Marina estava tensa, tomou um calmante que parecia não ter efeito algum diante de todo o seu nervosismo. Jorge estava sentado no sofá da sua sala, ele era um homem com cabelos grisalhos e nariz grande, tinha cheiro de erva doce e suas roupas eram impecavelmente alinhadas.
— Eu fiz judicialmente tudo o que pude.
— Como assim fez tudo o que pode? Se ela ainda não foi solta, você ainda precisa fazer alguma coisa. — Disse Marina nervosa sendo segurada por Nicole.
— E estou fazendo! Estive hoje com um amigo de longas datas, ele é desembargador e prometeu me ajudar a soltá-la em menos de 24h.
— Jura? — Perguntou Nicole surpresa.
— Sim. Infelizmente nesse país os favores valem mais do que a comprovação da verdade.
Marina se levantou e encheu um copo com água gelada, tomando-o em seguida.
— A Rebeca deve sair entre amanhã ou depois de amanhã, no máximo. E mesmo que ela responda em liberdade, qualquer coisa será melhor do que ficar aonde ela está.
— Como ela está? — Marina perguntou voltando da cozinha.
— Ela está tranquila. Fiz questão de exigir que ela estivesse em uma cela sozinha. Bom, ela ainda não sabe sobre a Júlia.
— Imaginei. — Respondeu Nicole. — Alguma novidade sobre isso?
— Diríamos que Isabelly agiu de forma impensada. Ela colocou o apartamento a venda, e demitiu a Vanuza antes de ir embora. Estamos monitorando os passos dela através da conta conjunta que ela tem com a Rebeca, vamos encontrá-la, e quando isso acontecer, teremos a Júlia de volta judicialmente, ela sair do país foi um tiro no pé.
Eles conversaram por mais algum tempo até que Jorge se despediu indo embora. Nicole também se despediu um tempo depois indo em seguida.
Aquela noite foi um pouco difícil para Marina pegar no sono, seus pensamentos vagavam em Rebeca, queria vê-la, ter a certeza de que ela estava bem, que estava se alimentando, que estava dormindo, que ninguém a tocou, que ninguém lhe fez mal.
Era 7h da manhã quando Marina estava sala tomando um chá, sua cabeça doía e seu corpo estava reclamando pela noite mal dormida. O interfone tocou e Marina olhou para a parede por alguns segundos antes de se levantar.
"Senhora Marina, Nicole está aqui". — Anunciou o porteiro.
"Peça para ela subir, obrigada".
Marina se levantou destrancando a porta, levou a xícara para a pia e respirou fundo, olhou seu reflexo através do vidro do armário e ajeitou os fios rebeldes de seu cabelo colocando-os no lugar.
Mary ouviu a porta se abrir e caminhou em direção a sala, seus olhos encontraram os olhos claros e profundos da Rebeca, e por um momento, era como se Marina não sentisse o chão. Os batimentos cardíacos estavam acelerados, sua boca entreaberta estava seca, e por alguns segundos imaginou que o sangue lhe havia escapado das veias.
Rebeca com os olhos marejados se aproximou da Marina abraçando-a fortemente, de olhos fechados naquele momento, ambas sentiam-se completas.
— Marina, me desculpa! Por favor, eu jamais quis magoar você. — Rebeca tomou seus lábios em urgência como se sua vida dependesse unicamente disso. — Eu queria resolver tudo antes, eu não queria te preocupar, eu não queria te envolver, me perdoa Mary. Eu vivi meus piores dias sem você.
Marina estava emocionada, afagou os cabelos molhados de Rebeca enquanto se beijavam, as mãos de Rebeca percorriam o corpo da Mary em desejo.
— Porra Marina, como eu senti sua falta.
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Luxúria
RomanceRebeca é uma mulher casada a 7 anos com Isabelly e apaixonada por sua esposa, além de ser dona de uma construtora conceituada e de uma fortuna razoável. Marina é uma engenheira bem sucedida em sua carreira e recém casada com Carlos. Mas será que o...