Capítulo 36

4.7K 471 352
                                        

Rebeca chegou em sua casa no início da noite, colocou a mala no quarto e abriu todas as janelas respirando o ar daquele ambiente. Tinha uma vontade louca de sair imediatamente deixando tudo para trás, indo até Marina.

— Você pode se complicar. — Começou Jorge na ligação. — Se você for intimada e estiver em outro país, podem entender como se você estivesse fugindo, e só foge em quem tem algo a esconder.

— Mas seria rápido, no máximo três dias.

— Rebeca, eu entendo sua necessidade de ir até lá, porém preciso que me ajude para que a gente possa ter sucesso na sua defesa. Você precisa se preparar, apesar de conhecermos a Isabelly e sabermos o quanto ela é dissimulada, não temos nem ideia do que ela pode alegar contra você. Você precisa manter a calma e a tranquilidade em todo o processo.

— Tudo bem, Jorge. Obrigada.

Rebeca acendeu um cigarro e jogou o corpo para trás na tentativa frustada de relaxar, a verdade era que estava uma pilha de nervos por saber as possíveis consequências de enfrentar a Isabelly de frente.

Marina estava tirando uma lasanha do forno e arrumando em uma travessa o frango assado com batatas quando ouviu a porta sendo aberta.

— Meu Deus, que cheiro maravilhoso! E você? Será que não pode ficar parada? Eu não acredito que saiu para trabalhar hoje, Marina!

— Eu precisava, Nicole. Já tinha trabalho acumulado demais.

— Não sei o porquê de tanta pressa, você pode ir resolvendo daqui. E se aquele embuste quiser agilidade, ele mesmo que faça.

— Nicole... — Disse Marina tentando pará-la, já que Júlio estava atrás dela ouvindo toda a conversa.

— Não defenda aquele cachorro vira lata não. Sei que é o seu trabalho e você é muito responsável, mas se ele tem pressa, que ele mesmo faça. Aliás, você devia voltar para a construtora, sempre te avisei que trabalhar com aquele cretino era uma fria.

— Nicole...

Ela se virou rapidamente colocando a mão sobre o peito pelo susto que levou, encarou Marina que gargalhava sem conseguir se controlar, e voltou a olhar para o Júlio.

— Quer me matar desgraça? O que faz aqui?

— Eu vim te ver, Nicky.

— Chegou tarde, seu embuste. Perdeu a vez. A fila já andou!

Marina continuou a colocar os pratos na mesa ignorando a confusão entre eles.

— Vamos jantar, gente. Depois vocês brigam com calma.

— Volto já, vou tomar um banho.

Nicky adentrou o quarto enquanto Júlio se sentou de frente para Marina, se servindo com calma.

— Mary, eu estive pensando que dez dias são suficientes para ficarmos aqui, depois podemos voltar para o Brasil.

— Sério?

— Sim, você fez um trabalho incrível, conseguimos avançar muito. Além do mais, acho que você precisa resolver algumas pendências no nosso país, não é?

Mary levou o garfo até os lábios em silêncio e assentiu afirmativamente. Sabia que tinha que lutar por Rebeca, algo que não seria fácil. Não sabia sinceramente o que esperar após o seu retorno, Rebeca estava em uma situação delicadíssima, em que de um lado tinha a pressão de Isabelly, e do outro, o amor por sua filha, algo que pesava muito na decisão.

Marina estava distraída conversando com Júlio quando prendeu os olhos na Nicole sendo seguida por ele. Ela estava linda, seus cabelos negros estavam soltos e sua maquiagem realçava seus traços marcantes, ela usava botas e uma calça escura com um casaco bonito que lhe caiu super bem.

Luxúria Onde histórias criam vida. Descubra agora