💌 8 - A bolinha de papel 💌

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     Acabei acordando meia hora antes do despertador, sem me importar com o fato de ter dormido depois das 1 da manhã, afinal, a ansiedade tomava conta de mim. Na noite anterior, havia ficado conversando com Kayla e Jonas na praça que havia acontecido aquela festa e quando cheguei no apartamento, encontrei uma mochila com cadernos e um uniforme azul em cima da cama. Assim que os vi, não pude deixar de sorrir, pelo menos papai ainda lembrava que minha cor favorita era preto e não comprou nada rosa ou amarelo que eu odiava.

       Levantei um pouco mais agitada que o normal, dei um beijo na foto da mamãe na minha cabeceira e fui para a sacada - aproveitando que ninguém tinha acordado - para ver o nascer do sol. Inspirei o ar puro e senti a brisa fria que o lago trazia, sentindo uma paz que eu quase nunca experimentava.

       Ao inspirar outra vez, acabei sentindo um cheiro forte, engoli em seco e senti um calafrio percorrer meu corpo. 

      Caminhei pelo corredor até a sala, encontrando papai deitado no sofá, a mesa de centro, com duas garrafas de vodca que serviam para segurar uma folha de papel. Forcei meus olhos para ler o que estava escrito mesmo sem meus óculos.

 Forcei meus olhos para ler o que estava escrito mesmo sem meus óculos

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       - Pai? - chamei, mas não obtive resposta - Pai? Pai!

       - Me deixa em paz. - resmungou, se revirando no sofá.

       - Pai, você precisa ir trabalhar. - toquei seu ombro.

       - Minha cabeça está explodindo! - falou alto, tirando minha mão do seu ombro e se levantando.

       - Quer que eu procure um remédio para você?

       - Não existe remédio para ressaca, Saphira. - caminhou para seu quarto.

       - Talvez parar de beber seja uma opção. - resmunguei, entrando para o meu quarto e fechando a porta.

**

       Eu e Kayla caminhávamos pelo corredor lotado de pessoas até onde ela disse ser nossa sala. Segurei a alça da mochila o tempo todo e não olhei para o rosto de ninguém, mas senti todos os olhares curiosos sobre mim. Tentei ficar séria a maior parte do caminho, mas não consegui segurar o riso quando Kayla parou duas vezes para amarrar o cadarço, no exato momento em que dois meninos passavam.

     Ela estava de sapatilhas.

       - Vamos esperar o sinal bater aqui. - ela me segurou na porta da sala.

       - O Jonas também é dessa sala? - perguntei, encostando na parede ao seu lado.

       - Provavelmente. - olhou as unhas pintadas de um verde escuro - A escola continua a mesma bosta, nem vi meninos bonitos.

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