Capítulo 15

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Pérola


Eu me sentia derrotada com aquela situação. Aquilo tinha que acabar. Não tinha como deixar que se prolongasse. Quando Márcio quis conversar depois do show que aprontamos naquela boate eu já não tinha mais força para pensar.

Ele me propôs sexo casual. Algo que duas pessoas adultas podiam facilmente lidar. Eu até concordo com isso, mas para que esse acordo pudesse dar certo era preciso o mínimo de empatia das pessoas envolvidas o que não era o nosso caso.

Tudo nele me irrita. Tudo que sai daquela boca gostosa vai contra o que eu quero pra mim, mas bastava um toque e eu já estava deixando que ele me arrancasse a calcinha. Uma insanidade que  poderia sair muito cara.

O pior foi sua prepotência em dizer que eu sabia que não adiantava negar, seria dele quando e onde ele quisesse. Tive vontade de mata-lo, mas por um momento pensei e vi que bater de frente daquela maneira só o instigava mais. Eu era o seu não e homens como Márcio Porto não aceitam facilmente não serem uma opção, ou melhor, a única opção de uma mulher.

Cheguei em casa e descansei meu corpo moído de tanto dar e receber prazer. Quis chorar por me deixar naquela situação. Não estava apaixonada por ele para me submeter aos seus caprichos.

Verena: Você veio calada o tempo todo. - não me admira não ter notado o clima de guerra quando voltou para onde estávamos. Ela e Érico se deram muito bem que exploraram até a garganta um do outro.

Pérola: Não tenho muita coisa para dizer, então meu silêncio é a melhor opção. 

Verena: É o Márcio, não é? Ele foi embora e mal falou com a gente. 

Pérola: Acho bom se acostumar com o jeito do dono do mundo. - não queria ter quer ficar falando dele. - A majestade levanta e os súditos fazem reverência.

Verena: Desculpa, mas ele não me pareceu esse cretino todo que você descreveu - claro! Não era na calcinha dela que ele se enfiava toda hora. 

Pérola: Talvez porque já gaste todo o seu arsenal sendo um cretino comigo. Não se engane, prima - adverti - Por trás daquele corpo gostoso tem um bastardo prepotente.

Verena: Posso te fazer uma pergunta?

Pérola: Manda!

Verena: Você se apaixonou por ele? - quase dei um pulo do sofá

Pérola: Isso não tem nem cabimento. Qual a parte do eu odeio o Márcio que você não entendeu?

Verena: Já te falaram da linha tênue entre dois sentimentos bem distintos?

Pérola: Pra mim basta saber quem ele é para pular rapidinho para o lado da linha e me agarrar no ódio. Eu só tenho que controlar esse desejo louco que me tira o prumo e tudo ficará bem. Estive até pensando que talvez voltar a me envolver com o Téo seja uma boa.

Verena: Pode parar! Nunca ouviu falar que voltar para a largada nunca te fará ganhar a corrida? - essa ganharia rios de dinheiro com as frases que sai da sua cabeça. - Tenho uma ideia melhor aqui na minha cabecinha. - era aí que morava o perigo. - Sabe as últimas fotos que fiz pro meu portfólio? - concordei - Então, eu o fotógrafo acabamos ficando amigos. Pensei que ele serviria bem como seu escudo anti-cretino.

Pérola: Agora você vai me persuadir a pegar o seu fotógrafo? 

Verena: Primeiro que ele não é o MEU fotógrafo. O Igor é um cara muito legal que fiz amizade. Ele é meio na dele, mas uma ótima companhia. Pensei em te apresentar e se, ouviu o se, né? E se quiserem se conhecer melhor aí é por conta de vocês.

Meu Vício (PEROMAR)Onde histórias criam vida. Descubra agora