Capítulo 27

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Marina estava analisando a planta enquanto Rebeca apareceu com uma petisqueira com frios, amendoins e castanhas.

— Gosta de cerveja ou prefere outra coisa? Tem vodka, conhaque, Martini...

— Cerveja pra mim é suficiente.

Mary tomou um gole de sua cerveja gelada e observou Rebeca trançando os cabelos de Júlia, não tinha dúvidas de que desejava ter na vida uma experiência como essa, ser mãe, viver para alguém, e por alguém.

— Bom, eu gostei das poucas alterações que fez. Gosto de manter essa estrutura antiga, é uma casa muito charmosa. — Disse Marina ao ver Rebeca se sentar.

— Sim, foi o que mais me chamou a atenção.

— Só não entendi esse outro quarto ligado ao seu, outro closet? O seu closet já é amplo.

Rebeca olhou para Júlia que brincava animada com duas amigas e bexigas coloridas cheias d'água molhando todo o Deque animada, e voltou a olhar para Marina.

— Um quarto de relaxamento.

— Relaxamento? Com o que? Vídeo game? Sauna? Ofurô?

— Quase isso. Cordas, algemas, chicotes.

Marina olhou para Rebeca e sorriu tomando um gole de cerveja e provando algumas castanhas.

— Vai me deixar te amarrar? — Rebeca arqueou a sobrancelha esquerda e perdeu rapidamente o ar de animação.

— Não. Eu sou a pessoa que amarra, e não a que é amarrada. — Rebeca acendeu o cigarro se esticando com as pernas na cadeira da frente.

— Que pena, adoraria amarrar você.

Marina se levantou e retirou o cigarro dos dedos de Rebeca jogando-o novamente no chão e pisando com a sola do pé.

— Já disse, nada de cigarros, senhora Williams.

Marina virou as costas caminhando tranquilamente, ligou o chuveiro da parte externa molhando o corpo e pulando na piscina em seguida, deixando Rebeca mais perplexa do que na noite anterior.

Quando Mary deixou a piscina, Rebeca não estava mais, tinha entrado e recolhido as coisas deixando apenas uma toalha para ela. Mary entrou e viu Rebeca na cozinha preparando algo, olhou para fora e conferiu que Júlia estava longe deixando um beijo na nuca da ruiva.

— Quer ajuda?

— Não.

— Está de mau humor?

— Sim...

— Não me importo, vou te ajudar mesmo assim. — Marina sorriu levemente e aproximou de Rebeca ajudando com o almoço.

Já era fim de tarde quando Marina resolveu ir para casa mesmo com o pedido contrário de Rebeca, mas não se sentia muito bem e preferiu não incomodar, indo descansar em seguida.

Nicole estava jogada no sofá vendo filme após tomar um banho quente, viu seu celular tocar e ignorou ao ver que era o insistente do Júlio. Foram mais uma e outra chamada até que Nicole resolveu atender.

— Oi, que desespero é esse?

— Será que da para abrir o portão da sua residência minha querida?

— O que faz aqui? Eu te convidei?

— Sim, na semana passada.

— Já faz muito tempo, e não me recordo.

— Nicole, se não abrir eu vou entrar de algum jeito.

— Essa eu pago pra ver, todo engomadinho pulando o meu muro.

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