Márcio
Depois de quase ter sido castrado eu tentava voltar a respirar sentado naquele chão. É tudo culpa dela! Maldita! Filha de uma boa mãe! Implicante! Arrogante! Dissimulada! Provocadora! Gostosa! Linda! Inteligente! E a boca! Aqueles lábios carnudos... Epa! Epa! Pode parar por aí, Márcio, você estava xingando a maldita e agora está elogiando? Concentre-se. A maluca da Pérola vai me pagar. ( Até o nome da infeliz é perfeito! ) É uma conspiração, só pode!
Quando finalmente consegui me colocar de pé desci e todos já estavam se servindo. Beatriz me olhava sem entender minha linda cara de limão azedo. Como explicaria para ela que uma provocadora dos infernos quase acabou com as minhas bolas? A noite pra mim tinha acabado. Primeiro ela chega com aquele mico de circo esfregando na minha cara. Agora eu estava andando parecendo que tinha pegue uma assadura daquelas. Deve ser castigo por ter nascido tão gostoso.
Minha mente só queria encontrar uma maneira de pegar aquela louca de jeito. Minha abordagem tinha que ser eficaz. Sem erro ou eu correria um sério risco de nunca poder povoar a humanidade com meus genes raros.
Alex: Quando você fica muito calado até o diabo desconfia. - falou me tirando dos meus pensamentos sanguinários. - Eu vi você indo atrás dela. Tá apaixonado, Marcinho?
Márcio: Tá drogado? - o olhei furioso - No dia que eu me apaixonar por alguém pode fazer três pedidos que serão realizados. Vai te foder !
Alex: Calma coração blindado. - debochou e tive vontade de descontar a raiva que estava sentindo dela bem na cara dele. Nossa! Meus pensamentos às vezes me assustam. - Não vou me contagiar com seu mau humor.
Márcio: Quer acabar com meu mau humor? - perguntei e ele me olhou desconfiado. Então contei tudo o que tinha acontecido. O amigo da onça ria que nem uma hiena drogada. - E agora eu só quero encurralar aquela demônia provocadora.
Alex: Sabe o que eu acho?
Márcio: Não e nem me interessa - sabia que seria mais uma gracinha.
Alex: Mesmo assim vou dizer - irritante - Esse joguinho de gato e rato de vocês está ficando sério. Cara você veio acompanhado de uma gata e invés de estar com ela fica aqui falando de outra que segundo você é o próprio demônio de saia. Esquece isso!
Márcio: Não mesmo! - agora se tratava da segurança das minha bolas - Já sei o que vou fazer e preciso do seu apartamento na segunda.
Alex: Não me mete nesse rolo. - quis roer a corda. - A Maria Alice gosta da Pérola e se souber que eu te ajudei em qualquer coisa, quem fica sem as bolas sou eu.
Márcio: Ela não vai saber - garanti. - Além do mais só quero dá um susto naquela maluca. Ninguém vai se machucar. - Menti e nem fiquei com remorso por isso.
Segunda- feira...
Não foi tão fácil convencer Alex, mas depois de tantos argumentos estava com a chave de seu apartamento nas mãos. Agora viria a segunda parte do plano e essa seria um pouco mais complicada. Se eu ligasse para a floricultura correria o risco de ter minha voz identificada por ela. Então para isso iria mais uma vez precisar da ajuda de Bia. Também tinha a questão de não entender nada de flores. Fiz uma pesquisa e acabei me decidindo por uma espécie que não teria como não haver em sua floricultura.
Beatriz: Olha lá , hein Márcio. - me advertiu desligando a ligação - Você me prometeu que não vai fazer nenhuma loucura com a garota.
Márcio: Claro que não, Bia! - não sei como não pensei em ser ator. - Eu só preciso conversar com ela.