In my way

Capítulo 17

De repente eu sinto água da chuva caindo forte sobre nós, o que não faz nossos lábios se desgrudarem tão facilmente.  As gotas caindo sobre nós se tornam apenas uma parte do cenário, naquele beco escuro o meu corpo está totalmente entregue ao beijo o qual recebo, até o momento em que falta ar e nossos lábios são obrigados a se desgrudarem. 

Lentamente ergo o meu olhar, o qual se encontra com o dele, ambos sérios, impassíveis. Suas mãos ainda repousam em meu pescoço, lentamente ele vai as deslizando por meus braços até chegar as minhas mãos, o que faz ele as segurar gentilmente.

- Kongpop, eu te amo

As palavras saem de maneira leve de seus lábios e me atingem profundamente, a chuva vai caindo e deixando o cabelo dele escorrido, grudado na testa, mas seu olhar não vacila por um segundo, ele continua firme.

- A verdade é que eu te amo e não aguento mais guardar isso para mim. Não quero que você pense que isso é uma competição com o Mark, eu apenas quero que você saiba o que eu sinto, independente do que você respondeu para ele. Além disso, vou respeitar sua decisão

Cada palavra que sai da sua boca vai me deixando apenas mais desnorteado, eu não esperava isso. Meu coração acelera rapidamente, a chuva torna-se tão insignificante em meio à situação que me encontro. Minha concentração está toda na pessoa a minha frente.

- P'Arthit, eu não sei o que falar, eu não estava esperando isso

As palavras tropeçam e no momento essa é a única frase que eu consigo formar.

- É tudo muito novo, não é? – Aceno que sim com a cabeça – Eu sei como você se sente, quando finalmente me dei conta de que gostava de você, não foi fácil, você é meu irmão, cuidei de você desde sempre, mas eu não pude evitar, me desculpe se meu egoísmo acabar destruindo toda nossa história

Seu olhar vai direto para o chão, ele está nitidamente triste, finalmente consigo perceber o quanto ele está nervoso, suas mãos trêmulas que antes me fizeram acreditar que era por conta da chuva, seu olhar firme me encarando era apenas uma máscara, ele tem medo, medo de que eu o rejeite e acabe não querendo vê-lo nunca mais.

- Você não precisa se desculpar, nada entre nós vai mudar – Seu olhar volta a se encontrar com o meu.

- Isso é algo bom? – Ele pergunta, receoso.

- No momento, sim. Eu preciso de um tempo para processar tudo isso, estou uma confusão de pensamentos e sentimentos

- Eu te entendo, você pode pensar o tempo que quiser, eu também pensei muito sobre isso – Suas palavras são gentis, me reconfortando um pouco.

Saímos do beco e vamos direto para a Van, a chuva fez uma parte do pessoal se dispersar. Tento encontrar Mark e Rose apenas para dizer que já estamos indo embora, mas nem sinal dos dois, provavelmente devem ter fugido da chuva.

As gotas pesadas vão martelando minha cabeça e fazendo minha mente tilintar. P'Arthit segura a minha mão enquanto corremos pelo meio do pessoal que ainda está na rua, até que chegamos a van, totalmente encharcados. Pedimos ao motorista que nos leve para casa e vamos para o banco de trás, o frio toma conta do meu corpo e eu começo a me tremer.

- Posso te abraçar? – Ele está receoso.

- Por que você está me perguntando? Eu pedi um tempo para pensar e não distância de você.

Um pequeno sorriso se forma em seu rosto, em seguida ele logo me abraça. Mesmo ambos estando molhados, o calor de seu corpo não sumiu totalmente, ele ainda consegue me aquecer um pouco. Seus dedos deslizam para cima e para baixo em meu braço. Recosto minha cabeça sobre seu peito e fecho meus olhos, o que me faz pensar, tento pensar em várias coisas diferentes, mas tudo que me vem à mente são os lábios de P'Arthit se apossando dos meus.