• 01 - Drex

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Oiii gente, eu realmente espero que vocês gostem dessa fic porque tem muita coisa vindo pela frente, então BOA LEITURA! ❤️
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Virgínia - Richmond

KILLIAN

O ambiente é reconfortante.

As dançarinas rebolam e deslizam as mãos por seus corpos seminus enquanto homens de variados poderes financeiros investem cheques e dinheiro vivo em seus sutiãs e calcinhas. Em forma de retribuição, elas sorriem e deslizam seus dedos pelos pescoços, peito e às vezes enfiam as mãos dentro das calças dos bem feitores para lhes proporcionar algum prazer. É ótimo de se ver. É ótimo ver meu negócio ao ápice da minha carreira como empresário.
Não que eu seja um empresário conhecido e podre de rico, mas tenho meus lucros com essa boate e pretendo expandi-la em um futuro próximo.

A música está alta o bastante para que ninguém ouça os próprios pensamentos. Para que deixem o instinto tomar conta de seus corpos, porque se os homens casados e as dançarinas novatas pensarem de mais, irão notar que o que fazem não... Como posso dizer? Não é muito digno.

— Jones, Bex torceu o tornozelo e foi para o hospital, estamos sem uma dançarina. – meu sócio, Nolan, sussurra em meu ouvido.

— Porra de mulheres frágeis! – Reviro os olhos e viro a dose de uísque que estava sobre o balcão.

Nolan aponta para o escritório e segue até o mesmo. Ignoro os corpos que esbarram contra o meu durante o percurso até lá e fecho a porta com força ao entrar. As paredes cinzas do meu escritório são imunes aos sons do lado de fora, por isso não temos que ficar sussurrando no ouvido um do outro como namoradinhos.

— Quantos currículos nós temos? – apanho um charuto em uma caixa em cima da minha mesa e o acendo com a ajuda do isqueiro de David.

— Mais de vinte. Posso fazer uma seleção e ligar para que venham fazer entrevista.

— As quero aqui amanhã de manhã então faça a seleção hoje e diga a Drex...

— É Bex.

— Diga a Bex que ela está demitida – dou uma longa tragada e solto a fumaça devagar.

— Mas ela é uma das nossas melhores dançarinas Jones.

— Não me importo. Ela está demitida. E eu quero estar presente durante as entrevistas, mas somente no momento que elas irão dançar. Você trata das outras coisas.

— Tudo bem – suspira em derrota.

— Hoje a noite está rendendo, não está?

— Sim e muito!

— Ótimo. Quanto mais o negócio crescer melhor para nós irmão. – abro um sorriso sujo.

— Melhor para nós – ele abre outro e bate em meu ombro. – Agora tenho que voltar. Estou de olho no novato que está no caixa.

— Tudo bem, eu vou ficar aqui pelo resto da noite.

David me dá as costas e sai.

O ambiente espaçoso e pegajoso fica vazio. Ando de um lado para o outro enquanto saboreio meu charuto e penso no almoço de família insuportável que terei de ir no sábado. Digamos que meus pais não aprovam o meu negócio, e digamos que eles têm certo ressentimento por eu ter abandonado a faculdade para fazer o que eu gosto. Dar origem a um dos meus lugares favoritos.

Eu amo o som. Amo ver as pessoas se divertindo e se entregando ao êxtase. Amo as bebidas, as garotas a minha disposição. Eu amo tudo o que o Hot as hell, tem a me oferecer e a oferecer para os meus clientes. Clientes nos quais voltam noite após noite, mesmo que tenham que trabalhar cedo na manhã seguinte. No começo do negócio Nolan sugeriu que abríssemos apenas nos sábados à noite. Eu até segui sua ideia por alguns meses, mas os clientes reclamavam da demora que seria o sábado seguinte, então eu disse que abriríamos todos os dias, exceto as terças. Claramente minha ideia gerou lucros. Muitos lucros.

Coço meu queixo e pego uma de minhas inúmeras garrafas de uísque. A abro e me sirvo no bico. Tenho que controlar a bebida, meu médico me alertou de um possível problema no fígado, mas o que posso fazer se uísque para mim é como bocetas para adolescentes?

Não posso me restringir, seria contra a lei que diz que Killian Jones faz e tem tudo o que quer. Sempre foi assim. Desde quando eu era criança. Se eu quisesse uma bola, eu tinha. Se eu quisesse uma bicicleta, eu ganhava duas. Se eu sentisse a necessidade de trepar com alguém durante a adolescência, voilà, meu pai me arranjava as garotas mais bonitas que eu já havia visto na vida. Ele fazia essas coisas sem mamãe saber, porque é claro que ela nunca aprovaria que o filho de dezesseis anos fodesse com prostitutas e muito menos tomasse algumas doses do uísque preferido do marido. Se ela soubesse... Papai seria um homem morto. Minha mãe é completamente maluca quando se trata de desrespeitar algo que ela acredita fielmente. Uma prova disso foi quando ela pegou papai dando uns amassos em uma empregada. Além de demitir a moça, ela fez com que o banco tomasse sua casa, pouco se importando com o filho pequeno que ela tinha que sustentar.

Eu não acho que faria algo tão terrível assim, afinal da primeira vez não fiz nada, mas com o tempo as pessoas mudam. No passado eu era só garotinho mimado e inseguro que se deixava levar facilmente por um rabo de saia. Rabo de saia no qual me pegou de jeito e não digo no bom sentido...

Torço os lábios e largo a garrafa sobre minha mesa de carvalho importado. Lanço meu corpo contra o sofá de couro para dar fim a minha visão embaçada. A bebida está fazendo efeito e eu ficaria impressionado se não fizesse, pelo fato de eu estar bebendo desde as dez da manhã.

Só espero que Nolan não me enfie embaixo da água fria, assim como fez semana passada quando eu mal conseguia me manter em pé. Ele até insistiu para que eu fosse a um psicólogo para ele me ajudar com o problema com a bebida, mas é óbvio que não lhe dei ouvidos, afinal, faço o que quero, na hora que eu quero. As coisas sempre funcionaram assim, sempre a não ser por uma única vez.

Balanço a cabeça de leve.

Aurora.

Hot as hell (CS)Onde histórias criam vida. Descubra agora