Pérola
Talvez tivesse sido um erro ter cedido ao seu pedido. Talvez tudo tenha acontecido para que eu entendesse que não podíamos dar certo. Mas mesmo a tempos atrás ter jurado muitas coisas e ter tomado certas decisões, não era mais capaz de negar o que estava sentindo e isso poderia ser o fim para mim.
Quando se cai uma vez, levantar é instintivo. Quando se torna a cair o peso já excedeu a vontade de se manter de pé e muitas vezes se torna impossível ficar inteira para um recomeço. Os cacos não encaixam mais. São peças que não tem mais como combinar. Fundir. E esse com certeza fosse o meu maior medo. Cair tão forte que traria meu real fundo do poço.
Débito estava ali para que eu não esquecesse o que me trouxe aqui. Ele me lembrava a cada dia cada pequena rachadura que eu ainda trazia. E quanto tudo ainda doía e estava presente em mim.
Olhei Márcio em um sono tranquilo ao meu lado. Seu corpo exausto perdeu a batalha para o sono, mas o meu permaneceu elétrico. Um misto perturbava minha mente e não me deixava descansar. Pensamentos vinham com as lembranças e outros traziam a esperança de um futuro que nem sei se teria.
Márcio: Está me cobiçando, namorada? - sua voz rouca anunciou seu despertar.
Pérola: Só constatando que ultimamente estou me contentando com pouco. - implicar com ele trazia a leveza que eu precisava para não me trancar novamente.
Márcio: Não pareceu ser pouco quando gritou meu nome gozando. - era um cretino depravado de boca suja, mas que eu parecia não conseguir mais viver longe.
Pérola: Sempre tive uma veia artística pulsando em mim. - provoquei deitando sobre suas costas. O contato de nossas peles pareceram criar um atrito frenético e todo o meu corpo entrou em alerta. Tentei levantar ,mas Márcio não me deu tempo.
Márcio: Vai fugir de mim, mulher? - se virou e pegou em meu pulso com firmeza.- Estou pensando em algumas coisinhas que quero fazer com você. - Esse homem não é desse mundo!
Pérola: Tá certo cretino fodedor, mas preciso beber água. - fugi de seu aperto e levantei. De pé a visão dele deitado em minha cama era ainda mais tentadora. E para piorar o safado expôs sua nudez ao se livrar do lençol que o cobria parcialmente.
Márcio: Tem certeza que a sede é maior que a fome? - passou a mão por seu membro já ereto.
Pérola: Você não joga limpo. - meu corpo estava em chamas
Márcio: Nunca disse o contrário. - falou me puxando novamente para a cama.
Márcio acomodou meu corpo já febril no centro da cama, tocando cada parte de meu corpo com com uma delicadeza enlouquecedora. Beijou meu pescoço, apertando meus seios, beliscando levemente os bicos, fazendo com que eu arqueasse as costas. Desceu a mão entre minhas pernas e, com o polegar massageou meu clitóris em movimentos circulares, introduzindo um dedo dentro de mim. Beijando-me, gemeu em minha boca, enquanto seu dedo começou um movimento de vai e vem, arrancando um grito de minha garganta. Senti sensações que achei que fossem impossíveis de sentir. Estava no limite e puxei seus cabelos com força.
Pérola: Márcio...
Márcio: Tão molhada. Tão linda. Tão minha.Deixa vir, diaba. Goza pra mim. - pediu com a voz rouca em meu ouvido. Não demorou para que eu gozasse em sua mão, gemendo de prazer. E depois que o vi colocar o dedo que estava dentro de mim em sua boca e fechar os olhos em seguida, quase morri.
Posicionou-se entre minhas pernas. Fazendo com que eu sentisse tudo dele: respiração pesada, autocontrole, desejo e amor. Essa última constatação revirou tudo dentro de mim. Penetrou-me num só golpe. No modo Márcio Cretino Porto de foder e fazer amor no mesmo ato. Começou a se mover como se fosse uma dança. Ondulou seu corpo preenchendo o meu. Gemi com a sensação que causava.
Seus movimentos começaram a ficar mais rápidos. Mais necessitados e desesperados. Buscava seu alívio enquanto formava o meu. A cada estocada, entrava mais fundo. Suas mãos não deixaram de se mover por meu corpo um só momento. Ele estava sem controle algum. Ele demonstrava poder e posse a cada movimento mais intenso e profundo. O meu homem estava levando tudo de mim. Era assim que o via, como meu. Na mesma intensidade que eu era dele.
Pérola: Mais... - senti meu corpo se chocar ao encontro do seu.
Márcio: Porra, nunca mais deixará um filho da puta de tocar! - me olhou com intensidade. - Entendeu?
Pérola: Sim...
Márcio: É minha. Diga isso, diaba! - ordenou acelerando ainda mais os movimentos. O orgasmo já estava se formando em mim.
Pérola: Sou somente sua, cretino gostoso.
Márcio: Goza pra mim novamente. Me aperta forte, Pérola! - nesse momento sua voz me deu o comando . Senti ondas e mais ondas em meu ventre. Todo o meu corpo tremeu enquanto ele ainda se movia dentro de mim, apreciando o aperto que lhe dava enquanto sentia meu gozo me invadir. - Caralho! - urrou enquanto encontrava o seu prazer, jogando a cabeça para trás, me permitindo ver sua respiração descontrolada, seu abdômen e peitoral perfeitos. Desabou em cima de mim, beijando meu queixo e mordiscando meu pescoço.
Minutos depois já respiramos com mais tranquilidade e Márcio saiu de dentro de mim deixando um vazio que me apavorou. Puxou-me para o seu peito e alisou meus cabelos. Senti-me sonolenta com suas carícias e tudo ficou leve, porque estar em seus braços fazia com que eu me sentisse segura.