Violência.

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Era sexta-feira e Patrick queria muito que Jennifer fosse para a igreja junto com ele, mas assim que ele a chamou, a garota fingiu estar com uma dor de cabeça muito forte e Patrick acreditou. Ok, ele desconfiou um pouco, mas não insistiu, o que trouxe um alívio para a garota. Ela não queria colocar mais os pés naquela igreja de maneira nenhuma.

Como só estava ela e Valéria, Jennifer começou a arrumar a casa como sempre fazia, ela se sentia tão vazia ultimamente que fazia a maior parte das coisas no automático.

Jennifer estava dobrando as roupas quando olhou pela janela do apartamento e viu Larissa conversando com Patrick.

Seu peito afundou ainda mais. Ela não sabia o quanto, mais sabia que por todo aquele tempo em que esteve fora, Patrick e Larissa haviam se aproximado bastante. Ela sabia que desde quando Patrick estava mal, Larissa gostava dele, mas ali ela viu que talvez o rapaz pudesse retribuir o sentimento.

Se Patrick começasse a gostar de Larissa de verdade, não sobraria espaço para a garota.

Jennifer respirou fundo e a cada dia, nada na relação dos dois mudava, nem com Valéria, Patrick havia mudado.

A garota pensava nisso quando Valéria apareceu na sua frente com o rosto todo pintado e as maquiagens tudo jogadas pelo chão.

-Mã-mãe to bonita?

O sangue de Jennifer ferveu, eram suas maquiagens!

-O que pensa que está fazendo? -Ela gritou se levantando e pegando o braço de Valéria. -VOCÊ É IDIOTA, GAROTA?

-Mã... Ta machucanu! -Os olhos de Valéria se encheram de lágrimas e Jennifer deu um tapa em seu rosto a soltando.

-EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FEZ ISSO! QUE INFERNO!

A garota assustada correu para debaixo da mesa e começou a chorar.

-CALA A SUA BOCA!

-O que está acontecendo? -A voz grave de Patrick fez Jennifer se calar.

A jovem olhou para o rapaz e Patrick estranhou. Ele nunca havia visto Jennifer daquela forma.

-O que está acontecendo aqui?! -Ela repetiu sarcástica. -Advinha? Essa desgraça quebrou todas as minhas maquiagens!

-Olha como fala com ela, Jennifer! -Patrick a repreendeu. -Ela é só uma criança!

-POUCO ME IMPORTA! -Ela voltou a gritar. -SABE QUANTO EU PAGUEI NESSAS MAQUIAGENS?

-Mas são apenas isso! Maquiagens! Depois compra outras!

-Você não entende. -Ela bufou. -Quer saber? Eu preciso sair daqui! -Jennifer pegou seu celular em cima da mesa, foi até Patrick pisando com força nos cacos das maquiagens pelo chão e pegou as chaves.

-Você vai para onde? -Ele perguntou.

-Não sei, mas eu preciso ficar longe dessa menina, se não eu sou capaz de mata-la. -E bateu a porta com toda a força.

Jennifer saiu do prédio e ar gelado da noite a envolveu, a garota precisava relaxar e já sabia o que fazer.

Todo o dinheiro que tinha gastou em drogas e bebidas, e por mais que soubesse que quando o efeito passasse o vazio, a pertubação e a tristeza iriam voltar, ela não se importou.

Jennifer se afundava, e mesmo assim não pedia ajuda.

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