105 -

6.6K 369 179
                                    

Boa Leitura📖

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Boa Leitura📖

Boa Leitura📖

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Sempre que fecho meus olhos, vejo o sorriso de satisfação de Elizabeth em falar todas as atrocidades que cometeu. A forma fria que ela relatou com orgulho como planejou cada detalhe do acidente que tirou meus pais de mim e por pouco a minha vida. Sinto meu coração pesado, com uma dor que a muito não permiti sentir, a dor da perda, do luto e do encerramento, mas também sinto o amargo da traição em saber que por muitos anos sustentei a pessoa que causou em mim toda essa dor que me dilacera por dentro.

Vejo-me novamente com 17 anos, um garoto cheio de sonhos ao qual queria realizá-los ao lado de seus pais e que de repente estava sozinho, perdido e com o coração sangrando, mas que no fundo encontrava forças para tentar ser aquilo que eles sempre desejaram: ser um homem íntegro e de bom coração, sempre apto a ajudar o próximo que precisar. Esse é o legado que eles me deixaram.

Posso parecer ingrato em pensar isso, porque nunca de fato estive sozinho, sei disso, pois Vera esteve sempre comigo, cuidando de mim como uma verdadeira mãe faria. Depois conheci Miguel, um garoto tão quebrado quanto eu, mas que juntos na dor, nos completávamos. E tem ainda o Taylor, que posso dizer que foi muito mais do que um segurança para mim, mas eu sentia que uma parte de mim tinha morrido naquele dia e por muito tempo acreditei ter sido a parte boa que me restava, mas não foi isso que aconteceu. Eu simplesmente achei melhor trancar a parte que sentia que sofria e queria chorar sempre que colocava a cabeça no travesseiro para dormir, no silêncio da noite que era tão barulhenta em meus pensamentos.

Esse mesmo silêncio torturante que insiste em castigar minha mente neste exato momento, às 02:00 da manhã, com a sombra da escuridão que tenta assolar minha alma e meu coração, mas que com apenas um toque, uma carícia em meu peito, faz com que a dor se dissipe e me aqueça por dentro. Minha Ana, minha doce e amada esposa, mesmo em seu sono busca o aconchego em meus braços, como se sentisse que eu precisasse desse abraço e apertando-a ainda mais ao meu corpo, permito-me desligar minha mente e me entregar ao sono.

– Bom dia dorminhoco. – Sou acordado com beijos e carícias em meu rosto, fazendo-me sorrir ainda de olhos fechados.

– Bom dia Baby. – Ao abrir os olhos vejo que ela já está pronta para o trabalho. – Que horas são?

MINHA SALVAÇÃO  (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora