Epílogo - Nossas escolhas.

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As lágrimas de Valéria molharam a folha surrada em suas mãos.

A jovem tinha poucas lembranças de sua mãe, e as que ainda tinha, começavam a ficar borradas pelo tempo.

A luz do sol entrava pela sua janela e o cheiro do café que sua mãe, Larissa, estava fazendo entrou no quarto.

Valéria tinha passado a madrugada inteira apenas lendo as diversas cartas sobre sua mãe.

-Por que você fez isso, mamãe? -Ela sussurrou. Colocou todas as cartas dentro da pasta que havia encontrado e se dirigiu para a cozinha, onde seu pai bebericava o café, enquanto lia a sua Bíblia.

-Pai? -Ela o chamou interrompendo a leitura de Patrick.

Patrick levantou os olhos sorrindo para a sua filha, mas assim que viu o rosto molhado de Valéria, sua expressão de preocupação tomou conta:

-Minha filha! O que aconteceu? -Ele começou a secar as lágrimas com as mãos.

-A mamãe... -Valéria soluçou.

Patrick franziu as sobrancelhas e a garota colocou a pasta em cima da mesa.

-Você encontrou...

-O quê é isso, Patrick? -Larissa perguntou se aproximando.

-É a pasta em que estavam todas as cartas que a Jennifer escreveu enquanto ela estava viva.

-Cartas?

-Era meio que um diário, só que ela fez em formas de cartas.

Larissa arqueou as sobrancelhas:

-Você leu tudo, Lela?

-Li. -Ela disse se sentando. -Por que ela fez isso? Pai? Por que ela não voltou pra Jesus? Por quê?

-Lela, eu obrigo a Lari ir para a igreja?

Valéria franziu as sobrancelhas:

-Não... Ela vai porque ela quer.

-Ela vai porque é uma escolha dela. Infelizmente, algumas pessoas acabam escolhendo as coisas erradas, achando que aquela é a sua única escolha. Deus nos deu o direito de escolher, pois o amor verdadeiro consiste em vontade própria e não obrigação. Ele nunca vai obrigar ninguém a escolhe-Lo, mas Ele da a oportunidade. -Patrick respirou fundo. -Enquanto há vida, há esperança. Jesus lutou pela vida de Jennifer até o último segundo, mas ela fez a escolha dela. Infelizmente, muitas pessoas fazem a mesma escolha, mas temos que fazer de tudo para impedir. Temos que ajuda-mas, ir atrás, insistir, porque depois que elas fizerem a escolha, não tem como ajuda-las.

Valéria concordou pensativa:

-Eu preciso ajudar as pessoas, papai. Enquanto elas estão vivas.

-Todos nós temos que ajuda-las.

Valéria sorriu. Olhou para as cartas que estavam na mesa e ali nasceu um desejo enorme de ajudar as pessoas.

Enquanto a jovem pudesse, nenhuma pessoa ao seu redor tomaria a mesma decisão que a sua mãe.

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