Tentativas de ter uma família.

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Valéria estava cansada pela viagem até o apartamento de Patrick, então não foi muito difícil fazer ela dormir.

Jennifer já estava preparada, tudo que restava da sua vida no Rio ela queria esquecer, assim como Caíque. Patrick era a chance dela recomeçar.

-Ela se parece muito com você... -Jennifer sussurrou enquanto os dois observavam a garotinha dormindo tranquilamente sem ter ideia da confusão que ela causaria.

-Ela não é minha filha. -Patrick falou após muito tempo ficar em silêncio.

Jennifer sentiu o peso daquelas palavras novamente.

-Patrick... -Ela o olhou piedosamente.

-Não, Jenny! Isso não é certo! Ela não pode ser a minha filha!

-Mas ela é!

-Como você pode ter tanta certeza?

-Patrick, pelo amor... -Ela não deixou transparecer nenhuma dúvida que tinha também.

Valéria poderia ser filha de Maycon... Mas ela não queria aquilo! Não era justo! Valéria tinha que ter um pai, e se Jennifer pudesse escolher, então seria Patrick!

-Como pode me garantir que ela não é filha de qualquer homem por aí? -Sua voz se elevou e mais uma vez a dor estava nos olhos de Jennifer. -Jennifer, desculpa, eu não quis dizer que você era... -Ele tentou pegar a mão da jovem, mas Jennifer a puxou para si.

-Você quis dizer sim! -Ela soou defensiva. -Quis dizer que eu fiquei com qualquer pessoa e que agora estou simplesmente jogando a culpa em você!

-Olha não é que eu não confie em você... -Jennifer resmungou alguma coisa, mas Patrick continuou falando. -Vamos fazer um teste de DNA! Assim não vai restar dúvidas, quando o teste sair você pode ficar sossegada, eu darei um jeito para pagar a pensão para Valéria, e...

-Patrick, para! -Jennifer segurou seus ombros. -Eu não vim aqui para cobrar pensão!

-Então...?

-Não quero que a Valéria tenha apenas um dinheiro! -Seus olhos se encheram de lágrimas. -Eu cresci em uma família toda dividida, não tive pai, fui criada pela minha tia! Não sei o que é família de verdade... E olha só no que eu me tornei... Quero poder fazer mais pela Valéria... -Ela se aproximou.

-Por exemplo? -Ele sussurrou.

-Quero dar uma família de verdade para ela! Eu gosto de você, Patrick! E eu quero ter uma família com você... -O calor começou a percorrer pelo corpo de ambos. -A pergunta é: "Você quer, Patrick?"

Jennifer já estava totalmente inclinada sobre Patrick e apenas uma camada de ar separava seus lábios dos dele. As mãos de Patrick involuntariamente foram até a cintura dá moça e a segurou firmemente. Cada uma das lembranças dos momentos vividos pelos dois os atingiram em cheio e a vontade parecia esmagar seu coração contra as suas costelas. A boca de Jennifer implorava por um toque e sua pulsação começou a ficar mais rápida.

Patrick se levantou abruptamente e Jennifer o olhou confusa:

-O que foi? Fiz algo de errado?

-Isso não é certo.

-Patrick, já fizemos isso tantas vezes... -Ela sussurrou e começou a se aproximar de Patrick.

-Mas eu estou mudando, Jennifer. -Ele pegou alguns lençóis de sua cama e os estendeu no chão.

-O que você está fazendo? -Ela perguntou quando ele se deitou no chão.

-Durma com a Valéria aí na minha cama, eu irei dormir no chão.

-Mas há espaço suficiente para nós três!

-Boa noite, Jenny! -Ele simplesmente se cobriu e sentiu o frio do chão contra o seu rosto.

***

Jennifer abriu os olhos, mas Patrick não estava mais no apartamento. A garota respirou fundo se sentando em sua cama. Realmente era o que o jovem na viela havia dito para Jennifer. Patrick havia mudado, parecia uma outra pessoa em fase de mudanças.

E isso era péssimo. Se Patrick estava se concertando, dificilmente iria querer alguém quebrado como Jennifer.

A garota se levantou e deu uma boa olhada no pequeno apartamento de Patrick a fazendo dar um pequeno sorriso. Ela o iria agradar e iria mostrar que ela era uma moça que valia a pena Patrick gostar novamente.

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