Marina estava com o coração acelerado, e fechou os olhos fortemente tentando recuperar a razão em seus pensamentos.
— Nicky, me desculpa. — Disse Marina observando-a.
Nicole olhou para ela com um aperto no peito, já tinha a consciência de que Marina não sentia o mesmo, sabia que no final, Rebeca tinha razão.
— Não se preocupe, Mary. Está tudo bem.
Nicole se deitou de barriga para cima encarando o teto varias e varias vezes, e assim que Marina adormeceu, Nicky se levantou da cama indo para a sala. Os pensamentos lhe atormentavam e os sentimentos eram verdadeiros inimigos nesse momento. Nicky procurou uma roupa com a ajuda da lanterna do celular e se trancou no banheiro enquanto se arrumava e se maquiava, antes de sair.
A noite era congelante e ventava muito naquela madrugada escura, Nicky chegou no bar e entrou esfregando as mãos uma na outra tentando se aquecer. A música alta embalava a festa, o ambiente estava repleto de gente bonita, cheiro de bebida, perfumes e pessoas dançando enlouquecidas.
Nicole pediu um Gin e ficou observando as pessoas ali, sozinha e em silêncio. Porém, Nicky já estava conformada de alguma forma, seu porte físico não era atrativo, não era magra, passou anos de sua vida na luta contra a balança, coisa que fazia ainda nos dias de hoje. Diferente de sua irmã Rebeca e toda sua família adotiva, todos com porte magro e atlético, algo Nicky que lutava para não se importar, sem sucesso. Porém a sociedade é bem hipócrita, pregam coisas como "autoaceitação", quando na prática, os padrões de beleza sobrepõem qualidades e até mesmo o caráter das pessoas.
Nicole pediu outra bebida e pegou o celular para ver algumas notificações, sentiu os braços de uma mulher envolverem seu pescoço e olhou para a garota assustada.
— Finja que me conhece, por favor. — Sussurrou baixinho no ouvido de Nicole. Nicole percebeu que a garota estava assustada e tocou em sua mão.
— Está tudo bem? Quer sair daqui?
A garota olhou para os olhos da Nicole e respirou fundo apertando seus dedos, e antes que Nicole dissesse qualquer outra coisa, viu um homem se aproximando e tocando no braço dela.
— Vamos, Emily? — Disse ele em segurando o braço dela com força. Nicole se levantou puxando a garota mais para perto.
— Ela não vai. Ela está comigo homem das cavernas, é burro ou é cego?
— Emily, vai ser pior para você. Anda.
A garota olhou para Nicole assustada, e deu um passo em direção ao homem que esbanjou um sorriso vitorioso, Nicole a segurou pelo pulso e a encarou.
— Você não vai com ele, eu não vou deixar. — Disse Nicole.
— Sai da minha frente, gordinha.
Nicole pegou sua taça que estava pousada sobre o balcão e jogou no homem fazendo com que os cacos de vidro se estraçalhassem no chão, o homem foi para cima da Nicole coberto de ódio e molhado pela bebida, mas foi impedido por um dos seguranças à paisana que o levou para fora do bar.
— Você está bem? — Perguntou Nicole olhando para a garota branca e de cabelos escuros e olhos mel.
— Sim. Obrigada. É comum brasileiros aqui, está a passeio?
— Mais ou menos. Mas vem, me conte o que aconteceu.
— Prefiro deixar para lá, quem sabe em uma próxima oportunidade. O que estava bebendo?
— Gin.
A garota se debruçou no balcão pedindo duas taças e entregando uma para Nicole.
— Aqui está, não deveria desperdiçar bebida assim.
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Luxúria
RomanceRebeca é uma mulher casada a 7 anos com Isabelly e apaixonada por sua esposa, além de ser dona de uma construtora conceituada e de uma fortuna razoável. Marina é uma engenheira bem sucedida em sua carreira e recém casada com Carlos. Mas será que o...