Capítulo 8

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O que são 20 dias? Quando se é uma viagem de férias é pouco tempo, quando se espera algo importante é tempo demais, mas naquele caso, 20 dias seria uma verdadeira eternidade. Rebeca não queria passar esses últimos dias vendo Marina, por esse motivo viajou para o Chile onde tem alguns projetos a serem entregues com a desculpa de que iria supervisiona-lós, levando Júlia e Isabelly com ela.

Nicole ainda não tinha superado ter se apaixonado por uma mulher casada, sabia que Marina amava Carlos e nada aconteceria entre elas, mas sentia-se constrangida pelo beijo.

— Vamos almoçar? — Perguntou Marina abrindo a porta da sala da Nicole.

— Estou um pouco enrolada, vou pedir alguma coisa.

— Está bem, peça pra mim também. — Disse Marina fechando a porta e se sentando.

Nicole observou-a pensativa, fez os pedidos e desligou o computador. Ambas se sentaram de frente uma para a outra e se olharam nos olhos.

— Estou muito constrangida, Mary. Não consigo agir naturalmente com você, eu sou muito sincera, não consigo guardar isso pra mim. — Disse desabafando.

— Não precisa se sentir assim, eu não estou chateada, está tudo bem.

— Eu sei... mas minha consciência está pesando.

— Pois deixe isso pra lá, eu mesma já esqueci.

— Mary... por que decidiu sair?

Marina ficou pensativa, sabia que não podia dizer a verdade. Como diria a Nicole que estava indo embora pois se sentia atraída por Rebeca? Impossível.

— Desculpa... é algo muito pessoal.

— Tudo bem, espero que não seja por minha causa.

— Não, Nicole, claro que não.

— Está bem, boa sorte e tenha cuidado com Júlio que é um embuste safado.

— Como assim?

— Aquele ali só não pega os homens da empresa porque aparentemente é hétero. Tente não ficar sozinha com ele, ele é um crápula tarado. Qualquer coisa você volta? Vou sentir sua falta.

— Claro, podemos almoçar juntas, eu não vou estar tão longe daqui.

— Verdade.

Naquela manhã após tomar café tranquilamente, Marina saiu para o seu primeiro dia de trabalho na nova empresa. Ao chegar, foi recepcionada pessoalmente por Júlio que sorriu e lhe deu abraço ao vê-la.

— Seja muito bem vinda, Marina.

— Obrigada.

Júlio levou Marina até a sala onde ficaria, e após mostrar tudo o que precisaria, se retirou deixando-a sozinha. Marina sentiu-se especial naquele ambiente, sua sala era muito maior do que na construtora W e tinha um sofá e um minibar para ela, a visão não era tão privilegiada quanto na construtora que ficava de frente ao mar, mas não se importava muito.

Ao contrário do que Rebeca pensava, Júlio não tinha más intenções sobre a contratação da Marina. Ele convidou Rebeca para uma reunião justamente para acertar as coisas e ali ela estava, na sala de espera.

— Bom dia, minha querida. — Disse Júlio cumprimentando-a

— Bom dia, Júlio.

Ambos entraram em uma ampla sala e Júlio se sentou de frente para Rebeca.

— Eu sei que você deve estar pensando que agi de má fé em relação a você e a sua empresa, mas não é assim. — Rebeca ouvia atentamente em silêncio. — Minha demanda está gigante, estamos fechando muitos contratos ultimamente. É muito mais ágil para mim acompanhar os projetos do que sempre ficar alinhando com vocês. É muito mais prático eu enviar todo o projeto pronto para que vocês apenas executem.

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