💌 6 - De Brita a Fênix 💌

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       Eu, Kayla e Jonas caminhávamos para a praça novamente, já passava das meia noite e segundo Kayla, logo algum dos vizinhos iria chamar a polícia e seria gente correndo para todo lado, mas que eu poderia ficar tranquila, porque se por acaso algum policial conseguisse pegar alguém nunca passava de um pequeno sermão.

     Incrivelmente me sentia bem, sem aquele aperto no coração que senti ao ver Jonas e sua mãe. O que me fazia lembrar que havia deixado Robert plantado no meio da praça e ainda havia pedido para ele me esperar. Aquilo me fez ficar péssima. E, me senti ainda pior ao vê-lo sentado no meio fio do outro lado da rua.

     - Vamos, Saphira. - Kayla me puxou para o meio das pessoas que pareciam drogadas, mas que provavelmente não estavam - Temos pouco tempo antes de virarmos fugitivas.

     - Vamos rebolar a raba! - Jonas exclamou, batendo sua bunda na minha.

     - Isso é uma grande tentação. - sorri e apontei para Robert - Mas acho que tenho que resolver uma coisa.

     - Vai lá. - Kayla me lançou um sorrisinho malicioso e Jonas piscou, com o mesmo sorrisinho. Senti meu rosto queimar de vergonha.

     Ajeitei meus óculos, abracei meu corpo e me aproximei de Robert.

     - A torta de limão do Queen's é divina. - falei, me sentando ao seu lado.

     - Que bom que gostou. - respondeu, fitando o chão - A receita é da minha mãe.

     - Sua mãe é um anjo. - abri um sorrisinho sem graça.

     - Era. - me corrigiu.

     - Ah. - senti um nó na boca do estômago - Então a minha mãe e a sua devem ser amigas debaixo da terra.

     Meu Deus, Saphira... Sua boca é abençoada.

     - Nossa. - levantou o olhar e sorriu - Você não pensa muito no que falar, não é?

     - Às vezes não. - cobri o meu rosto, sentindo vergonha de mim mesma - Acho que todo mundo tem um jeito de lidar com a dor, esse deve ser o meu.

     - Um bom jeito. - se levantou e me estendeu a mão, me ajudando a levantar.

     - Depende de quem vê. - ao longe, vi uma luz vermelha - Acho melhor a gente ir embora.

     - Melhor mesmo. - olhou para a mesma direção, depois, pegou na minha mão e começou a me puxar para longe.

     Comecei a gargalhar ao ver as pessoas começarem a correr, inclusive os pais de Jonas. Ainda segurando a mão de Robert, corremos até eu começar ficar sem ar pelas gargalhadas e a corrida, afinal, não é nem um pouco fácil fazer os dois. Robert também começou a gargalhar, mas não dos outros e sim, de mim. Olhei para ele indignada, o que acabou sendo uma má ideia, já que continuei correndo devagar e não olhei para o poste a minha frente. 

     Apenas senti meu rosto de encontro com o ferro gelado e a minha bunda no chão.

     - Droga. - resmunguei, apalpando meus óculos que estavam intactos, já a minha cara eu não sabia.

     - Senhor! - Robert se agachou e me olhou preocupado, parando com as gargalhadas - Você está bem?

     - Depende. - toquei meu rosto novamente - Ainda tenho nariz? Porque tenho a séria impressão que ele entrou para dentro do meu rosto.

     - Sim, você ainda tem. - sorriu, tocando levemente no meu nariz, fazendo uma careta surgir em meu rosto pela dor - Só está um pouco vermelho, talvez amanhã ele fique roxo.

Isso é um AdeusOnde histórias criam vida. Descubra agora