Capítulo 26

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Sabe quando o mundo desmorona sobre sua cabeça? É assim que Marina se sentia naquele momento, conversou com Júlio e estava trabalhando de casa pelo decorrer de toda aquela semana atribulada. Uma semana cheia de desafios, com dona Amélia ligando insistentemente, com excesso de trabalho, e preocupada com Carlos que não estava nada bem segundo Marta, sua ex sogra. Rebeca não ligou mais, sabia que Marina precisava daquele momento sozinha e respeitou seu pedido.

"Eu não aguento mais, eu vou enlouquecer." — Gritou Marina fechando o notebook e se levantando após mais uma ligação perdida de dona Amélia. Depois de vários toques, Carlos atendeu.

— Mary?

— Carlos, podemos sair pra jantar? Te espero no restaurante de sempre daqui a 1h.

— Está bem, até mais.

Marina se vestiu, e antes do horário combinado já estava no restaurante tomando uma bebida qualquer esperando que Carlos chegasse. Carlos apareceu minutos depois visivelmente abatido, com olheiras profundas e totalmente nervoso, algo que quebrou o coração de Marina em milhões de pedacinhos.

Marina se levantou e abraçou fortemente Carlos em silêncio, seu coração estava acelerado e tinha uma louca vontade de chorar, queria pedir desculpas por não ter se dedicado o suficiente em seu casamento, olhou em seus olhos e voltou a se sentar.

— Sua mãe tem me ligado nos últimos dias, estive preocupada com você. — Carlos olhou para Marina e balançou a cabeça se sentindo idiota por estar ali.

— Então é isso? Me chamou aqui porque minha mãe está lhe perturbando?

— Não, não é isso. Eu me preocupo com você. Como acha que estou? Não tem sido fácil para mim também.

— Eu estou bem, Marina. Não se sinta culpada.

O garçom se aproximou anotando os pedidos e saindo em seguida deixando eles novamente sozinhos.

— Não estou aqui por sentimento de culpa. Tivemos uma relação importante, embora não acredite, eu amo você e me preocupo, de verdade. Eu quero saber que está bem, que está se cuidando, que continua sendo o homem maravilhoso por quem me apaixonei.

— Eu estou bem, Marina. Não vou negar que estou triste, mas você sabe como minha mãe exagera no drama.

— A dona Marta é uma figura.

— Sim. Aliás, comprei um apartamento, gostaria que fizesse o projeto.

— Sério? Faço sim, com o maior prazer. Me mande as fotos e a planta.

— Me mande seu orçamento.

— De forma alguma, jamais iria cobrar de você, faço com prazer.

Marina tomou vinho animadamente com Carlos, a companhia dele era muito agradável, algo que a conquistou logo de cara no início do relacionamento. Ambos jantaram e conversaram sobre tudo, como bons amigos.

— Não precisamos ser inimigos, eu sinto sua falta.

— Não sei se posso te ver como amiga, mas concordo que tivemos uma relação incrível, e não devemos deixar de nos falar. — Marina provava da sobremesa quando viu Carlos olhando-a pensativo.

— Pode perguntar. — Brincou sabendo o que ele queria.

— Você me traiu com a Rebeca? —Marina sentiu seu corpo congelar por um instante, como responder a uma pergunta dessas?

— Carlos, tem certeza que quer mesmo tocar nesse assunto?

— É, tem razão. Tem coisas que é melhor deixar pra lá.

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