20.3-

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Hugo

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– Vai, foge o que foi? Seu pai não te aceita como você é? E daí! Mostre pra você, mostre pra ele, mostre para o mundo, que você é forte o suficiente para vencer, mostre que suas escolhas de vida não muda o seu caráter, o jeito que você quer viver a sua vida não interfere na vida de ninguém. Deixe de ser uma marionete e tome as rédeas da sua vida.

– Falar é fácil. Você tem um bom emprego, é um cara famoso, não é vergonha pra ninguém. Ao contrário de mim, seus pais devem te apoiar em tudo. – Diz ele se virando pra mim.

– É isso que você acha? Senta ai.

– O quê?

– Eu falei pra você se sentar ai. Você quer saber o quanto meus pais são orgulhosos de mim? Senta que vou te contar. As coisas não são como você pensa Nick. E você não é o único com problemas na família. A diferença de mim pra você foi que resolvi enfrentar tudo e todos, e lutar pra ser aquilo que sempre quis ser, sem mudar quem eu sou. E não pense que foi fácil.

Peço outro balde de cerveja e começo a narrar minha história pra ele, quando conto toda minha trajetória de vida até aqui o Nick está abismado olhando pra mim.

– Como você conseguiu? Como conseguiu ser quem você é hoje?

– Assumindo primeiramente pra mim, aquilo que eu era, quando eu deixei o preconceito de lado e me assumi, naquele momento eu estava pronto para enfrentar a todos, e também parei de me culpar por não ser o que queriam que eu fosse. Você não pode exigir que seu pai, ou seja, lá quem for te aceite, se nem você mesmo se aceita.

– Tenho medo do julgamento da sociedade. O jeito que meu pai falou comigo era como se eu fosse um leproso.

– E você?

– Eu o quê?

– Você se acha um leproso?

– É claro que não.

– Então pare de se esconder, aceite o que você é, seja feliz.

Nossa conversa flui animada, Nick relaxa e vamos falando sobre nossas vidas, e quando vi o Pub já estava vazio.

– Acho que está na nossa hora.

– Acho que não estou em condições de subir em uma moto.

– Nem eu de dirigir. – E caramba, ele disse moto! Acho que estou bêbado demais.

Falo com o gerente do Pub para que meu carro e a moto de Nick fiquem no estacionamento que na manhã seguinte nós voltamos para pegar. Peço um táxi e como o Nick está muito mais bêbado do que eu o levo pra minha casa. Pago o táxi e o ajudo a descer.

– Caramba! Bebi demais. Minha cabeça está rodando.

– Não estou tão diferente de você, então me ajude ou nós dois vamos acabar no chão do corredor.

Rindo como dois bêbados que somos, entramos no elevador e seguimos para meu apartamento.

– Esse não é meu apartamento.

– Oh, agora que percebeu? É claro que não é o seu, e também não ia te deixar no meio da rua. Não se preocupe, tem um quarto de hóspede, você pode dormir lá.

– Obrigado cara.

Sorrio pra ele enquanto saímos do elevador e seguimos para meu apartamento. Abro a porta para entrarmos.

– Bem-vindo ao meu lar.

– Onde fica o sofá?

– Vem, vou te mostrar o quarto.

MINHA SALVAÇÃO  (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora