Já faziam dois meses que Jennifer não via Patrick, ela nunca havia ficado tanto tempo assim sem ver o rapaz, em seus outros desencontros, eles não ficavam menos que duas semanas sem se encontrarem novamente.
Mas agora tinha algo que os afastava. Jennifer estava grávida e ela não fazia ideia de quem era o pai, pelos resultados, poderia ser tanto Patrick como Maycon.
E ela torcia para ser a primeira opção.
Patrick era uma pessoa com problemas, isso era fato, mas ela o conhecia bem, ela conhecia a parte por quem ela havia se apaixonado, a parte boa, a parte que seu futuro filho precisaria.
Jennifer pensou em tirar aquilo de dentro dela, mas por mais que já tivesse encarado tantas coisas, ela não conseguiu ir em frente, e lá estava ela no fim da noite, em frente ao quarto que Bernado disse que ele estaria.
Ela contaria para ele que estava grávida, diria que ele era o pai.
E Patrick a aceitaria. Ele estava tentando se reerguer e ela estaria ao seu lado para isso.
-Jennifer? -Patrick arqueou uma das sobrancelhas quando abriu a porta.
-Posso dormir aqui hoje? -Ela perguntou.
Patrick deu um passo para o lado para que Jennifer entrasse. A garota deu um beijo rápido no rapaz e se dirigiu ao banheiro.
Vinte minutos depois, ela estava de volta, vestia algumas roupas de Patrick que lhe serviam limpas e sorriu:
-O que um banho não faz com as pessoas né? -Ela suspirou. -Não fazia ideia de qual foi a última vez que havia tomado um tão tranquilamente como tomei aqui. -Jennifer olhou para os lados. -Tem alguma coisa para comer?
Patrick ergueu o queixo apontando para algumas sacolas em cima da mesa improvisada.
-Como você me achou? -Ele perguntou enquanto ela comia.
-Bernado disse que você tinha começado a virar gente, falou que você tinha começado a trabalhar no bar do Zeca, e que não estava mais morando na rua. Então te segui. -Ela deu de ombros.
Patrick balançou a cabeça:
-Eu tinha que dar um jeito na minha vida, estou cansado Je, de viver nas ruas.
-Eu também. -Ela suspirou e se levantou ficando e frente ao rapaz. -Eu também estou cansada.
-Eu vou conseguir sair desse buraco, Je. Você vai ver!
Ela sorriu e o beijou:
-Eu sei, você sempre consegue tudo o que quer. -Ela sussurrou e foi a vez de Patrick a beijar. -Toma, achei que você ia querer um pouco disso. -Ela disse colocando alguns pinos de cocaína na mão de Patrick.
Ele pensou em negar, mas sentiu todo o seu corpo começar a formigar pelo desejo.
-Eu já usei. -Ela fungou. -Fique a vontade. -E começou a tirar sua camiseta e olhando sugestivamente para Patrick.
O rapaz sorriu e aquela noite era como se eles não tivessem nenhum problema
Ele acariciava o cabelo de Jennifer quando os primeiros raios de sol iluminavam o pequeno colchão em que os dois estavam.
-Bom dia. -Ela sussurrou com a voz rouca o beijando delicadamente.
-Bom dia. -Ele sorriu retribuindo o beijo.
O despertador de Patrick começou a tocar e o rapaz respirou fundo se despreguiçando e se levantando.
-Aonde você vai? -Jennifer perguntou parecendo assustada.
-Eu preciso me arrumar para ir trabalhar, Jennifer. -Ele começou a pegar suas roupas que estavam jogadas pelo chão e começou a caminhar até o banheiro.
-Patrick, espera! -Patrick se virou para encarar a moça.
-O que foi? -Ela perguntou impaciente.
-Nada. -Ela engoliu em seco.
Patrick deu de ombros e foi tomar banho sem se importar com a expressão de tristeza que se formava no rosto de Jennifer.
Rapidamente ele tomou banho e começou a tomar café da manhã quando a expressão de Jennifer o incomodou:
-Está tudo bem?
-Sim.
-Parece que não gostou da nossa noite juntos.
-Eu gostei.
-Certo, olha eu vou ir trabalhar. Quando você vai embora?
-Como assim?
-Ué, Jennifer! Quando você vai ué embora, como você sempre faz?
-Eu não vou embora, Patrick.
Patrick sorriu ironicamente e começou a beber seu café.
-Por quê?
Jennifer respirou fundo como se tentasse criar coragem:
-Eu estou grávida, Patrick. -O café desceu rasgando a garganta de Patrick. -Eu estou grávida. E o pai é você!
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Feita de Ambições
SpiritualEssa é uma história que não tem um final feliz. Jennifer por toda a sua infância e adolescência fez uma única promessa para si, não deixaria que mais ninguém a colocasse para baixo como haviam feito. Ela era uma mulher que não deveria aceitar migalh...