Já havia se passado mais de vinte dias desde a última ameaça da Isabelly, algo que mesmo se esforçando, Marina não conseguia esquecer. Aparentemente tudo havia voltado ao normal aos poucos, Júlia já estava aceitando a presença da Marina ao lado da Rebeca, e o clima já estava um pouco mais leve. Marina voltou a rotina de trabalho e aulas de dança, e o pouco tempo que se dedicava a isso, podia esquecer momentaneamente que alguém não mediria esforços para acabar com sua vida.
— Vamos repassar uma última vez, ok? — Disse Marina voltando a música ao início.
Era início da noite, em uma sexta-feira quente e agradável, Marina estava exausta da semana puxada de trabalho, despediu-se de seus alunos e desligou o pequeno aparelho gravador da tomada juntando suas coisas e entrando no vestiário para tomar um banho. Sorriu ao lembrar da mensagem que recebeu da Rebeca no fim do expediente.
Rebeca: "Te encontro no seu restaurante favorito, tenho uma surpresa. Te amo."
A curiosidade fazia Marina ter borboletas no estômago, estava louca para ver Rebeca, a aula parecia ter demorado muito mais do que de fato era, somente por sua ansiedade.
Após se arrumar, Marina ajeitou os cabelos e contornou os lábios grossos com um batom vermelho, guardou todas as coisas em sua bolsa e saiu em direção ao carro que estava estacionado na frente da escola. Mary abriu a porta de trás jogando suas coisas, e quando se aproximou da porta do motorista, viu Isabelly se aproximando. Nervosa, e com os dedos escorregadios, ela não conseguiu abrir a porta, lhe causando ainda mais pânico.
— Está tentando fugir? Não é mulher suficiente para arcar com as consequências de seus atos?
Marina abriu a porta, mas ouviu a arma sendo engatilhada parando imediatamente.
— Você não vai fazer essa desfeita de me deixar falando sozinha, vai?
— O que quer? Vai atirar? Atire de uma vez.
Isabelly se aproximou acertando dois tapas na cara da Marina que sentiu o tremor do ódio percorrer todo o seu corpo.
— Isso é por todas as vezes que Rebeca me bateu por culpa sua.
Marina olhou para Isabelly fora de si, pouco se importava que ela tinha uma arma nas mãos, estava disposta a não deixar barato, uma atitude impensada no calor do momento.
— Isabelly?
Carlos olhou para Marina com os olhos tristes, e voltou a olhar para Isabelly que continuava em pé com a arma apontada para a cintura da Mary.
— Eu avisei para não fazer isso, Belly. Me entrega essa arma. — Isabelly se virou encarando o homem branco com os olhos frios e nervosos.
— Você me prometeu, Carlos. Você disse que não deixaria isso acontecer. Essa mulher destruiu minha vida. Eu amei você seu inútil.
— Belly, vamos embora. Sério cara, você vai se complicar.
— Você não teve a capacidade de manter essa mulher longe da Rebeca, seu frouxo.
— Você não pode mudar isso, eu também não posso, vamos embora, por favor.
Isabelly desviou o olhar do Carlos, empurrando Marina contra o carro e segurando-a pelo cabelo.
— Enquanto você fodia com a Rebeca, eu estava dando para o seu marido, sabia? — Marina olhou para o Carlos que se aproximou puxando Isabelly pela cintura.
— Cala essa boca, Isabelly. — Disse ele puxando-a.
Carlos empurrou Isabelly contra o chão tentando puxar a arma de sua mão, eles entraram em uma luta corporal por alguns minutos, Marina estava estática, não conseguia reagir ao que via, seu corpo não reagia ao que sua mente registrava, até que ouviu um disparo. Isabelly se levantou com as mãos na cabeça andando de um lado para o outro repetidas vezes enquanto Carlos baleado tentava se mover, sem sucesso.
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Luxúria
RomanceRebeca é uma mulher casada a 7 anos com Isabelly e apaixonada por sua esposa, além de ser dona de uma construtora conceituada e de uma fortuna razoável. Marina é uma engenheira bem sucedida em sua carreira e recém casada com Carlos. Mas será que o...