💌 13 - O que a maquiagem não esconde 💌

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Puxei minha coberta, cobrindo minha cabeça, quando meus olhos arderam pela luz que havia sido ligada. Inconscientemente, coloquei a mão na testa, ao sentir uma forte pontada acima do olho do meu olho direito.

- Vamos, Samira. - senti alguém puxar minha coberta, mas continuei com os olhos fechados - Você tem que se arrumar.

- É Saphira. - resmunguei.

- Tanto faz. - bufou - Vai tomar seu banho.

- Que saco. - abri os olhos lentamente e me sentei na cama.

Observei a maleta que Tissa colocou sobre a minha penteadeira, mas não consegui ver direito o que ela tirava de lá de dentro, tentei forçar a visão, mas minha dor piorou, então decidi ignorar o que fosse.

Me levantei e caminhei para o banheiro, tomando um banho rápido e voltando para o quarto, onde Tissa estava sentada na penteadeira.

- Dá para sair? - perguntei - Preciso colocar meu uniforme.

- Depois você coloca. - se levantou e apontou a cadeira - Senta aqui.

- Pra quê?

- Sei que você não está enxergando muito bem. - pegou um comprimido e um copo de água, me estendendo-os - Mas você está horrível.

- Digo o mesmo. - peguei o comprimido e o engoli sem o auxílio da água - Posso estar vendo as coisas meio embaçadas, mas consigo perceber que você está pronta para ir a um cabaré, não trabalhar.

Sua maquiagem estava bem forte, provavelmente cobrindo todo o resquício arroxeado em seu rosto, acompanhado de um batom vermelho, que eu poderia jurar que ela iria para qualquer outro lugar, menos trabalhar, se não fosse pela sua roupa branca.

Ela não faria aquilo no meu rosto, de jeito nenhum.

- Vamos, Samira. - colocou o copo na penteadeira e pegou um pincel - Senta.

- Qual o seu problema com o meu nome? - me sentei, abraçando o meu corpo com o roupão - É Saphira!

- Que seja... - começou passar corretivo abaixo dos meus olhos, concentrando boa parte no meu olho direito.

- Se lembre que eu vou para a escola. - revirei os olhos - Não posso ir toda maquiada.

- Mas vai.

Posso até ir... mas ficar lá já é outro caso.

Se nem Raquel estava disposta a me ajudar, eu teria que fazer aquilo sozinha. Por isso, deixei ela passar o corretivo, base, blush, mas quando ela pensou em passar o batom vermelho, eu me afastei, balançando a cabeça negativamente. Eu não iria para a escola de batom vermelho sangue, não iria mesmo.

- Qual é? - Tissa reclamou - Ele vai cobrir melhor esse cortado na sua boca.

- Com que cara você acha que eu vou chegar na escola assim? - apontei para mim mesma.

- Você está com alguns cortes perto do olho que o corretivo não cobriu, não tem como você sair com um corte visível assim. - bateu a mão na penteadeira.

- Têm sim. - me levantei - Vou vestir meu uniforme. Saí.

- 'Tá bom. - pegou sua maleta - Fale que você caiu da escada.

- Eu não caí da escada.

- Caiu sim, assim como eu escorreguei limpando a casa. - sorriu.

Isso é um AdeusOnde histórias criam vida. Descubra agora