Capítulo 19

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Naquela manhã fazia um frio de congelar a alma, Marina se sentou na cama tentando manter-se acordada e logo foi para o banheiro. Ao sair, ouviu alguém bater na porta e já imaginou quem fosse. 

— Oi. — Disse Marina abrindo a porta para Rebeca.

— Bom dia, podemos ir?

— Sim. Vou só terminar de arrumar minhas coisas.

Rebeca olhou para Marina que vestia uma calça jeans clara com uma blusa simples escura. Ela adorou a forma que Mary moldava os cachos molhados após o banho e o cheiro de seus perfumes que invadiam o quarto.

— Vai ficar parada aí me olhando? — Perguntou Marina incomodada.

— Acredite que preferia estar fazendo outra coisa.

Mary olhou para Rebeca e em silêncio voltou a ajeitar os cabelos. Rebeca deu alguns passos em direção a ela e deixou um beijo em sua nuca saindo do quarto em seguida.

"A Rebeca está achando que sou dela, só pode! Abusada." Marina terminou de arrumar as coisas e desceu.

— Marina, seu cabelo é muito legal. — Disse Júlia mordendo um morango vermelhinho.

— Obrigada, meu amor!

Após tomarem café da manhã, ambas foram até o carro guardando as coisas no porta malas, Júlia já tinha entrado e fechado a porta.

— Quer dirigir? — Disse Rebeca estendendo a chave.

— Quero! — Marina sorriu empolgada.

— Vou ganhar um beijo?

— Claro... que não.

Rebeca entregou a chave e entrou no carro, Marina tirou os saltos e começou a dirigir. Após algum tempo de viagem, Júlia já estava dormindo e Rebeca passou a observar Marina, queria dizer muitas coisas que talvez já estivessem mais claras do que água.

— Mary...

Marina, olhou para os olhos da Rebeca e continuou a observar a estrada em silêncio, Rebeca baixou um pouco o volume do som e olhou para frente.

— Mary, eu quero muito te ter em meus braços.

Marina olhou nervosa para Rebeca e sentiu seu corpo aquecer rapidamente, seus lábios grossos tremularam e sua única atitude foi segurar mais forte o volante do carro.

— Não vai acontecer, Rebeca, eu sou casada e você também é. Não estou acreditando na sua audácia, sua filha está no banco de trás, o que ela pensaria se ouvisse isso? — Rebeca suspirou e olhou para frente.

— Diz que não se sente atraída por mim. Diz que estou fantasiando isso tudo que está acontecendo entre a gente.

Marina mordeu o lábio tentando controlar a respiração, continuou observar a estrada e tudo a sua volta fazendo o possível para não olhar para Rebeca.

— Foi o que pensei... — Concluiu. — Você quer tanto quanto eu, só tem medo...

— Rebeca, já chega! Entenda de uma vez que eu não quero, eu amo o Carlos!

Rebeca olhou Marina por um momento e calou-se, se arrependendo por ter tocado no assunto, sabia que as coisas estavam fluindo e que devia ter um pouco de paciência. Marina por outro lado queria sumir dali, se sentia errada por tudo o que sentia por Rebeca, não gostava de perceber que seu coração tinha vontades próprias, não podia jamais machucar Carlos que era um companheiro tão maravilhoso.

Já era fim da tarde e a viagem toda foi em um silêncio incômodo, Marina estava no banco do passageiro enquanto Rebeca agora dirigia após a parada que fizeram, trocou algumas mensagens com Carlos avisando a ele que estava chegando.

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