Confesso que minha mente estava um turbilhão de pensamentos nesse momento, mas no meio desse turbilhão algo brilhava, chamando a minha atenção, fazendo-me esquecer todos os problemas por um minuto que fosse. O pensamento de tudo que tinha acontecido comigo e P'Arthit nas últimas horas. O beijo no Songkran, ele confessando os seus sentimentos, o beijo no aeroporto em um ato de impulso e o pensamento de que há uma grande possibilidade de eu também estar gostando dele. Tudo isso está me fazendo permanecer estável no meio dessa turbulência que é ter o meu pai internado em um hospital por conta de um AVC.
Parece que cada minuto que eu passo dentro do avião é uma eternidade, não aguento mais olhar para o relógio e perceber que os ponteiros não mudam de posição. A inquietude começa a tomar conta do meu corpo, me remexo várias vezes no assento, os olhos revirando a cada instante.
Quando finalmente escuto o comandante avisar que já chegamos na Coreia e que finalmente iremos pousar o meu coração começa a acelerar, um misto entre alegria por finalmente ter chegado e nervosismo por ter que ver o meu pai em uma cama de hospital, sem saber como ele está, toma conta de mim. Deve estar sendo tudo tão difícil, principalmente para a minha mãe que teve que passar por tudo isso sozinha.
Não demora muito para que pousemos, porém cada segundo dentro desse avião vai me deixando ainda mais agoniado. Nunca pensei que fosse criticar tanto os procedimentos de desembarque. Quando finalmente a saída é liberada eu saio apressadamente, pedindo licença as pessoas que estão na minha frente. Bem, agora vem a parte mais difícil, esperara minha mala. Confesso que impaciência não me é comum, contudo, aquela era uma situação que a última coisa que poderia ser me exigida é paciência. Fico batendo o pé no chão freneticamente, roendo uma unha que não existe por já estar cortada e olhando atentamente para a esteira de bagagens. Quando finalmente avisto a minha mala, me apresso até ela, sem me importar com o que as pessoas irão pensar de mim.
Sinto o meu telefone tocando e quando o pego vejo que New está me ligando.
- New, está tudo bem? – Pergunto, meu coração aflito, preocupado que algo de ruim tenha acontecido.
- Está tudo bem, na medida do possível. Cadê você?
- Acabei de pegar minha mala, estou indo pegar um táxi
- Não precisa de táxi, eu estou aqui te esperando
Sua resposta me conforta e logo quando passo os portões de desembarque eu consigo avistá-lo. Não mudou nada, exceto pela camisa social branca que ele veste, uma calça slin em sarja e seu sapato lustroso. Pelo visto a vida de empresário está indo a todo vapor.
- New
Eu o abraço assim que o tenho a poucos centímetros de distância de mim. Dando o abraço mais forte que eu consigo, é tão bom poder reencontrá-lo outra vez, poder tê-lo por perto, ter o seu abraço reconfortante, Deus, como eu senti falta do meu melhor amigo.
- Kong, eu sinto muito – New afaga minha nuca e me devolve o abraço forte.
- Como ele está? – Pergunto, preocupado.
- O médico disse que agora ele está fora de perigo, estão esperando o resultado dos exames – Sua resposta me conforta um pouco, mesmo sabendo que é normal AVC's deixar sequelas, mas não quero pensar nisso agora, prefiro me concentrar nas partes boas.
O caminho até o hospital é o mais árduo de todos, parece que meu coração vai sair pela boca quando vou percebendo que estamos cada vez mais perto. Passei tanto tempo fora, além disso, o relacionamento com o meu pai só piorou depois disso, nem sei como ele irá reagir ao me ver. Quando New finalmente estaciona o carro no hospital é que a ficha cai, eu estou aqui, meu pai está internado e ele precisa de mim, assim como minha mãe, agora é hora de deixar o orgulho de lado, assim como todas as desavenças.
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In my way
FanfictionO destino que os uniu foi o mesmo destino que os separou. Contudo, eles fizeram uma promessa, promessa essa que não sabiam se irão poder cumprir, mas o amor, não importa que tipo, sempre é mais forte que qualquer coisa e Kongpop e Arhit não desisti...