Ariel acordou com um barulho estranho, e seu coração bateu acelarado. Mas ao abrir os olhos, viu que estavam sozinhos. Mas então seu coração disparou de novo ao ver que Lúcia não estava ali.
-Acordem!- ela disse e empurrou Edmundo, que reclamou.
-Está cedo, Ariel, o que foi?- disse ele meio sonolento.
-Lucia sumiu!- ela diz e ele se levanta, já completamente disperso.
-Pedro! Pedro, levante. Lúcia sumiu.- disse Ariel o empurrando, enquanto Edmundo acordava Susana e Trumpkin.
-Era só o que me faltava mais essa!- disse Pedro se levantando, pegando sua espada e correndo floresta a dentro.
-Espere por nós!- grita Ariel, mas o menino já havia sumido pra dentro da floresta. -Mas que maldito!
Ariel correu o mais rápido que pode atrás de Pedro, deixando os outros três pra trás. Quando enfim viu Lúcia, também viu Pedro, e ele lutava com um garoto, que devia ter a mesma idade que ele. O menino lutava bem, mas não tão bem quanto Pedro.
-Bem, que merda.- disse Ariel pegando seu arco e uma flecha e apontando na direção do menino.
-Parem!- gritou Lúcia saindo do meio das árvores.
-Lu!- repreendeu Ariel, mas ao olhar ao redor, viu vários Nárnianos aparecerem, todos armados.
-Ah... Droga.- murmura Ariel e abaixa o arco.
Pedro aperta os olhos olhando pro garoto.
-Príncipe Caspian?- pergunta ele e Ariel prende a respiração. Se fosse mesmo Caspian, então não estariam tão ferrados quanto ela imaginou.
-Sim.- disse o menino. -E quem é você?
-Pedro!- ouviram o grito de Susana, que corria até Ariel, puxando a saia do vestido. Edmundo vinha logo atrás com a espada na mão. Pararam os dois ao lado de Ariel e Lúcia. Todos olharam pra eles. Caspian olha para Ariel, Edmundo, Susana e Lúcia e depois para a espada de Pedro em suas mãos, e fica boquiaberto.
-O Grande Rei Pedro.- disse ele com os olhos brilhando.
-Acredito que você que tenha nos chamado.- diz Pedro.
-Sim, mas... Pensei que estaria mais velho.- diz Caspian e Ariel solta uma risada. Edmundo da uma cotovelada de leve nela e ela fica quieta. Todos a olham, e Pedro a fuzilava com o olhar.
-Desculpe. Problema na garganta.- murmurou ela.
-Bem, se quiser podemos voltar daqui há alguns anos.- diz Pedro para Caspian, irritado.
-Não! Esta tudo bem... É que... Vocês não são bem exatamente como eu esperava.- ele diz e olha para os demais, demorando mais em Susana. Ela da um fraco sorriso ao menino, constrangida com o olhar. Ariel lança um sorrisinho para a amiga. Finalmente, vingança! Pensou ela.
-Nem vocês.- diz Edmundo olhando para os Nárnianos.
-Um inimigo em comum une até os mais antigos dos adversários.- disse o texugo, que Ariel descobriu mais tarde se chamar Caça-Trufas.
-Esperamos ansiosamente para seu retorno, meu senhor!- disse um ratinho que Ariel achou muito fofo, se aproximando. -Nossos corações e espadas estão ao seu serviço!
-Ah meu Deus ele é tão fofinho!- disse Lúcia e o Rato sacou sua espadinha, olhando para os lados enquanto gritava:
-Quem disse isso?
-Desculpe. - disse Lúcia. O ratinho deu um sobresalto.
-Oh! Vossa Majestade... Com todo respeito, mas acredito que corajoso, cortês ou cavalheiresco seja mais adequado para um cavaleiro de Nárnia.
-Mas, senhor...- disse Ariel se aproximando dele. -Como se chama?
-Ah! Princesa!- disse e fez uma pequena reverência. -Ripchip a seu dispor.
-Com todo o respeito, senhor Ripchip, mas o senhor de fato é um rato muito nobre e corajoso... E fofo.- ela disse e o Ratinho deu um sorrisinho.
