In my way

Capítulo 03

05 de Dezembro de 2005

O mundo de Arthit tinha sofrido uma reviravolta enorme com aquela notícia. Kongpop largou a sua cintura e saiu correndo, ele pensou em ir atrás do garoto, contudo, seu corpo estava travado ainda com a notícia que acabou de receber da irmã May.

POV ~Arthit~

-Arthit, Arthit- Irmã May balançava o meu corpo, o qual não se movia. Virei o rosto para ela, tentando focar minha atenção -Você está bem?- acrescentou ela.

-Está tudo bem, eu... eu tenho que ir- Falei, forçando meu corpo a se movimentar logo em seguida. Minha mente só conseguia pensar em uma coisa: Kongpop.

Saí andando, fazendo todo o caminho de volta que tinha acabado de fazer para chegar até a sala. Aos poucos a minha consciência foi voltando, a ficha foi caindo, Kongpop ia embora, ele seria adotado, eu deveria estar feliz, afinal de contas, ele iria ter uma família que o encheria de amor e carinho, isso é tudo que uma criança órfão sonha em ter na vida. Todavia, algo dentro de mim não conseguia ficar feliz com isso, afinal de contas, ele já tinha tudo isso aqui.

-Não Arthit, você não pode pensar assim, você tem que desejar o melhor para ele- falei para mim mesmo, tentando me convencer daquilo, porém, não estava muito confiante de que daria certo.

Me dirigi até o quarto, mesmo já sabendo que ele não estaria lá. Nessas horas ele sempre procurava um lugar certo, o terraço na cobertura do orfanato. Eu não sei exatamente o motivo dele gostar tanto daquele lugar, porém, com certeza ele estaria por lá, então trilhei o caminho até o destino onde estava o meu pequeno Kongpop, provavelmente acanhado e chorando.

Não demorou muito para que eu chegasse, e como imaginei, lá estava ele. Sentado abraçando os próprios joelhos, seus ombros se movendo repetidamente, o que indicava que ele estava chorando, então me apressei para chegar até ele. Não disse nada, apenas o abracei e ele retribuiu, enterrando seu rosto contra meu peito, deixei ele derramar suas lágrimas contra minha camisa, ensopando-a completamente. A única coisa que ele conseguia pronunciar era "P'Arthit eu não quero ir embora", meu coração se partiu por dentro, pois eu não podia fazer nada por ele, eu só tinha 16 anos, o que eu iria fazer?.

Apenas esperei o tempo passar e suas lágrimas pararem, não me importando em quanto tempo levaria. Bom, agora que ele se acalmou, finalmente podemos conversar, mas o que eu vou falar? Eu nunca passei por essa experiência, eu não sei o que falar para o pequeno Kongpop, contudo, olhei bem em seus olhos e me esforcei, ele merece ser feliz.

-Kongpop, isso é o melhor para você. Finalmente você vai ter uma família de verdade, pai, mãe, talvez até irmãos. Tudo que qualquer criança órfã sonha em ter.- Falei calmamente enquanto fixava meu olhar no dele.

-Mas eu já tenho vocês aqui, eu não quero ir embora

Não seria fácil convencer ele, mas também, nem eu estava convencido, será que aquele casal irão tratar bem ele?

-Não é como se não fossemos nos ver nunca mais, você pode vir visitar a gente sempre que quiser- Talvez isso o fizesse se acalmar mais. -Nós vamos estar sempre aqui para você, eu nunca vou deixar você sair da minha vida, tá me ouvindo?- forcei um sorriso para tentar animá-lo.

-Você promete?- ele perguntou, hesitante.

-Claro que prometo, não importa quanto tempo passe, ou quão longe você esteja, eu vou sempre te encontrar

-Então eu vou te encontrar também P'Arthit- pela primeira vez ele estava sorrindo.

-Eu vou te encontrar primeiro- respondi, começando a fazer cócegas nele.