Capítulo 7

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Encontrando coragem de onde não tinha, Marina ligou para Júlio Monteiro e nesse exato momento tomava uma taça de vinho para conter o nervosismo.

— Marina, confesso que fiquei surpreso por sua ligação, perdoe meu atraso, tive um pequeno imprevisto.

— Claro, sem problemas.

Júlio se sentou e fez o pedido enquanto Marina balançava os pés um pouco nervosa. Não costumava a ficar nervosa, mas sabia que aquele caso era diferente.

— Eu sou muito direto, Marina, você deve ter percebido. E também sei que me ligou para saber a proposta que tenho para ti.

— Sim.

— Bom, não sei se conhece nossa história, mas temos uma grande rede de academias, uma rede de restaurantes e uma rede de hotelaria. Somos três sócios, eu, meu irmão e meu cunhado. Acho que da pra ter uma ideia. Eu realmente gosto muito dos serviços da Construtora W, mas gostaria que a construtora apenas executasse, entende? Queria uma engenheira para cuidar de todos os projetos de perto, nossa demanda é realmente grande.

— Entendi... então no lugar de terceirizar todo o processo, você quer apenas terceirizar a construção...

— Exato. Eu não sei qual é sua remuneração na Construtora W e realmente não me interessa, se aceitar, diga qual o valor que quer receber e negociamos.

— Bom senhor Júlio, eu sou uma engenheira experiente além de também ser arquiteta, pensei em... 20 mil. — Atualmente a remuneração na Construtora W era de 15 mil reais, Júlio tomou o vinho de sua taça e sorriu.

— Para não ter o risco de você recusar, fecharemos em 25 mil.

Marina olhou para ele nervosa e sorriu, sabia que era o melhor a se fazer. Não era por dinheiro, era pela aproximação com Rebeca que não lhe fazia bem.

— Eu só preciso de um tempo até que consigam outra pessoa para o meu lugar, 20 dias no máximo, eles foram muito gentis comigo e tenho respeito e um carinho enorme pela empresa que trabalho.

— Como quiser, será um prazer tê-la conosco.

— Obrigada, senhor Júlio.

Marina entrou na construtora nervosa, olhou em direção a sala de Rebeca e sentiu seu coração apertado a ponto de sufoca-la.

— A Nicole está na sala dela? — Marina perguntou a recepcionista.

— Sim... está sim.

Nicole estava deitada no sofá quando Marina entrou, o nervosismo era tão grande que seus batimentos cardíacos chegavam a ser ensurdecedores.

— Nicole, podemos conversar?

— Claro Mary, sente aí.

— Eu nem sei como dizer sem ser direta, eu recebi uma proposta.

— Proposta?

— A empresa do senhor Júlio Monteiro me convidou para ser engenheira deles.

— E você não aceitou, né?

Marina ficou em silêncio e mordeu o lábio encarando-a.

— Eu aceitei.

Nicole se levantou com as mãos na cintura visivelmente chateada, seu rosto claro começava e ficar vermelho.

— Aceitou? Por que aceitou? Não pagamos o suficiente? Quer um aumento?

— Desculpa, Nicole...

— Eu não aceito sua demissão, Marina.

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