Demoraram um pouco para chegarem, finalmente, ao local onde a feiticeira estava; já havia anoitecido quando chegaram lá.
Não havia sinal da Feiticeira, o que foi um alivio a Ariel, mas ela pode ver Edmundo, amarrado a uma árvore, e um anão lhe enchendo o saco. Irritada, ela pegou seu arco e uma flecha, e atirou bem próxima da cabeça do anão, onde a flecha passou raspando e atingiu a arvore. Ele olhou pra trás, horrorizado, sua faca em mãos pronto para atacar. Mas não ouve tempo, pois o centauro foi mais rapido e o derrubou.
Ariel desceu de Amadeus e correu até Edmundo. Pegou o punhal que o papai noel tinha a dado e cortou as cortas que o prendiam. Quando suas mãos estavam livres, tremendo, Edmundo tirou a mordaça da boca.
-Eu falei pra não fazer besteiras, seu imbecil!- disse Ariel, seus olhos com lágrimas aliviadas e a voz trêmula.
-Desculpe, é inevitável. - disse o menino com um fraco sorriso. Ariel o abraçou forte, e ficou surpresa quando ele retribuiu o abraço, a apertando em seus braços.
-Vamos, teremos tempo de sobra pra brigar quando estivermos bem longe daqui!- disse ela antes de subirem de volta nas costas do cavalo e figirem dali.
Edmundo segura forte a cintura de Ariel, aliviado. Se tivessem demorado mais alguns minutos, estaria morto. O coração de Ariel batia forte, pela adrenalina e alegria de saber que agora ele estava bem. Poderia, enfim, parar de se culpar tanto.
-Me desculpa, Ariel.- disse ele no ouvido dela. -Eu deveria ter te escutado, afinal, você sabia bem mais do que eu. Desculpe por tudo mesmo, tudo que fiz antes de Nárnia também. Eu sou um idiota.
-Ed, eu não te culpo por nada. E você não é idiota! Meio burro e rabugento, mas não um idiota.- ela disse e ele riu. -No momento estou grata por você estar vivo.
-Se tivessem demorado mais alguns minutos, eu não estaria.- ele diz e o coração de Ariel se aperta com a possibilidade disso acontecer. Mesmo Edmundo tendo feito escolhas bem erradas e sempre ter feito de tudo para irritar e magoar todos, ela havia se apegado a ele. Sabia que por trás daquele escudo dele havia uma boa pessoa.
-Não vamos pensar nisso. Está a salvo agora.- diz Ariel encerrando o assunto.
Chegaram logo pela manhã ao acampamento, e logo que chegaram viram Aslam andando em sua direção. Ariel desceu de Amadeus, assim como Edmundo.
-Muito obrigada por me levar, Sr Amadeus.- disse a garota fazendo uma reverencia, que o cavalo retribuiu com um sorriso e muito animado antes de sair. Ela se virou pra Edmundo. -Tente não ficar nervoso. Aslam não vai te fazer mal.
Quando Aslam parou na frente deles, Edmundo se encolheu e olhou pro chão.
-Edmundo Pevensie, filho de Adão. Finalmente nos encontramos. Venha. Temos muito o que conversar.- disse o Leão antes de se virar e começar a andar. Edmundo olhou pra Ariel, pedindo ajuda. Ela deu um sorrisinho.
-Vai logo!- disse e deu um empurrãozinho no amigo, que começou a andar atrás do Leão para conversar.
O que Aslam e Edmundo ali conversaram, ninguém nunca soube. Mas foi uma conversa da qual Edmundo jamais se esqueceu.
Agora que Edmundo estava a salvo e ao lado de Aslam, Ariel podia finalmente dormir em paz. Entrou em sua tenda e se jogou sobre a cama improvisada ali, fechando os olhos por alguns minutos, deixando seu corpo enfim relaxar.
-Ari, acorda.- era a voz de Pedro, e ele a balançava de leve. -Estão servindo o café da manhã.
-Se eu fosse você, vinha logo, Edmundo está devorando todas as torradas.- diz a voz de Susana com um risinho.
-Ewu nwao two fwazewndwo nwada.- escuta a voz de Edmundo, com a boca cheia de torradas.
Ariel abriu os olhos e riu. Os quatro Pevensie estavam ao redor de sua cama, sorrindo.
-Dane-se o café da manha, eu quero é dormir.- murmurou ela fazendo os quatro rirem.
-Vamos logo, sua chata!- diz Edmundo pegando um travesseiro e atirando nela. -Se você não estiver lá, vou encher o saco de quem?
-Olha ai seus irmãos lindos para você importunar, Ed.- diz ela. Edmundo ri. -Olha! Olha! Edmundo Pevensie sabe rir de verdade! Oh, Deus, achei que nunca veria isso acontecer.
-Idiota.- diz Edmundo sorrindo. -E não tem graça encher o saco deles como tem encher o seu.
Ariel abre a boca pra responder, mas a risadinha de Lúcia a impede.
-Ah, vocês formam um casal tão bonito!- diz ela e Ariel sente suas bochechas queimarem. Edmundo arregala os olhos e fica mais vermelho que um pimentão. Ela e Edmundo? Casal? Jamais!
-Que isso, Lu? Somos amigos!- diz Ariel se levantando.
-Ela até se levantou!- diz Pedro dando uma risadinha.
-Calado, Pevensie.- diz ela olhando feio pra ele.
-Gente, vamos sair daqui e deixar o casal interagir em paz.- diz Susana e Ariel olha feio para a amiga.
-Susana, eu te odeio.- diz Ariel e Susana ri alto. -Me lembrarei disso quando voltarmos a Finchley e aquele tal de Erik estiver perto e...
-Ok, já parei!- disse Susana começando a ficar vermelha.
-Quem é Erik, Susana?-pergunta Pedro.
-É o nome do menino que você gosta?- pergunta Edmundo com um sorrisinho no rosto.
-Olha lá! Estão comendo toda nossa comida! Vamos, vamos comer!
-Estamos sem fome.- disse Edmundo. -Queremos ouvir sua história.
-Conta outra, estava devorando as torradas como se não houvesse amanhã!- diz a menina. Edmundo a olha bem serio por alguns segundos e suspira.
-Tudo bem, a história pode esperar, mas a comida não. - disse ele saindo da tenda enquanto os outros riam.
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A Princesa Perdida • As Crônicas De Nárnia
FanfictionDurante a Segunda Guerra Mundial, Ariel vai para a casa de seu padrinho, Digory Kirke, por seus pais acharem ser um lugar mais seguro. Ariel tinha memórias daquela casa e de todas as aventuras que havia vivido lá quando era menor. Até uma que ela h...