In my way

Capítulo 29

~Dois dias atrás~

Quando eu chego no quarto de hotel, pouco depois de ter lido a notícia, Kongpop está abraçado entre suas pernas, as lágrimas escorrendo incontrolavelmente. 

- Kongpop, vamos conversar – Eu tento acalmá-lo um pouco, mas não adianta muita coisa, ele não me dá ouvidos.

- O que temos para conversar? Eu não quero falar nada, eu só quero sumir, ir embora, essa foi a maior humilhação da minha vida – As lágrimas estão escorrendo pelos seus olhos e eu vou até ele, mas o mesmo me afasta.

- Kongpop o que você está fazendo? – Eu começo a me desesperar quando vejo ele tirando sua mala de dentro do guarda-roupa, juntamente com suas roupas.

- Eu estou indo embora, eu não tenho mais nada para fazer aqui,  já cumpri o meu papel que era servir de exposição para aquela família sem escrúpulos

- Para onde você vai? – Uma amargura passa pela minha garganta ao fazer essa pergunta, não sei se estou preparado para a resposta.

- Eu vou voltar para casa, a única coisa que eu quero é estar com minha família nesse momento, isso é, se o meu pai não me odiar por conta de tudo isso – Sua voz carrega raiva, medo, suas mãos tremem e ele acaba jogando as roupas de qualquer jeito dentro da mala.

- Kongpop vamos enfrentar isso juntos, por favor, você vai simplesmente desistir de tudo? Você não vê que é isso que eles querem? – Eu vou até ele e seguro em seus braços, tentando fixar sua atenção em mim.

- Se é isso que eles querem, parabéns, eles conseguiram. O que você quer que eu faça? Quem você acha que irá sair como vilão nessa história? Você? Mark? Rose? Não, será eu. O ator que roubou o namorado da companheira de filme, o monstro, pior, o que acha que vão falar quando descobrirem que fomos criados como irmãos? Chega, eu não tenho forças para tudo isso – Ele se desvencilha dos meus braços, mas logo deixa a mala de lado e se senta na cama, as mãos na cabeça, suas lágrimas ainda rolando.

- Kongpop....

- Chega, por favor, me deixa sozinho

- Kongpop, não

- Eu quero ficar sozinho – Seus olhos me suplicam, nesse instante o meu coração dói como se uma adaga banhada em chamas perfurasse o meu coração – Por favor – Ele se deita de lado, me dando as costas e é com a maior dificuldade do universo que eu me retiro do quarto e deixo que Kongpop fique sozinho.

Tudo que me resta é deixar ele em paz nesse momento, afinal de contas, é tudo culpa minha. Todo esse sofrimento foi eu que causei a ele, eu fui um idiota, um covarde e mais uma vez eu machuquei quem eu amo.

[...]

Bem, todos esses últimos momentos vão passando pela minha mente, o pior de todos foi ver Kongpop indo embora, se despedindo. Mesmo sabendo que aquilo não era um adeus, doeu muito, apesar de fazer pouco tempo, ele deixou um enorme vazio dentro de mim e isso foi o suficiente para eu saber o que deveria ser feito.

Aqui estou eu agora, dentro desse enorme avião, mas que parece tão sufocante, pois a cada minuto que passa eu estou mais perto dele, contudo, não sei como ele está, não sei como os pais dele reagiram ou se vão permitir que eu o veja, não sei nem se Kongpop vai querer me ver. Ele pediu um tempo para ficar sozinho, mas a verdade é que eu não posso ficar sem ele e não vai ser nesse momento difícil que eu vou o abandonar, nem que eu tenha que apenas ficar ao seu lado em silêncio o tempo todo, mas eu preciso estar com ele, custe o que custar.

Não era assim que eu me imaginava indo para a Coreia pela primeira vez, porém, as circunstâncias mudaram. Também não era assim que eu esperava conhecer meus sogros e não sei se estou preparado para isso, na verdade eu sei, eu não estou nem um pouco preparado. As pernas tremem, o corpo soa frio, a boca fica seca, o coração palpita, parece que eu vou ter um derrame a qualquer momento. Contudo, não posso ser fraco agora, não novamente. Eu já falhei uma vez com Kongpop por conta da minha covardia, pior, mais de uma vez. Não deixarei que isso aconteça novamente. Definitivamente, nada mais irá nos separar, nem mesmo Mark e seu pai.