-Como quiser, alteza.- ele disse e ela riu.
-Bem.- disse Pedro para Ripchip. -Pelo menos alguém aqui sabe usar a espada.
Ariel viu como Caspian ficou desconfortável com o comentário idiota de Pedro e revirou os olhos, mordendo sua língua para não ser grossa com o amigo. Ele está sendo tão ridículo e infantil, pensou ela, mas nada disse.
-Sim, de fato. - disse o rato. -E tirei proveito disso para reunir armas para o seu exército.
-Ótimo. - e se voltando para Caspian, completou: -Pois vamos precisar de cada espada que conseguirmos.
-Bem.- disse Caspian e estendeu a espada de Pedro a ele. -Então provavelmente vai querer a sua de volta.
Pedro a pegou e guardou no cinto. Pedro saiu na frente e Ariel sussurrou para Edmundo:
-Acha que dessa vez ele vai acertar o caminho? É melhor que Caspian nos guie.- ela disse e Edmundo deu um sorrisinho.
-Você é cruel, Ariel. - disse ele.
-Ed, ele mesmo despertou em mim uma imensa vontade de socar-lhe aquela carinha linda.- ela disse e Edmundo ri.
-Já disse pra você: fale com ele!- diz Edmundo. -Vocês dois são tão próximos. Não deixe isso mudar por Pedro estar tão irritadinho com tudo e todos. E se tem alguém que ele vai ouvir, é você. E você sabe.
Ariel suspirou e se deu por vencida. Edmundo tinha razao, como sempre. As vezes, ela o observava por um tempo e ficava reparando no como Edmundo havia mudado desde o dia que se conheceram. Ele quem costumava ser o chato e o errado da história, mas agora, era sempre o que estava certo e o mais sensato entre ela e ele. Ela ficava se perguntando em que momento as coisas haviam mudado.
Bem, mas uma coisa era certa: se orgulhava da pessoa que o amigo havia se tornado. E gostava dele assim, desse jeito ( bem, também já gostava dele mesmo quanto era um menino rabugento e irritante, mas nunca admitiria isso pra ninguém ).
-Vamos ficar perto de Pedro para que ele não mate Caspian.- diz Edmundo com um sorriso e Ariel riu.
-Depois eu que fico pegando no pé dele.- diz ela balançando a cabeça e seguindo Edmundo para perto de Pedro, que ia conversando com Caspian.
-Então, todas as histórias sobre vocês... São mesmo reais? Sobre Aslam, a Feiticeira Branca.- perguntava Caspian.
-Bem, eu presumo que sim.- disse Ariel com um sorriso e Caspian se vira para olha-la. -Acho que não fomos apresentados oficialmente. - ela diz e estende a mão pra ele. -Ariel Haywood. - Caspian aperta a mão dela.
-Caspian. É uma honra conhece-la, princesa Ariel.- disse o menino antes de soltar sua mão. Ariel deu um sorriso.
-Pode me chamar só de Ariel.- ela diz e ele fica meio corado, mas sorri. Ela escuta Edmundo bufando atrás dela, mas ignora.
Pedro volta a conversar com Caspian, e Ariel se afasta um pouco deles. Se vira e ve Edmundo a olhando, com uma sobrancelha levantada.
-O que foi?- pergunta ela confusa, e ele cruza os braços.
-"Pode me chamar só de Ariel." - diz ele imitando a voz dela de um jeio afetado demais. -Sério?
-Ah Ed, você fica tão fofo vermelho de ciúmes.- ela diz e ele revira os olhos, indo pra perto de Susana e Lucia, que viam tudo com um sorriso no rosto. -Ei, volta aqui.- diz Ariel rindo. Então, Edmundo tinha ciúmes dela? Mal sabia ele o quanto significava pra ela.
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A Princesa Perdida • As Crônicas De Nárnia
FanfictionDurante a Segunda Guerra Mundial, Ariel vai para a casa de seu padrinho, Digory Kirke, por seus pais acharem ser um lugar mais seguro. Ariel tinha memórias daquela casa e de todas as aventuras que havia vivido lá quando era menor. Até uma que ela h...