Jennifer abriu os olhos e sua cabeça parecia que ia explodir de tanta dor. Ali deitada ao lado de Maycon ela não poderia se sentir ainda pior.
Claro que ela ainda tinha uma vantagem, Maycon era gerente da boca de fumo, então sempre que ela precisava de droga, o homem era o seu canal para conseguir, e isso era sempre.
O objetivo que era causar ciúmes em Patrick, não havia causado efeito nenhum. Dias após Jennifer ter ficado com Maycon o rapaz sumiu e ninguém ate então sabia do seu paradeiro.
A garota respirou fundo e fechou os olhos para voltar poder voltar a dormir, porque era só assim que ela conseguia sobreviver a esses dias ruins.
-Maycon! -Alguém começou a bater na porta desesperado. -MAYCON, ACORDA! A POLÍCIA ESTÁ AQUI!
Maycon abriu os olhos desnorteado e olhou confuso para Jennifer. Com apenas um pulo, a garota se levantou correndo e abriu a porta. Lúcio adentrou o quarto respirando fundo. Suas bochechas estavam vermelhas e o suor escorria pelo seu rosto.
-O que aconteceu, Lúcio? -Maycon perguntou se levantando e vestindo sua camiseta.
-Não dá tempo de explicar, precisamos sair daqui o quanto antes se não quisermos ir pro béléléu!
-E agora?
-O carro tá lá embaixo.
Lúcio saiu correndo do quarto, Maycon pegou uma mochila e colocou em seus ombros, puxando Jennifer pelo cotovelo:
-Maycon!
-Anda, Jennifer!
-O que está acontecendo?
-Só entra no carro!
-Mas...
-Jennifer, você quer morrer?
-Não, mas... -Ela ficou em silêncio quando Maycon começou a correr a 100km/hr na Avenida. -Mas eu acho que vamos morrer de qualquer jeito nessa velocidade! -Ela gritou e sirenes de carros de policiais soaram atrás deles.
-Droga! -Maycon gritou frustrado.
-O que vamos fazer? -Jennifer perguntou.
Maycon abriu o porta-luvas e entregou uma arma na mão de Jennifer:
-Comece a atirar!
-Maycon!
-Atire nas rodas, Jennifer, assim eles não vão vim atrás de nós.
-Mas...
-Anda garota!
Jennifer engoliu em seco, mas por mais que tentasse empurrar e deixar seu medo de lado, suas mãos não a obedeciam e a garota ficou paralisada.
Maycon rosnou frustrado, pegou a arma das mãos da garota e colocou a cabeça para fora da janela. Com uma mão, ele conduzia o volante e com a outra segurava a arma apontada para o carro dos policiais.
-MAYCON!
-Ah! ACERTEI!
-MAYCON!
-O QUE FOI?
-O CARRO NA SUA FRENTE!
Maycon se virou para olhar aonde conduzia seu carro, uma enorme viatura da policia estava a frente, no meio do caminho, por puro instinto o rapaz virou o volante e o carro bateu com toda força contra a parede do mercado que estava ali.
O corpo de Jennifer se chocou contra o painel do carro e ar fugiu de seus pulmões, vários cacos de vidro voaram sobre seu rosto e sua seu braço direito pareceu pegar fogo por causa de tamanha dor.
A garota sabia que precisava ficar acordada, mas a dor era alucinante e a garota se entregou a escuridão.
***
Alguns bipes e passos de pessoas de um lado para o outro. Jennifer abriu os olhos confusa e encarou o enorme teto branco que estava acima da cabeça.
Forçou a sua mente a lembrar do que havia acontecido, mas sua mente era um branco sem fim.
Uma jovem, que deveria ser a enfermeira, entrou na ala e sorriu para Jennifer enquanto segurava uma prancheta em suas mãos.
-Bom dia, senhorita. Que bom que finalmente você acordou.
-O que aconteceu?
-Você não se lembra?
-Não de muita coisa.
-Seu nome?
-Jennifer Garcia.
-Idade?
-Dezenove anos.
-Última coisa que se lembra?
Jennifer forçou a memória e lembrou de Maycon, o carro e o tiroteio.
-Maycon... -Ela sussurrou.
A enfermeira sentou ao seu lado:
-Ele era alguma coisa sua?
-Ele foi preso?
-Ele era algo seu? -A enfermeira insistiu na pergunta.
-Não, ele só era o meu amigo...
-Por que você estava naquele carro?
-Ele disse que precisávamos ir embora, e aí aconteceu tudo de uma vez.
A enfermeira concordou:
-Como não tinham nenhuma prova que envolvesse você com as coisas que Maycon fazia, os policiais te liberaram, mas disseram para você tomar mais cuidado, pois a próxima pode ser que você não tenha a mesma sorte. -Jennifer concordou. -E foi um milagre você ter sobrevivido com apenas o osso do braço fraturado.
-Como assim?
-Bem, seu amigo, Maycon... Ele não teve tanta sorte assim...
-Ele...?
-Sim, ele não resistiu aos ferimentos.
-Meu Deus...
-Sinto muito.
-Sem problemas. -A garota respirou fundo.
-Mas ainda tenho mais uma noticia para te dar.
-Pois não?
-Fizemos vários exames para ver se você estava bem, e descobrimos uma coisa...
-O quê?
-Você está grávida.
Jennifer a olhou desacreditada, aquilo não poderia estar acontecendo.
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Feita de Ambições
SpiritualEssa é uma história que não tem um final feliz. Jennifer por toda a sua infância e adolescência fez uma única promessa para si, não deixaria que mais ninguém a colocasse para baixo como haviam feito. Ela era uma mulher que não deveria aceitar migalh...