O acidente.

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Jennifer estava impecável como sempre na porta do salão. Era domingo de manhã, a reunião principal e ela sempre era uma das primeiras Obreiras a chegar.

-Bom dia, Obreira... -Tânia a cumprimentou ao passar pela porta.

-Tânia, espere! Quero falar com você!

-Sim, senhora? -A voz da garota era temerosa, sabia que qualquer coisa era motivo para que a Obreira brigasse com ela.

-Eu só vou dar um conselho para você, já que o Obreiro disse que logo você irá entrar no CPO para ser levantada a Obreira... -Jennifer fez uma careta, não achava que Tânia estava preparada para ser Obreira, mas a jovem não entendia que não era o Pastor quem escolhia, mas era o próprio Deus. -Você viu o que aconteceu ontem, não viu?

-A senhora e a Obreira Teresa?

-Isso! Na verdade, apenas a Obreira Teresa! -Tânia franziu as sobrancelhas. -Você viu como ela se comportou? -Tânia queria abrir a boca para dizer que havia sido Jennifer quem havia começado, mas pensou melhor e resolveu ficar em silêncio. -Jamais uma mulher de Deus deve agir daquela forma! Parecia até que estava...

-Obreira Jennifer? -O Obreiro Mateus se aproximou dela a cortando no meio da frase.

-Sim?

-O Pastor está pedindo para uma Obreira organizar a reunião.

-E cadê a Teresa? Ela que é responsável!

-Ainda não chegou...

Uma pequena felicidade surgiu no peito de Jennifer, então a Obreira Perfeita havia se atrasado?

Rapidamente ela se despediu de Tânia e caminhou até a salinha de campanha, quando chegou o Pastor parecia bravo e Júlio preocupado.

-E aí, está conseguindo ligar para a sua namoradinha?

-Não, Pastor. O celular dela está dando caixa postal...

-Eu espero, Júlio que ela esteja dormindo! Eu só espero! -Ele pegou o microfone e saiu.

-Vamos, Tessa... Atende... -Júlio sussurrou mostrando a sua total preocupação.

-Fica tranquilo, ela certamente só perdeu a hora, irresponsável como ela é, isso já era de se esperar... -Jennifer sorriu tentando tranquilizar o rapaz.

-Mas eu não estou me sentindo bem. -Júlio fechou a cara e saiu deixando Jennifer sozinha na salinha.

Vinte minutos depois, quando a garota já havia terminado tanto os cálices como os propósitos. Júlio entrou na salinha transtornado.

-O que aconteceu? -Jennifer perguntou.

-A Teresa, Jenny! Ela acabou de dar entrada no hospital! Ela sofreu um acidente de carro junto com Eduardo!

-Eduardo? Como assim?

-Parece que ele estava bêbado, voltando de alguma balada...

-E por que a Teresa estava com ele?!

-Não sei, mas ela estava vindo para cá, ela estava com o uniforme dela... -Júlio passou a mão pelo rosto. -Quer saber? Eu vou agora lá no hospital!

-Você não vai para lugar algum. -O Pastor Titular entrou. -Você precisa se acalmar, Júlio.

-Me acalmar? Teresa está no hospital!

-Ela está salva?

-Sim, mas...

-Então. Morrer é lucro! As pessoas que estão nessa reunião precisam mais de você do que ela, não deixe essa garota amarrar o seu ministério! -Ele falou e voltou para a oração que o Pastor Auxiliar fazia.

Júlio respirou fundo e Jennifer se aproximou dele:

-Realmente, Júlio. Você precisa se acalmar. -Ela se aproximou dele e colocou a mão sobre o ombro do rapaz tentando consola-lo.

Júlio se levantou tirando a mão de Jennifer de seu ombro e indo para o salão.

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