Todos voltaram para o Peregrino da Alvorada, preparados para seguir a Estrela Azul pra onde quer que ela os levasse. E sabiam que não seria uma jornada fácil e teriam um mau a vencer pela frente.
Mas nem tudo estava a favor deles, e quando estavam no meio da tarde, o vente que levava o navio, parou.
-O vento foi embora. - disse Caspian.
-E como chegaremos a Ilha de Ramandu agora?- questionou Edmundo.
-Meu palpite é que alguma coisa não quer que cheguemos até lá.- disse o capitão saindo de perto deles, subindo as escadas que levavam até o timão.
Caspian e Edmundo se entre olharam e Ariel deu um suspiro. Por mais que não quisesse admitir, Drinian tinha razão. Algo realmente não queria que eles chegassem até a ilha, e pensar nisso deixava Ariel apreensiva.
-Bem, talvez Drinian esteja certo... - começou Ariel, mas mal teve tempo de terminar de dizer algo, pois um forte chacoalhão no navio fez com que ela se desequilibrasse, quase caindo, se não fosse pelas mãos de Edmundo a segurarem. -Mas que droga foi essa?
-No que batemos?- ela ouviu Drinian dizer.
Edmundo se aproximou do parapeito do navio para enxergar melhor o que estava acontecendo e deu um sorriso.
-Eustáquio! Genial!- exclamou ele e Ariel se apoiou para olhar e de fato; Eustáquio havia sido muito genial. Com o rabo enroscado na parte da frente do navio, Eustáquio os puxava com uma velocidade surpreendente.
-Eustáquio foi realmente inteligente agora.- disse Ariel impressionada. -Talves até possamos chegar lá antes do anoitecer.
-Bem, já que isso nos da um tempo livre... - disse Ashley se aproximando de Ariel. -Você poderia me ensinar como usar uma arma? Eu me sinto inútil aqui, e eu cansei de me sentir inútil. - Ariel ficou surpresa com o pedido, assim como Edmundo, que ficou boquiaberto.
-O que foi que eu perdi?- sussurrou ele para Ariel.
-Muita coisa. - murmurou ela de volta. -Eu te ensino, Ash. Na verdade, acho que sei a arma certa pra você.
Ashley bufou frustrada quando mais uma vez lançou o punhal em direção ao alvo e ele bateu e caiu no chão. Ariel fez uma careta, mas logo mudou a expressão antes que a prima visse e desistisse de vez
-Eu nunca vou ser boa nisso, Ariel. - disse ela.
-Pare de ser boba. É tudo questão de prática, Ashley. Você tem que se acostumar com o peso do punhal na sua mão. Com o tempo você pega o jeito. Mas o mais importante é não desistir.
-Alteza, o rei Caspian solicita sua presença em sua sala.- disse a voz grossa de Kierman, um minotauro.
-Obrigada, Kierman, eu estarei lá em um minuto.- ela disse e o minotauro se afastou. Ariel se virou para Ashley, que estava pra baixo. -Ei. Não desista. Eu vou lá ver o que Caspian quer, mas você, continue aqui. Praticando. Só assim você vai aprender.
-Pode deixar, alteza. - zomba ela com o sorriso e Ariel revira os olhos, mas sorri.
Ao entrar na sala, Caspian e Edmundo estavam lá, as espadas postas na mesa e o olhar de Caspian mais perdido do que nunca.
-Nem sabemos se os outros lordes chegaram a Ilha de Ramandu. - disse ele enquanto olhava para a espada.
-Bem, consigo ver que está bem otimista, com certeza. - disse Ariel se sentando a frente do amigo.
-Eu só não sei mais o que estou fazen...- começa ele mas Ariel o corta.
-Não se atreva a terminar essa frase, Caspian X!- disse ela. -Se tem alguém que pode resolver esse problema, esse alguém é você!
-Ariel, vocês venceram a Feiticeira Branca e o Miraz e não eu!- isse ele.
-Ah, cale a boca, Caspian! Não vê as coisas incriveis que você conquistou em Nárnia nos últimos três anos? E isso não teve nenhuma ajuda nossa! - disse ela e Caspian abriu a boca para retrucar, mas Edmundo o calou.
-Acho que deveria escuta-la. Uma coisa sobre mulheres é certa: elas sempre tem razão. - disse ele e Ariel sorriu.
-E é por isso que você ainda é vivo, Ed.- disse ela e ele fez uma careta. -O que quero dizer é, você é o rei de Nárnia, pelo amor de Aslam! E ele nunca teria te dado esse título se não achasse você digno e merecedor dele. Eu sei que tudo isso te assusta por que me assusta tambem. Mas você não está sozinho.- disse Ariel apoiando sua mão no ombro do amigo e Caspian deu um sorriso.
-Você está provavelmente certa sobre isso.- disse Caspian.
-É literalmente o que o Ed disse, Casp: mulheres estão sempre certas.
-Tecnicamente, noventa por cento das vezes, mas... - começa Edmundo mas Ariel o corta.
-Edmundo Pevensie, se cale antes que eu te cale. E não vai ser com um beijo, mas sim com um belo soco na boca.- disse ela o lançando um olhar mortal, que o fez arregalar os olhos e dar um passo pra trás.
Caspian olhou os dois e riu, logo sendo acompanhado por Edmundo e Ariel.
-Obrigado, Ari. - disse ele. -Eu precisava disso.
-De nada. Eu deveria ser conhecida como Princesa Ariel, a dona da verdade, não acham?- diz ela e os dois caem na gargalhada, fazendo com que Ariel revirasse os olhos mas desse um sorriso.
E logo chegariam na Ilha Ramandu e enfrentariam o grande prolema que se alastrava por Nárnia. E eles seriam postos a prova outra vez.
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A Princesa Perdida • As Crônicas De Nárnia
Hayran KurguDurante a Segunda Guerra Mundial, Ariel vai para a casa de seu padrinho, Digory Kirke, por seus pais acharem ser um lugar mais seguro. Ariel tinha memórias daquela casa e de todas as aventuras que havia vivido lá quando era menor. Até uma que ela h...