Marina ao ouvir Nicole bater na porta estremeceu, seu coração palpitou e o medo percorreu sua espinha de uma forma em que sentiu seu estômago embrulhar.
— Mary, sou eu. Abra.
Marina respirou fundo e destrancou a porta se jogando nos braços da Nicole e chorando profundamente sem nenhum pudor. Nicole fechou a porta e ficou abraçada a Marina em silêncio, afagando suas costas em um carinho lento e cuidadoso.
— Acalme-se Mary, por favor. Você não pode ficar nervosa.
Após um longo tempo, Mary pode se acalmar. Ela olhou nos olhos da Nicole e a puxou para o sofá. Nicole foi até a cozinha voltando com um copo de água, entregou para Marina e continuou prestando atenção, esperando pacientemente o que ela tinha a dizer.
— Você sumiu, estávamos preocupados principalmente com sua saúde. Eu estive aqui, Júlio esteve aqui, nós estávamos muito preocupados com você. O que houve?
— Carlos... eu deixei ele entrar, eu não devia ter deixado, eu não imaginei...
Nicole percebeu que ela começava a se alterar novamente, e tudo o que dizia era desconexo.
— Quer ir ao médico? Você está muito nervosa.
Marina negou cobrindo os olhos com as palmas das mãos e secando as lágrimas abundantes que saiam de seus olhos. Após um suspiro longo e pesado Marina pode se acalmar novamente.
— Carlos esteve aqui... — Disse pausadamente como se tivesse dificuldade de formar frases simples. — Ele me ligou, e eu percebi que ele tinha bebido, eu deixei que ele entrasse, eu o convidei para jantar. — Respirou fundo soltando o ar pelos lábios. — Ele estava alterado, ele nunca bebeu desde que nos conhecemos.
Nicole já tinha percebido do que se tratava, e um calor de fúria começava a tomar seu corpo.
— Ele pediu para tomar banho, eu deixei, quando ele voltou ele me beijou. Ele tentou... você sabe.
— Ele te forçou a transar? Cara, ele fez isso? — Marina fechou os olhos fortemente e olhou para Nicole.
— Não. Ele não fez.
— Filho da puta! Mesmo assim tentou.
— Nicky, ele não é assim. Eu acho que foi o álcool, eu não sei. — Mari apertou os olhos respirando fundo. — Sei da gravidade do que ele tentou fazer, como também sei que ele estava fora de si. Estou tão triste, eu tinha tanto carinho por ele, o caráter, a índole dele, a criação.
— Nada justifica, Marina.
— Eu sei. Não estou defendendo. Mas é confuso, eu não sei o que pensar.
— Vai denunciar ele? — Marina olhou para Nicole e voltou o olhar para seus dedos.
— Não.
— Como não? Marina, a Rebeca vai acabar com o Carlos quando souber.
— Nicole, ela não vai saber.
— Vai esconder dela? Por favor, Marina.
— Por favor, Nicole! Eu só quero... eu só quero esquecer.
— Isso não é certo!
— Foi apenas um susto, ele não chegou a fazer nada. Vamos esquecer, eu preciso esquecer isso. Denunciar, ir atrás dele, só vai fazer com que eu me sinta pior. Eu quero seguir em frente, eu quero esquecer, eu quero viver em paz.
Nicole olhou para Marina e ficou em silêncio, voltou a abraça-lá e beijou carinhosamente seu rosto.
— Eu me preocupo com você! Se você não denunciar, ele pode vir novamente atrás de você, Marina. Não consegue ver isso?
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Luxúria
RomanceRebeca é uma mulher casada a 7 anos com Isabelly e apaixonada por sua esposa, além de ser dona de uma construtora conceituada e de uma fortuna razoável. Marina é uma engenheira bem sucedida em sua carreira e recém casada com Carlos. Mas será que o...