ser brincadeira! Todo mundo sabe que os jogos concedem ao menos uma arma de baixa qualidade e iniciante para novos jogadores.

Bom, tenho que ser cauteloso, não posso transferir meus avançados avatares anteriores para esse jogo. Isto não é VR Seed. Vou ter que começar do zero. Literalmente, do ZERO. Eu esperava não poder trazer o Espadachim Negro comigo, mas acho que o Kirito consegue resolver isso.

A Yui! Meu Deus, me esqueci da Yui! Tudo bem, tudo bem, coloquei o coração da Yui em minha mente, a informação está alojada em meu cérebro. O console está conectado ao meu cérebro. Devo conseguir extrair a informação e trazê -la para cá. Mesmo que com algumas adaptações...

Comecei a acessar a informação pelo console, acabei conseguindo fazer o item aparecer no meu inventário. Recriar programa... O item é envolvido por um brilho azulado. Yui apareceu! Ou pelo menos eu acho que é...

- Onde estou? Papai! Minha pele está ROXA!!! E o que são essas coisas?! - ela perguntou agitada.

Yui se transformou em uma espécie de alien cor de violeta, com duas antenas saindo da testa. O cabelo preto estava em um rabo de cavalo, e usava um uniforme espacial. Era de um tom azul marinho, mangas longas e uma saia, botas espaciais da mesma cor acompanhavam o traje. Seu tamanho era pouco maior que o da fadinha a que estávamos acostumados.

- Ah... Antenas, eu acho. - respondi, receoso.

- Eu ADOREI!!! Papai onde está a mamãe? Eu quero ver a mamãe! - está empolgada demais, mesmo para uma criança.

- Nós vamos procurá-la. Deveríamos estar em algum lugar da Terra, mas ao invés disso acabamos em algum tipo de estação espacial intergalática.

Estamos cercados de criaturas peculiares. Um painel eletrônico imenso parece informar a chegada e a partida de naves na estação. As linhas têm todas nomes sugestivos: Kurkuro, Illadians, Terrak... Eu suponho que esta nave nos levará até o planeta de origem?

Preciso encontrar Asuna primeiro. Ela logou na mesma hora, deve estar por perto. Provavelmente apareceu aqui em algum lugar há segundos atrás. Dou a volta em torno do painel e lá estava ela. Pude reconhecê-la porque seu avatar é idêntico a Asuna, ou, quase isso. Eu também quis ficar parecido com o meu eu real.

Ando rapidamente em sua direção, mesmo quase certo de que seja ela, hesitei um pouco em chamá-la.

- Asuna?

- Kirito! Você está igualzinho! - Asuna notou.

- Pois é... Também escolhi essa opção.

- Eu pensei que começaríamos na Terra mas... Aaaack!!!!! O que é isto na sua cabeça?! - ela gritou, meio histérica.

- Ah, é a Yui no seu novo avatar. Pode-se dizer que o criei para ela. Procurei o programa da Yui no meu cérebro pelo console e a trouxe para cá. - eu disse, com um ar despreocupado.

- Oh, é você, Yui-chan...? Desculpe pelo grito.

- Sou sim, mamãe! Não é demais?! - Yui exclamou, cheia de felicidade.

- Tem razão, é mesmo demais! - Asuna sorriu, meio forçadamente, acho que até um pouco assustada.

Naquele momento, um anúncio ecoou pela estação:

- Todos os novos jogadores: dirijam-se às naves destinadas a seus respectivos planetas, lá receberão mais informações sobre como proceder e iniciar sua jornada. Repito: todos os novos jogadores dirijam-se às naves destinadas a seus respectivos planetas. - anunciou a voz artificial.

- Tudo bem, vamos procurar a nossa nave então. - digo.

Fomos explorando a estação tentando encontrar a plataforma de embarque. Esse lugar é IMENSO! Perguntei para duas ou três pessoas verdes onde ficava a plataforma, não consegui nada além de ruídos e balbúrdia incompreensível.

- Devem falar outro idioma - digo, mais refletindo que dialogando.

- Não vão se perder! - exclamou uma voz desconhecida.

Examinei os arredores, à procura da voz. Havia um cara parado a poucos metros atrás de nós. Parecia um pouco mais velho que eu, 2 anos de diferença, talvez. Aparência humana e nada espantosa ou peculiar. Pelas roupas, parece já estar no jogo há algum tempo.

- Se estão procurando pelo terminal Terrak, estão fazendo errado. - falava como um verdadeiro entendido do assunto - Nunca vão conseguir nada com esses verdinhos, estão aqui só para decorar o cenário, não para interagir com vocês.

- E quem é você? - perguntei, desconfiado e um pouco hostil.

- Fire Striker, mas podem me chamar de Firest. - ele respondeu.