Marina acordou na madrugada confusa, fazia dias que estava em um estado de vida cômico, olhava para o teto branco do seu pequeno apartamento que comprou em seu primeiro emprego, depois de formada como engenheira, todos os itens que comprou com muito trabalho e esforço, e a paz que aquele ambiente lhe proporcionava.
Marina se levantou e fez um chocolate quente, inalou aquele cheiro de infância e sorriu, daria qualquer coisa para que sua única preocupação fosse não perder seu desenho animado preferido. Lembrou por um momento de seus pais, a autoritária dona Amélia e o calmo Antônio, e como eles tiveram grande interferência na vida que tem hoje, na escolha do curso, no noivado, no casamento. Parecia mentira que uma mulher com seus 32 anos tivesse ainda grande preocupação com o que seus pais pensariam de seus atos. O desejo mais profundo de Marina era ter cursado qualquer coisa que tivesse a dança envolvida, mas dona Amélia jamais permitiu, pra ela, dança a faria morrer de fome, porém apesar de ganhar muito bem como engenheira, ganhava um valor considerável como professora de dança no curto tempo de aula que ministrava, e se pudesse trabalhar mais, não teria o conforto de hoje, mas jamais morreria de fome.
Claro que Marina não era infeliz na profissão que escolheu, como sempre soube adquirir prazer no que fazia. Não é atoa que decidiu cursar arquitetura, de livre e espontânea vontade.
Marina deu mais um gole na bebida quente que lhe aquecia como um carinho, pensou naquele momento no concurso de dança que enfrentaria, nada poderia ser mais empolgante, as medalhas que colecionava eram um orgulho gigante pra ela. Por um momento pensou em Júlia e o desejo que tinha de participar da competição, assim como a autorização de Rebeca, mas faria o possível para que não acontecesse, não imaginava o que poderia acontecer em ter que viajar com Rebeca e possivelmente a naja loira, poderia garantir que ia surtar.
— Você está com uma carinha péssima, Mary. — Disse Nicky observando-a.
— Sono, Nicky. Ando dormindo mal.
— Por causa de tudo, não é?
— Sim...
— Eu imagino que não é algo fácil. —Marina esticou-se e viu Júlio entrar, ele olhou para Nicole e sorriu.
— Oi, Nicky. Que prazer vê-la todas as manhãs.
— Pena que não posso dizer o mesmo.
— Disse ela virando o rosto fazendo Marina sorrir.Júlio divertiu-se e a abraçou contra a sua vontade, beijando seu rosto deixando-a vermelha.
— Idiota. — Disse ela ajeitando as roupas e os cabelos bagunçados pelo agarro.
— Você me ama, Nicole. Admita. — Disse Júlio tomando o café da xícara da Nicole.
— Você está sem trabalho? Posso conseguir uma vaga na Construtora W pra não ficar com o tempo tão ocioso.
— Tenho muita coisa a fazer, mas vê-la ainda é a melhor opção.
Marina gargalhou gostosamente ao ver quanto a Nicky ficava constrangida com as investidas do Júlio.
Marina estava praticamente com o dia todo cheio, precisava ensaiar loucamente para essa competição, no final da semana seria escolhido os alunos que participariam, e por sorte ou azar, ela não teria nenhuma influência nas escolhas.
Rebeca estava assistindo a mais uma aula, já conhecia os passos de Marina e a elegância com que dançava, olhou para o celular que tocava pela segunda vez, era Isabelly.
— Oi. — Disse deixando a sala e indo para um local mais silencioso.
— Onde está, Beca?
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Luxúria
RomantizmRebeca é uma mulher casada a 7 anos com Isabelly e apaixonada por sua esposa, além de ser dona de uma construtora conceituada e de uma fortuna razoável. Marina é uma engenheira bem sucedida em sua carreira e recém casada com Carlos. Mas será que o...