O suicídio.

331 46 15
                                    

Jennifer entrou no apartamento e os pensamentos ficavam cada vez mais fortes. Ela tentou abrir a Bíblia, tentou orar, tentou se ajudar, mas ela estava sozinha.

O erro de Jennifer era achar que conseguiria vencer tudo aquilo sozinha.

Tantas pessoas queriam ajuda-la, e ela as afastou. Jennifer achou que não iria precisar de ninguém, e se ela chegasse em algum lugar em sua vida, seria pelo seu próprio mérito.

Pois bem, ali estava ela, no fundo do poço.

Jennifer engoliu em seco. Ela iria acabar com tudo aquilo, os cortes, os calmantes, as drogas, as bebidas, nada mais surtia efeito.

Ela parecia estar anestesiada, nada em vida conseguia tocar nela.

Jennifer se sentou na mesa, pegou uma folha, uma caneta e diversas cartas que havia escrito ao longo da vida.

Daquela vez, a carta não seria para Hellen, seria para Patrick.

Aquela seria sua última carta:

"Querido, Patrick,

Queria que você soubesse que foi o único rapaz que eu amei verdadeiramente, assim como você, não faço ideia se Valéria é ou não a sua filha, mas eu torço muito para que seja, ela merece alguém como você.

Já eu? Eu não merecia, Patrick. Eu sei que você tentou me ajudar, eu sei que tem solução, mas eu sei que Deus não vai me aceitar. Patrick eu sou uma pessoa horrível, e por mais que eu tente voltar, eu não consigo.

Acho que não tem esperança para mim.

Acho não, enquanto eu escrevo isso, eu tenho certeza.

Você disse que Deus poderia mudar a minha vida, mas eu não consigo mais acreditar em nada, Patrick. Eu só vejo como uma nuvem preta ao meu redor.

Essa nuvem me afasta das pessoas e afasta as pessoas de mim.

Cuide que a Valéria fique bem.

Eu te amo.
Ass: Jennifer Garcia."

Jennifer leu a carta mais uma vez, suas mãos tremiam e as lágrimas escorriam pelo seu rosto.

Sem saída.

Sem Jesus.

Sem nada.

Ela dobrou a carta, pegou um cinto de Patrick, colocou em volta de seu pescoço.

Ela tinha a chance de recomeçar, de esperar, de voltar.

Mas Jennifer acreditou nas falsas afirmações que as vozes falavam em sua cabeça.

Que ela era fraca.

Que ela nunca iria ficar bem.

Que não adiantava nada, Jennifer continuar.

Jennifer apertou o cinto contra o seu pescoço, e outras milhares de pessoas estão prestes a fazer isso também.

Corra atrás destas quantas vezes for necessário.

Depressão não é frescura.

Automutilação não é frescura.

Diga não ao suicídio.

Fim!

Feita de AmbiçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora