Naquela manhã fazia um frio de congelar a alma, Marina se sentou na cama tentando manter-se acordada e logo foi para o banheiro. Ao sair, ouviu alguém bater na porta e já imaginou quem fosse.
— Oi. — Disse Marina abrindo a porta para Rebeca.
— Bom dia, podemos ir?
— Sim. Vou só terminar de arrumar minhas coisas.
Rebeca olhou para Marina que vestia uma calça jeans clara com uma blusa simples escura. Ela adorou a forma que Mary moldava os cachos molhados após o banho e o cheiro de seus perfumes que invadiam o quarto.
— Vai ficar parada aí me olhando? — Perguntou Marina incomodada.
— Acredite que preferia estar fazendo outra coisa.
Mary olhou para Rebeca e em silêncio voltou a ajeitar os cabelos. Rebeca deu alguns passos em direção a ela e deixou um beijo em sua nuca saindo do quarto em seguida.
"A Rebeca está achando que sou dela, só pode! Abusada." Marina terminou de arrumar as coisas e desceu.
— Marina, seu cabelo é muito legal. — Disse Júlia mordendo um morango vermelhinho.
— Obrigada, meu amor!
Após tomarem café da manhã, ambas foram até o carro guardando as coisas no porta malas, Júlia já tinha entrado e fechado a porta.
— Quer dirigir? — Disse Rebeca estendendo a chave.
— Quero! — Marina sorriu empolgada.
— Vou ganhar um beijo?
— Claro... que não.
Rebeca entregou a chave e entrou no carro, Marina tirou os saltos e começou a dirigir. Após algum tempo de viagem, Júlia já estava dormindo e Rebeca passou a observar Marina, queria dizer muitas coisas que talvez já estivessem mais claras do que água.
— Mary...
Marina, olhou para os olhos da Rebeca e continuou a observar a estrada em silêncio, Rebeca baixou um pouco o volume do som e olhou para frente.
— Mary, eu quero muito te ter em meus braços.
Marina olhou nervosa para Rebeca e sentiu seu corpo aquecer rapidamente, seus lábios grossos tremularam e sua única atitude foi segurar mais forte o volante do carro.
— Não vai acontecer, Rebeca, eu sou casada e você também é. Não estou acreditando na sua audácia, sua filha está no banco de trás, o que ela pensaria se ouvisse isso? — Rebeca suspirou e olhou para frente.
— Diz que não se sente atraída por mim. Diz que estou fantasiando isso tudo que está acontecendo entre a gente.
Marina mordeu o lábio tentando controlar a respiração, continuou observar a estrada e tudo a sua volta fazendo o possível para não olhar para Rebeca.
— Foi o que pensei... — Concluiu. — Você quer tanto quanto eu, só tem medo...
— Rebeca, já chega! Entenda de uma vez que eu não quero, eu amo o Carlos!
Rebeca olhou Marina por um momento e calou-se, se arrependendo por ter tocado no assunto, sabia que as coisas estavam fluindo e que devia ter um pouco de paciência. Marina por outro lado queria sumir dali, se sentia errada por tudo o que sentia por Rebeca, não gostava de perceber que seu coração tinha vontades próprias, não podia jamais machucar Carlos que era um companheiro tão maravilhoso.
Já era fim da tarde e a viagem toda foi em um silêncio incômodo, Marina estava no banco do passageiro enquanto Rebeca agora dirigia após a parada que fizeram, trocou algumas mensagens com Carlos avisando a ele que estava chegando.
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Luxúria
RomanceRebeca é uma mulher casada a 7 anos com Isabelly e apaixonada por sua esposa, além de ser dona de uma construtora conceituada e de uma fortuna razoável. Marina é uma engenheira bem sucedida em sua carreira e recém casada com Carlos. Mas será que o...