Capítulo 39

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Ainda sentada naquele mesmo banco de madeira, Marina passou algumas horas pensando em tudo o que a Lívia havia dito, até que as primeiras gotas de chuva a despertou do transe, fazendo com que ela voltasse para o apartamento o mais rápido possível. Ao entrar, Marina viu que seu celular tinha algumas chamadas não atendidas da Rebeca, suspirou fundo e retornou a ligação.

— Oi, Rebeca.

— Mary, como está? Nicole disse que teve um problema com seu celular. Está tudo bem?

— Sim.

— Eu acabei de chegar, queria te ver, você tem como vir? Só não vou porque a Júlia está aqui. — Marina ficou em silêncio e olhou para o relógio, suspirou pensativa e achou melhor não arriscar.

— Está um pouco tarde, amanhã a gente se vê. — Rebeca fez silêncio por alguns minutos e do outro lado da linha só era possível ouvir sua respiração.

— Está bem, Mary. Até amanhã.

Marina precisava pensar, aquela conversa com a Lívia estava martelando milhares de vezes dentro de sua cabeça.

Naquela manhã fria, Marina se levantou sonolenta entrando para o banho, precisava trabalhar. Após se arrumar, tomou café calmamente com o tempo a seu favor. Marina estacionou seu carro posicionado próximo ao elevador, no local de maior alcance das câmeras de segurança. Fechou os olhos respirando fundo enquanto entrava, odiava não se sentir segura para usar a escada.

Após ligar o ar condicionado, Marina pegou uma xícara com pouco café e se sentou, ligou o computador e focou no trabalho que devia ser feito com urgência. Já no fim do dia, antes de ir para a casa da Rebeca, ela pediu para um funcionário acompanhá-la até seu carro, e mesmo estranhando, o homem fez sem hesitar.

Após ligar para Rebeca avisando que estava chegando, Marina viu o portão se abrindo para que ela estacionasse, e com seu coração pulsando dentro do peito tentou se acalmar, todas as palavras de Lívia surgiam cada vez mais intensas em sua cabeça.

— Boa noite, meu amor. — Disse Rebeca puxando-a pela cintura enquanto beijava seus lábios com carinho.

— Boa noite, Rebeca. Precisamos conversar.

Rebeca observou Marina e arqueou a sobrancelha esquerda um pouco tensa, abraçou-a pela cintura puxando-a para o interior da residência. Júlia estava no sofá assistindo TV enquanto o aroma de pipoca preenchia o ambiente, ela olhou para Marina e voltou a olhar para a TV ignorando completamente a presença dela ali.

— Oi, Júlia. — Disse Marina desconfiada.

Com um olhar frio, Júlia olhou para ela colocando uma pipoca na boca.

— Oi.

Rebeca tentou não se importar, sabia que Isabelly tinha dito muitas coisas, assim como sabia que precisava ser paciente com a Júlia que estava longe da mãe, e apesar de qualquer coisa, sabia que a pequena estava sofrendo com a distância.

— Filha, vou estar no escritório, se precisar de alguma coisa bata na porta, está bem?

— Posso jogar videogame, mãe?

— Pode, mas antes arrume a bagunça do seu quarto.

Rebeca pegou Marina pela mão levando-a até o escritório e fechando a porta em seguida, estava tensa.

— Aqui estamos! O que houve?

Marina se sentou em um sofá colocando sua bolsa ao lado e tentou acalmar a respiração que estava alterada. Rebeca se sentou ao seu lado olhando para ela em silêncio e aguardando calmamente o que Marina tinha a dizer. Após um suspiro profundo, Marina tirou coragem de onde não tinha para abordar o assunto.

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