Resquícios

Capítulo 13 - Estratégia

  — Estamos há vinte minutos andando a esmo. Eu não aguento mais. - confesso, deixando minhas pernas cederem e caio no chão. Lena se escora numa árvore e fecha os olhos, tentando estabilizar a respiração.

   Pego minha garrafa de água, que já está na metade, e viro até sobrar apenas um pouco. Fecho os olhos também e sinto o vento gélido tocar meu rosto.

— Ei, tá ouvindo? São vozes! Estão se aproximando. - Lena afirma, empolgada com a ideia de encontrar pessoas.

— Espera, Lena. Pode ser membros da equipe rival. Você ouviu o Sam, eles jogaram sujo. Não devem ser pessoas boas. - digo, no intuito de alertá-la do perigo.

— Tem razão. - suspira. — Você consegue subir nessa árvore? - pergunta. Observo que a árvore não é muito alta, mas não há muitos suportes para os pés, o que pode dificultar a subida. Mesmo assim, afirmo.

   Ela é a primeira a subir e estende a mão para me ajudar. Com muita dificuldade, consigo escalar e sentar-me no tronco.

  De cima, temos uma visão privilegiada. Conseguimos ver quando um grupo de três pessoas se aproximam de onde estávamos. Ficam embaixo da árvore que estamos escondidas. Eu reconheço alguns deles.

— É minha amiga Tina. - Lena sussurra.

— Estão com a mochila do Marcel. - sussurro de volta. Ryan está verificando o conteúdo da mochila, quando retira o pergaminho de dentro dela.

— E aí, bonitão, o que está escrito? - Tina pergunta, impaciente.

— Droga, não há nenhuma localização aqui. Apenas instruções.

— Argh! Deixe isso ai, pegue apenas o kit médico e a água. Não precisamos carregar um peso a mais. - Tina diz e os três abandonam a mochila, seguindo em frente.

   Após me certificar que estão longe o bastante, digo a Lena:

— Como consegue ser amiga de uma pessoa tão sem caráter? - A pergunta parece ofendê-la, mas ela responde.

— Tina é uma garota difícil de lidar, age por impulso e não pensa nas consequências, mas... No final das contas, é uma boa amiga.

— Imagino. - digo, em tom irônico. Ela me ignora e começa a descer da árvore. Eu a sigo.

  Em solo firme, pegamos o pergaminho e descobrimos nossa próxima missão:

"Dia de caça!

O dia foi corrido para os jogadores. Gastaram muita energia, pois não? Que tal relaxarem caçando algo para comer na beira de um riacho?

Missão-2: Encontre o riacho e cace seu próprio almoço.

Instruções: A barriga de um veado pode esconder coisas deliciosas. "

— Eu tô começando a odiar essas missões! - Lena exclama, furiosa, jogando o pergaminho longe. Um gemido de dor é emitido logo a frente.

— Quem está ai? - pergunto, olhando fixamente para a direção que acho ter vindo o som.