Rejeição e vingança.

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"Querida Mariana,

Eu jamais queria ter causado dor em alguém que me deu tanto amor, por isso, estou indo embora agora, peço que não venha atrás de mim, eu ficarei bem."

Jennifer dobrou a carta e colocou em baixo da chave na mesa da cozinha, ajustou a mochila em suas costas e saiu de casa sem olhar para trás para que não perdesse a coragem da loucura que estava fazendo.

A noite era fria, mas ela não se abateu. Ela já tinha fugido de casa antes, não precisava ter medo.

Jennifer respirou fundo e caminhou até a viela que tinha certeza que Patrick estaria e não era pra menos. Assim que ela virou a esquina pode vê-lo conversando com outro rapaz. Sua vida havia mudado tanto em tão pouco tempo. Um dia ela sonhava em casar em uma linda festa, no outro ela estava morando na rua.

Aonde que Jennifer deixou tudo cair de suas mãos?

-Patrick? -A jovem o chamou se aproximando.

-Oi, Jenny! -Ele sorriu e a puxou pela cintura. -Jenny, esse aqui é o Maycon, Maycon essa daqui é a Jennifer.

O rapaz a olhou de cima a baixo e sorriu:

-Que moça bonita! Parabéns pela namorada, Patrick.

-Obrigado.

-Bom, eu vou deixar vocês a sós, mas vai pensando no que eu te falei, Patrick!

-Pode deixar. -O rapaz se despediu e os dois começaram a caminhar pela rua. Patrick empurrou Jennifer contra a parede e a beijou. -Eu estava com muita saudade de você.

Jennifer sabia que tinha que avisar que havia saído de casa, mas naquele momento ela só se importou com os beijos de Patrick.

Quando amanheceu e a luz tímida do sol entrava pelo pequeno quarto imundo que Patrick havia conseguido para que os dois dormissem naquela noite, Jennifer se levantou e começou a se vestir, quando o rapaz acordou:

-Bom dia... -Ele a cumprimentou. -Achei que você ia ficar mais tempo, o que aconteceu? Sua tia te ligou de novo pra você voltar?

-Não vou embora, Patrick. -Ela caminhou até a cama.

-Não?

-Não vou embora nunca mais.

-Como assim?

-Eu fugi de casa.

Patrick arregalou os olhos:

-Por quê?

-Pra viver com você. -Ela sorriu.

-Você é idiota? -O rapaz a olhou desacreditado.

-Oi?

-Isso mesmo que você ouviu. Você é idiota? Meu Deus, como pode ser tão burra assim? Que merda! -Ele gritou.

-Patrick...

-Pega a suas coisas e da um fora daqui!

-Eu achei que você quisesse...

-Como você pode ser tão ingênua? Jennifer, eu estou morando na rua!

-Eu não me importo! -Ela correu até ele e o puxou pelo braço, fazendo a rapaz cuspir em seu rosto.

-Fora daqui!

Jennifer limpou o rosto, mas não era somente o cuspe de Patrick, as lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.

A garota começou a recolher suas roupas pelo quarto e com o restante da dignidade que ainda possuía, pegou a mochila e saiu.

O ódio, a mágoa e a tristeza a consumiam. A dor daquela humilhação era de mais para a garota.

Jennifer caminhava em silêncio pelas vielas sabendo que aquela havia sido a sua pior escolha, ela deveria voltar para a sua tia, pedir perdão, fazer tudo que precisasse para se redimir...

-Aí! -O rapaz exclamou quando Jennifer bateu nele sem querer. -Oh, Jennifer...

A garota olhou para Maycon e forçou um sorriso:

-Desculpe, eu não te vi.

-Eu percebi, acho que você está com a cabeça bem longe...

-Bem longe mesmo. -Ela mordeu um lábio.

-Quer um pouco pra aliviar? -Ele mostrou o pino de cocaína em suas mãos.

-Não tenho dinheiro.

-Vamos, hoje vai ser por minha conta.

Jennifer sorriu e teve uma ideia melhor. Patrick iria sentir na pele o que havia acabado de perder. Ela chegou mais perto do rapaz e deu um selinho:

-É claro.

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