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Christian

Não acredito que esse cara está aqui na minha sala. Ana parece estupefata assim como eu.

- Senhor Grey, Anastásia, desculpa aparecer assim. Mas queria me desculpar com vocês pelo transtorno que causei mesmo sem querer. Eu fiquei sabendo do seu acidente, graças a Deus não foi nada sério. - Ele parece nervoso e fala sem parar.
de olho.

Agradeço a Vera com um aceno de cabeça e ela se retira da sala. Aproximo-me do bendito Professor de Ana usando todo o meu controle para não o mandar sumir daqui e se mudar de pais. A imagem daquelas mãos fazendo carinho no rosto da minha mulher parece como luzes de néon piscando na minha mente. Aperto a mão de Ana para que ela me deixe falar e como sempre ela me ler e assim faz mantendo-se calada.

- Professor Yago Lancaster, não é isso? - Falo apertando sua mão. - A que devo sua visita?

Odeio surpresas.

- Como falei Senhor Grey, quando seu segurança me falou o quem tinha acontecido eu me senti muito mal. Acho que a essa altura você já sabe tudo da minha vida, mas me deixa só falar uma coisa. Eu sou filho único, sempre fui como se diz um nerd e isso quer dizer que não sou muito sociável, se é que me entende. Minha melhor amiga se tornou minha esposa, e agora descobri que ela nunca foi minha amiga e sim uma interesseira. A Anastásia e o Nicholas tem algo neles que nos faz querer cuidar e proteger como se fosse um irmão. Não que eles precisem, mas... Como posso explicar... É uma sensação. Acho que a falta de um irmão ou de alguém próximo na minha vida me deixou assim. Bom, acontece que estava quase explodindo precisando botar para fora tudo aquilo que estava me sufocando. Eles foram o que eu precisava naquele momento, alguém que pudesse me ouvir sem me julgar. Alguém que eu sabia que me ouviria, que seria o amigo que eu estava precisando. Falar com meus pais é uma coisa, falar com um amigo é outra. Eu nesses meses que sou professor desses dois aprendi a admirar a amizade e cumplicidade deles. Algo verdadeiro que não precisa de nenhuma troca e sabia que podia contar com eles. - Ele fala e sorri para Ana. O ciúme ainda está presente em mim, mas vejo que ele não a olha com interesse, seu sorriso é como o do Miguel, apenas carinho e admiração. - Eu peço desculpa se ultrapassei algum limite, não foi essa a minha intenção. Eu respeito muito a Anastásia, e nunca faria nada desrespeitoso com ela. Eu pedi para ver as imagens e para uma pessoa de fora dar-se a entender outra coisa, mas quero que saiba que nunca me passou pela cabeça tal coisa. Até ontem praticamente eu era casado e sempre respeitei minha esposa apesar de hoje saber que ela não mereceu. Respeito Anastásia, pois sei do compromisso de vocês e mesmo se ela fosse solteira, eu só a vejo como uma irmã mais nova. Parece mentira falar isso de uma garota tão linda, mas é a mais pura verdade.

Sim, vamos ver.

- Já estamos resolvendo esse mal entendido professor. Eu quem acreditei em uma armadilha quando não confiei na minha noiva e me deixei levar pelo ciúme. Vocês só foram vítimas das circunstâncias. Mas chega de abraços. - Digo e Ana me dá um tapa no ombro.

- Tudo bem. Vou mostrar que não tenho intenção nenhuma a não ser a amizade dela e sua também se for possível.

- Vamos ver como vai ser. - respondo e me lembro de onde conheço esse sobrenome Lancaster. - O seu pai é o dono da LP?

- Isso mesmo. Sei que um dia terei que assumir os negócios que serão meus por direito, mas por enquanto prefiro fazer o que amo que é ensinar.

- E o que é LP? - Pergunta Ana alternando o olhar entre mim e seu Professor.

- Lancaster Publicity, é uma editora. Uma das mais bem conceituadas aqui em Seattle. - Respondo para minha garota que sorri amplamente e na hora arqueio uma sobrancelha querendo saber o porquê da felicidade.
Que foi agora!

MINHA SALVAÇÃO  (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora