Capítulo 16

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- Kongpop, você poderia falar alguma coisa? – Ele toca em meu braço, o qual está paralisado, assim como todo o meu corpo.

- Desculpe, eu apenas não estava esperando isso – Recobro um pouco da consciência. Realmente, isso foi uma surpresa e tanto para mim.

- Sério? Achei que você já imaginasse – Ele dá um sorriso fraco, sua visão indo de encontro ao chão, provavelmente ele está tímido. 

- Desculpe, não - É a única resposta que consigo formar nesse instante.

O silêncio toma conta do corredor mais uma vez, posso sentir Mark me observando, mas a minha atenção não está nele, muito pelo contrário, está em qualquer outro lugar do mundo, menos aqui.

- Bem, eu vou te dar um tempo para pensar – Ele rompe o silêncio e prepara-se para se retirar, mas eu o empeço, segurando o seu ombro.

- Não, Mark, espere – Ele se vira para mim, empolgado.

- O que foi?

- Desculpe, acho que houve algum engano, se alguma vez eu te passei essa impressão, me perdoe, mas, eu não sinto o mesmo

As palavras são um pouco difíceis para sair, mas tenho que ser sincero o mais rápido possível, não posso deixar ele alimentar um sentimento que jamais será recíproco.

- Ah, tudo bem – Ele fala meio sem jeito, provavelmente não esperava essa resposta, mas o que será que eu fiz para ele poder achar que eu gostava dele?

- Espero que isso não afete nossa relação, principalmente no trabalho – Agora é minha vez de ficar sem jeito.

- Está tudo bem Kongpop – Ele dá um sorriso meio fraco – Bem, agora eu vou indo, boa noite.

Mark acena e logo se retira, o que me resta é ver a sua imagem desaparecendo quando as portas do elevador se fecham. Solto um longo suspiro, que droga, porque algo assim tinha que acontecer logo agora? Estava tudo indo tão bem. Entro no apartamento e quando me viro o meu corpo desaba, escorregando sobre a porta, as mãos no rosto me impedem de ver que eu tenho companhia.

- Kongpop

A voz de P'Arthit me pega de surpresa, me assusto um pouco, mas logo o vejo vindo em minha direção e estendendo-me uma mão para me ajudar.

- P'Arthit – O abraço como fosse a primeira vez que o vejo em dias.

- Está tudo bem? – Ele afaga a minha nuca, preocupado.

- Eu estou exausto, só quero me deitar

Dessa vez é o momento dele de respeitar o meu silêncio. P'Arthit não pergunta mais nada, apenas me acompanha até o quarto e me deita na cama, deitando-se ao meu lado logo em seguida, ele permite que eu o abrace, além de ficar a todo momento cuidando de mim, seus dedos deslizando por meu rosto. Fecho os meus olhos e torço para que tudo isso seja apenas um pesadelo ou algo do tipo, pois eu tenho certeza de que isso irá afetar de alguma forma o filme. E se Mark resolver voltar a ser aquele garoto odioso? Pior, se ele resolver fazer birra para o pai dele? Não quero nem imaginar o quanto ele pode ser uma pessoa mimada. Suspiro mais uma vez, bem, não há mais nada que possa ser feito, se ele resolver agir como uma criança, pelo menos sua mascará irá cair logo.

- Me desculpe – Sussurro para P'Arthit

- Você não fez nada

- Eu só te dou trabalho – Volto a encará-lo, com um olhar de tristeza, mas ele não fala nada, apenas me abraça mais forte.

- Você não me dá trabalho, quantas vezes vou ter que te falar isso?

- Você não precisa mentir para mim

In my wayOnde histórias criam vida. Descubra agora