Capítulo 18

1.5K 83 13
                                    

Márcio


Dormi como um bebê depois que acabei com a farra dos dois ratinhos. O gosto da vingança não tinha nada de amargo. Era doce e saboroso. Daria tudo para ver a cara do galã da polaroid quando saiu do apartamento da maluca. Pensaram que iriam se divertir e fazer o papai aqui de idiota? Não mesmo!

Contei até carneirinhos antes de dormir de tão feliz que estava. Minha cartada final foi de mestre. Claro que eu não me faria de rogado diante do meu feito. Mostrei mesmo para a maluca quem é que tem o controle da situação e que mandasse mais coroas de defunto. Não estava nem aí para o que ela fosse fazer. Tenho certeza que nada tiraria o prazer que eu estava sentindo nesse momento.


(...)


Acordei bem disposto e isso geralmente era raro de acontecer. Com o final do curso se aproximando as minhas madrugadas eram passadas com livros e mais livros me fazendo companhia. 

Nem a lembrança que a ajuda de meus amigos custaria um pouco cara me fez ficar de mau humor. Afinal o que seriam três garrafas de Macallan perto da satisfação que senti ao saber que meu plano tinha dado certo? Seria o pagamento mais feliz que eu faria em toda a minha vida. Agora era focar no meu curso e aproveitar o que ele me traria como recompensa por anos de dedicação. 

Tinha acabado de chegar ao estacionamento e conversava com Laura e Bianca, alunas do curso de moda que tinham uma fama pior do que a minha, e entre elas estava Sofia uma loirinha que há tempos eu estava de olho. Eu estava prestes a convencê-la de irmos ao meu apartamento quando aquela voz estremeceu tudo dentro de mim. 

Pérola: Olha lá o papai, Débito. - olhei para a mulher a minha frente e vi seu espanto. Caralho! - Ursinho! - ela berrava e todos já estavam olhando para nós. - Ursinho, viemos fazer uma surpresa. - não tinha nem coragem de olhar para trás.

Laura: Esse ursinho é você? - ela perguntou contendo o riso.

Sofia: Você não me disse que tinha namorada. - ela parecia ofendida.

Márcio: E não tenho. - afirmei tentando não me exaltar.

Pérola: Achamos você, Ursinho - chegou já jogando a peste do gato nos meus braços.

Márcio: Para com isso, sua maluca! Não sou ursinho caralho nenhum. 

Pérola: Olha a boca, Ursinho! - me repreendeu na maior cara de pau - Ai! Ai! Ai! Não fala essas coisinhas na frente do nosso filhinho. 

Márcio: Você vai parar com essa palhaçada agora! - praticamente joguei o horrendo nos braços dela e ele começou a miar.

Sofia: Acho melhor irmos. - ela olhou para as outras que concordaram

Márcio: Quem vai embora é essa maluca! - trinquei os dentes falando.

Pérola: Ursinho não fala assim - colocou a mão no peito como se tivesse ofendida e tive vontade de arrancar todos os cabelos da minha cabeça. - Eu até comprei um presentinho para usar essa noite. Sei o  quanto você gosta que eu use.  - tirou um chicote da bolsa e eu quase infartei ali mesmo. Além de me chamar de ursinho e fazer aquela palhaçada toda, ela ainda insinuava que eu era um submisso. - Hoje o ursinho vai ter uma noite muito especial. Fala pro papai Débito. Ah! E antes que me pergunte, eu já comprei a Azitromicina. Logo você nem vai lembrar que teve gonorreia.

Laura: Márcio Porto quem diria ...- falou antes de sair e me deixar ali com aquela estava prestes a ser morta pelas minhas próprias mãos.

Márcio: É tudo mentira dessa maluca. - gritei vendo as três gargalharem de mim enquanto se distanciavam. 

Pérola: Gostou da surpresa, Ursinho? - ela me olhava com puro deboche. - Também vou querer uma avaliação pela minha atuação. E esse chicote custou caro. Estou até pensando em fazer uso dele agora...

Márcio: Você tem noção do que fez? - cuspi as palavras em sua cara - Amanhã a minha fama de submisso infectado de DST aqui nessa universidade vai está na boca de todo mundo, sua maluca.

Pérola: Nossa! Que pena né Ursinho? - ela ainda ria.

Márcio: Sabe o que estou com vontade de fazer agora? - minhas palavras eram ameaçadoras e ela nem se abalou 

Pérola: Levar umas palmadinhas com o chicote? Não antes de tomar o remedinho.

Márcio: Te matar, sua maluca! Nem me importo se for preso e encarcerado a vida toda.

Pérola: Você só precisa aprender que não vai mexer comigo e sair vitorioso. - agora ela estava séria. - Espero que tenha ficado claro que nesse negócio de vingança eu sou muito melhor que você. Ontem foi a última vez que se meteu na minha vida. Entendeu?

Márcio: Eu quero que você se dane!

Pérola: Ótimo! Desejo o mesmo para você. Fui até boazinha  poderia ter tido que comprei viagra. Afinal o que é uma DST diante de um pinto murcho? Ainda saiu no lucro.

Márcio: Você e aquele galã da polaroid se merecem. Não quero nunca mais te ver na minha frente ou não respondo por mim. - nem deixei que ela falasse nada e saí vendo os olhares para mim. Isso tinha ido longe de mais. Tenho que esquecer essa maluca antes que ela acabe me fodendo pro mundo todo.


Pérola


Saí de lá satisfeita. Aquele cretino agora pensaria mil vezes antes de se meter comigo outra vez. Débito não parou de miar um segundo durante todo o caminho. Não entendia qual era a dele. Até pensei que fosse estranhar Márcio, mas o traíra ficou quietinho em seus braços. Esse também está querendo ir para a minha lista negra.

Cheguei na floricultura e Verena estava atendendo uma cliente. Ela ficou cuidando de tudo enquanto eu tinha ido acertar as contas com aquele imbecil. Minha prima quase se engasgou de tanto rir ouvindo o que eu tinha feito.

Verena: Tô começando a achar que ele tem razão - falava segurando a barriga depois de tanto rir. - Você só pode ser maluca mesmo.

Pérola: Você ainda não viu nada. Ele pensou mesmo que iria ganhar essa? Meu nome é Pérola, meu amor. - falei jogando os cabelos para o lado - E não otária. Aquele lá já é carta fora do baralho.

Verena: Sei não...

Pérola: Tenho certeza que nunca mais ele vai querer se meter a besta comigo.

Verena: Acho que ainda vou ouvir falar muito desse casal. - riu

Pérola: Só se for nas páginas policiais.

Agora era deixar qualquer resquício daquele cretino para trás. Não ia mais gastar meu tempo com quem não vale a pena. 

Meu Vício (PEROMAR)Onde histórias criam vida. Descubra agora