Saí daquele cômodo destinada a pensar em algo que mostrasse a minha mãe o bicho que ela era casada. Fui pro Skype conversar com Teresa, essa sim era minha amiga de verdade. Ela mora oito anos em outro estado, mas mesmo assim mantemos contato. Laura é muito minha amiga, mas já compartilhamos paixões pelos mesmos caras, acho que uma hora isso atrapalha e abale a nossa amizade, mesmo eu não querendo a nossa separação. Fiquei um bom tempo desabafando com Terê, o tipo de amiga certinha que vem cheia dos melhores conselhos, mas eu não faço nenhum. Despedi-me dela para sair pra pracinha daqui do bairro, queria tomar um sorvete e relaxar um pouco. Estava lendo um livrinho de bolsa, até que uma menininha se aproxima de mim e senta do meu lado.
Xxx: Moça, você pode me ajudar?
Você: Oi, minha linda! O que houve? –disse percebendo o seu choro segurado.
Xxx: Eu caí do balanço e minha mamãe foi comprar picolé pra mim.
Eu me assustei com o pedido dela, eu não tinha experiência com crianças, mas me recuperei e comecei a ajudar. O sorveteiro que estava na carrocinha do meu lado me arrumou gelo, peguei e coloquei sobre meu lenço e passei sobre a área afetada. Ela até que reclamou um pouquinho, mas sabia que era o melhor a ser feito. Logo chegou uma mulher desesperada, a mãe dela, só pode.
Zzz: Laís!! O que aconteceu?
Percebi que a menina ainda estava em choque e respondi por ela.
Você: Senhora, ela caiu do balanço. Não foi nada grave, estamos passando um gelinho. Acho que vai ajudar.
Zzz: Obrigada, moça! Eu não podia deixar ela aqui sozinha, sempre peco em achar que nada vai acontecer. Ainda bem que a senhorita tem boa índole e jeito com criança.
Você: Não tenho prática nenhuma. Minha família é pequena demais e fui a última a nascer.
Zzz: Acho que a Laís gostou de você. Já pensou na possibilidade de trabalhar com crianças? Pediatria, psicologia infantil, até professora?
Você: Nem faculdade eu tô podendo fazer. Minha vida tá complicada demais para me ocupar com isso.
Zzz: Pense sobre. Sinto que daria certo.
Laís me abraçou sem eu falar nada e nem fazer.
Lais: Tia, brigada. Você é linda e eu te amo, tá?! Como uma criança é inocente e pura. Era exatamente isso que eu precisava naquele momento, sinceridade e pureza. Como ela me fez feliz nas poucas palavras. Eu a abracei e me despedi daquelas duas mensageiras. Eu realmente vou procurar estudar, nem que eu tenha que pedir esmola na rua, mesmo que eu tenha que enfrentar aquele cidadão que se diz meu pai. Ninguém vai apagar meus sonhos, eu sempre deixo de pensar em mim, deixo meus sonhos de lado para fazer pelos os outros e no fim da história ninguém me valoriza. Quero que tudo mude, mas para mudar eu também preciso fazer a minha parte, nada cai do céu e não posso esperar mais tempo de braços cruzados. Não será fácil, mas pelo menos terei o conforto de ter tentado.
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Sonhos de Verão l✓
FanfictionAmanda tem 19 anos e é funcionária de uma agência de namoro de aluguel. Sua vida não era como a de uma jovem normal. Desde que seu pai faliu, ele a obrigava a trabalhar nessa agência para ganhar dinheiro e arranjar um cara rico. Nem sempre isso era...