Marina já tinha se adaptado a não ver Rebeca mais. Após a viagem de uma semana, ao retornar, Rebeca se trancou novamente em sua sala fazendo reuniões só quando extremamente necessárias e de forma rápida e resumida, isso quando não apenas instruía Nicole a fazer.
Marina as vezes se via pensando na situação como um todo, tentava lembrar se tinha feito algo que causou algum mal estar com Rebeca, sabia que tinha um temperamento um pouco difícil e ficava repassando as últimas conversas afim de identificar alguma grosseria que justificasse o afastamento repentino.
Após o almoço, Marina conversava animada com Nicole tomando café em um sofá numa sala de descanso no piso em que trabalhavam. Ao ouvir as risadas, Rebeca pensou um pouco, mas acabou entrando na sala encontrando Nicole acariciando o dorso da mão da Marina.
Por fração de segundos, era como se tudo se congelasse ali, os corações bateram ritmados como se estivessem conectados um ao outro, ambas sentiram milhares de borboletas no estômago e Rebeca sentiu suas bochechas esquentarem.
— Oi Beca, precisa de algo? — Questionou Nicole ao ver sua irmã com uma cara nada boa.
— Venha na minha sala Nicole.
— Estou indo.
Marina sentiu-se sem ar, aproveitou que ficou sozinha e respirou fundo algumas vezes, estava trêmula, começava a perceber que não era normal sentir-se tão nervosa na presença da Rebeca e levantou-se indo para sala.
— O que está acontecendo entre vocês?
— Do que está falando?
— Você e Marina... — Questionou Rebeca possessa de ciúmes tentando controlar o tom de voz.
— Nada Rebeca, eu já disse, somos apenas amigas. O que é? O que está acontecendo?
Ao perceber que extrapolou, se sentou e acendeu um cigarro colocando bebida em um copo enquanto pensava em uma desculpa.
— Se eu imaginei que vocês estivessem tendo algo, imagine os outros funcionários? Você é uma das donas Nicole, pode tentar se comportar como tal?
— Está dizendo que não posso ser amiga de uma funcionária? Você está passando dos limites com suas regras Beca.
— A construtora é o que é graças às minhas regras.
— Em seus funcionários você faça como quiser, mas não vou admitir que fique me dizendo como devo me portar com a Marina.
— Não me desafie Nicole.
— A empresa é minha também Rebeca, e se reclamar eu coloco Marina pra trabalhar na minha sala.
Nicole saiu batendo a porta, e Rebeca deu um trago no cigarro tentando acalmar a respiração. Marina ouviu o barulho da porta, mas foi incapaz de ouvir a discussão entre as irmãs que mesmo nervosas, cuidaram para que o tom da conversa fosse o mais baixo possível.
Marina colocou os fones de ouvido colocando uma seleção de músicas em último volume, cruzando as pernas e tentando esquecer tudo o que aconteceu há minutos atrás.
Rebeca se levantou e foi até a sala da Nicole abrindo a porta sem bater, Nicole encarou-a por um momento. Beca odiava brigar com sua irmã, não conseguia ficar mais do que algumas horas chateada com ela.
— Nicky...
— O que quer?
— Desculpe por me exaltar.
— Eu entendo em partes Rebeca, mas você sabe perfeitamente que Marina é casada, e ela é apaixonada pelo marido, por que essa insistência em achar que tenho algo com ela? Eu não me colocaria em um problema como esses.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Luxúria
RomansaRebeca é uma mulher casada a 7 anos com Isabelly e apaixonada por sua esposa, além de ser dona de uma construtora conceituada e de uma fortuna razoável. Marina é uma engenheira bem sucedida em sua carreira e recém casada com Carlos. Mas será que o...