Finalmente, convite aceito.

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Os dias iam se passando e cada vez mais, Patrick se aproximava de Valéria. Os dois sempre saiam juntos e Jennifer sabia que não tinha mais espaço na vida do rapaz.

Ela nunca teve, mesmo com um filho do rapaz, ela não tinha a atenção dele.

Jennifer estava sentada no sofá, quando Patrick entrou no apartamento sorrindo com Valéria em seus braços.

-Aonde vocês estavam? -Jennifer perguntou.

-Papai me levou pra ir no paquinho e comer! -Valéria sorriu.

-Ah. -Jennifer pareceu desinteressada rapidamente.

-E você, Jenny? O que fez o dia todo? -Patrick perguntou tentando ser educado.

E foi aí que a mulher pareceu interessada.

-Fui no shopping comprar um perfume novo para mim, aproveitei e comprei dois vestidos simples para mim.

-Mas você já não tem vestidos de mais? -Patrick arqueou uma das sobrancelhas pensando em Valéria. Enquanto Jennifer tinha milhares de vestidos, as calças da garotinha estavam curtas e os vestidinhos apertados de mais.

-Eu estava precisando! Você é homem, você não entende!

-Tudo bem... -Patrick respirou fundo. -Então vamos para a igreja amanhã? -O rapaz deu de ombros enquanto colocava sua comida em um prato.

-Amanhã é que dia?

-Quarta-feira.

-Uh, eita eu até iria, mas amanhã eu tenho consulta. -Ela sorriu satisfeita com a desculpa que acabava de inventar.

-Você não teve consulta ontem?

-Ontem? -Ela o olhou assustada, lembrando que havia usado essa desculpa na segunda-feira.

-Você disse que teria, por isso não foi para a igreja comigo.

Jennifer engoliu em seco quando Patrick se virou para encara-la.

Ela tentou disfarçar, mas os olhos azuis de Patrick pareceram ver além de qualquer disfarce.

-Eu disse?

-Sim. -Ele cruzou os braços.

-Eu... -Ela mordeu o lábio tentando encontrar alguma desculpa melhor. -Eu...

Patrick caminhou até ela e colocou suas mãos nos ombros da jovem:

-Jennifer, Deus não precisa mais das suas desculpas. -Ela abriu a boca para retrucar, mas Patrick a silenciou. -Eu sei que é difícil voltar, para mim foi também, eu era Pastor, Jenny. Mas nada do que eu era, nada do que eu sou e nada do que eu serei, adiantará para alguma coisa se eu morrer sem Deus. Você conhece a verdade, não vou te arrastar para a igreja, quero que você pense em toda a sua vida. Chega de fingir que está tudo bem, Jenny! Nós dois sabemos que não está!

Ele terminou de falar e os olhos de Jennifer estavam marejados. A jovem abraçou Patrick e ele beijou o topo de sua cabeça, esperando sinceramente que aquelas palavras fizessem o efeito necessário na vida de Jennifer.

Jennifer precisava de ajuda, ela reconhecia isso. Ela iria pra igreja, ela iria recomeçar. Não aguentava mais o vazio que tinha dentro de si. Se Deus havia mudado Patrick, Ele poderia mudar ela.

Era só Jennifer deixar.

Só que da igreja para o mundo é um pulo, e do mundo para a igreja é uma longa caminhada.

Jennifer ia sentir na pele aquilo, mas estava cansada daquela dor.

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