Capítulo 14

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01 de Abril de 2016

POV Kongpop

- Singto, seu pai quer falar com você – Na mesma hora que minha mãe fala isso eu me arrependo de ter atendido o telefone.

- Tudo bem, pode passar para ele – Suspiro, pois sei que lá vem bronca.

- Singto Prachaya, você pode me dizer que história é essa de beijar outros homens? - Seu tom é severo, e a princípio eu fico sem entender seu questionamento, até que compreendo que ele está falando do filme – Eu não aceito isso – Ele nem deixa que eu fale nada.

- É apenas o meu trabalho, e mesmo que não fosse, qual o problema? - Tento manter a calma, pois P'Arthit está no banho, não quero me alterar e acabar preocupando-o.

- Como assim qual o problema? Isso não é certo

Eu nem sei porque ainda tento conversar com ele, nada do que eu falar vai adiantar, ele não é como minha mãe, parece que ele ficou preso no tempo e em um tempo que, sinceramente, não é desse século.

- Não é certo para quem? Não é certo para você, mas advinha só, o mundo não é seu, você pode ser dono de metade da Coreia, mas isso não vai impedir as pessoas de se amarem, principalmente eu, seja homem ou mulher – Já estou irritado e deixo isso transparecer, mesmo que mantendo o tom de voz quase inalterado.

- Olha como você fala com o seu pai, se não fosse por mim você não seria nada – Eu imagino ele apontando o dedo para meu rosto enquanto fala isso.

- Eu sou muito agradecido por tudo que vocês fizeram por mim, principalmente minha mãe, mas não pense que isso vai te dar o direito de controlar minha vida, eu era uma criança de orfanato, não um fantoche para você usar como quiser

- Chega, está me entendendo? Você já passou dos limites, primeiro essa viagem estapafúrdia e agora esse filme sem sentido, você pode esquecer o meu dinheiro a partir desse mês - Ele brada pelo telefone.

- Ótimo, espero que ele seja mais útil para você do que para mim

Encerro a ligação, irritado. Jogo o celular de lado no sofá, passo a mão pela cabeça, suspirando, o ódio tomando conta de mim. Por que ele tem que ser assim? O mundo não gira ao seu redor, ele não é nenhum deus para as pessoas em sua volta lhe deverem submissão, seu jeito difícil sempre foi um obstáculo para nossa comunicação, mas ele nunca foi tão difícil assim, isso piorou depois que eu decidi não trabalhar na empresa da família, acho que ele tá querendo me punir com isso agora, mas se ele acha que vai conseguir, está muito enganado.

- Kongpop, está tudo bem? - P'Arthit vem até a sala, abotoando sua camisa, ele me olha preocupado.

Eu apenas abro os braços para ele como uma criança manhosa que precisa de colo e ele vem até mim, deixando que eu o abrace. Não me pergunta nada, apenas acaricia minha cabeça e me dá o tempo que eu preciso.

- Eu briguei com o meu pai – finalmente rompo o silêncio.

- Algo sério? - Ele fica preocupado.

- Sim, ele está irritado por causa do meu personagem no filme beijar outro homem, como se isso fosse algum problema. Segundo ele, não posso mais contar com seu dinheiro – Imito o que ele me falou um pouco mais cedo.

- Eii, não precisa se preocupar com isso está bem? Aqui você não precisa pagar nada – Sua resposta me faz rir.

- P'Arthit, dinheiro não me preocupa, não dependo do dinheiro dele, minha mãe sempre me ajudou, além disso, eu tenho um trabalho lembra? Você paga meu salário – Eu sorrio junto com ele, esquecendo os problemas por um instante.

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